Participação na Batalha de Monte Caseros 2 Fevereiro 1852 Integrando essas unidades, remontaram o rio Paraná até Diamante, a bordo da Esquadra Brasileira ao Comando de Greenfel, após aquela forçar com êxito a passagem de Tonelero. O 7° e o 8° BI eram comandados, respectivamente, por dois oficiais de sangue europeu, o coronel Bruce, de origem sueca e o major Resin de origem suíça. O 8° BI era integrado por 80 infantes “Brummer”, hábeis no uso do fuzil Dreyse de agulha (a tigé, a alfinete), grande inovação introduzida nessa guerra, arma individual básica da unificação alemã e que teve atuação decisiva no rompimento da posição rosista em Caseros. Isto ilustra um exemplo de transferência de ‘knowhow’ militar pelos “Brummer”. Um desses sapadores, o Sgt. Cristovam Werner, tornou-se herói e foi citado na Ordem do Dia n° 40 de Caxias de 5 Fev. 1852: “1° Sargento Prussiano Cristóvam Werner, ferimento leve de bala de canhão.
Adalbert Jahn
Nasceu em 20 de julho de 1821 em Königsberg, Prússia. Filho de Karl Wilhelm e Henrieth Huning. Königsberg fundada em 1255, foi de 1457 a 1945 capital e centro cultural e econômico da Prússia. A cidade e sua população sofreram no final da Segunda Guerra Mundial os severos bombardeamentos aliados, sendo bastante devastada. Após a Guerra, foi rebatizada para Kaliningrado, em homenagem ao presidente do Comitê Central do Partido Comunista Mikhail Kalinin. A União Soviética anexou os territórios da região de Kaliningrado. Era casado com Marie Reiss.
Nas imagens acima da esquerda para direita Königsberg Prússia, Kalinigrado Rússia. Sua vinda para o Brasil Conforme registro de sua naturalização, Adalbert chegou no Brasil, em 1851, para lutar na Guerra contra o Uruguai. Abaixo a pagina inicial do processo de naturalização. O documento original encontra-se no Arquivo Nacional – RJ.
No Brasil após o fim da guerra mudou-se para o Rio de Janeiro. Em junho de 1858, publica um artigo no Jornal, Diário do Rio de Janeiro, datado de 30 de junho de 1858, fazendo uma defesa em favor do Brasil , sobre a colonização.
Na Província do Espírito Santo em 20 de setembro de 1858, o Jornal, Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, publica uma nota onde consta a vinda do Jahn para a Colônia de Santa Izabel, para demarcar terras .Em 07 de agosto de 1858 desembarca em Vitória o Engenheiro civil Militar Adalbert Jahn, contratado de Ministérios dos Negócios do Império, através do Ministro Sergio Teixeira de Macedo, para trabalhar na Colônia de Santa Isabel-ES. A partir de 1860 pertenceu ao Ministério da Agricultura. Na época na Colônia passava por muitos problemas tais como; conflitos de religião, falta de demarcação de terra, os luteranos não tinham igreja, brigas entre imigrantes, alcoolismo, doenças e falta de estradas. Foi residir na Vila de Santa Isabel.
Adalbert Jahn na Colônia de Santa Isabel
Mediantes a tantos problemas. Jahn começa a administrar a colônia. Vai construir sua residência distante da Vila. Nesta mesma região elabora uma nova Vila. Tudo indica que esta planta resultou na atual cidade de Campinho. Nas fotos abaixo residência de Adalbert Jahn, datada de 1860, pelo fotografo Victor Frond. A foto original encontra-se na Biblioteca Nacional – RJ. Nesta casa D. Pedro II ficou hospedado, quando visitou a Colônia em 1860. Abaixo foto da mesma casa , fotografada em de 2014.
Em julho de 1859, Adalbert escreve uma carta para o Jornal Alemão Allgemeine Auswanderungszeitung, informando de uma nova realidade da colônia onde diz” Na colônia há muito trabalho, as pessoas que lá vivem têm motivos para estarem satisfeitos, onde reafirma , pois sem trabalho e esforço não se alcança nem no Brasil, nem em qualquer outra parte do mundo, sendo que o grande erro dos agentes europeus seria o de mandarem pessoas para a América que não podem e muito menos querem trabalhar. Era uma resposta para aqueles colonos que encontrou em Santa Izabel, que estavam insatisfeitos ,e não tinha vontade de trabalhar”. Abaixo Evidências; Mestrado de Elisangela Redel Universidade Oeste - Cascavel - Paraná 2014.
Em 30 de janeiro de 1860, D. Pedro II, visitou a colônia de Santa Isabel. A partir desta data , Adalbert e o Imperador , tornaram-se grandes amigos. Em 31 de outubro de 1860, veio Johann Jakob von Tschudi ,embaixador suíço no Brasil. Veio conhecer os suíços residentes na província do Espírito Santo. Fez grandes elogios ao Jahn. No livro “Viagem à Província do Espírito Santo”, podemos observar os elogios ao Jahn.
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D. Pedro II |
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Jakob von Tschudi |
Abaixo a planta da nova Vila, datada de 25 de dezembro de 1860. Documento original pertence ao Arquivo Publico do Espírito Santo - APES. Foto ponto sobre o Rio Jucu, projetada e construída pelo engenheiro Adalbert Jahn, datada de 1860, pelo fotografo Victor Frond. A foto original encontra-se na Biblioteca Nacional – RJ.
Mapa da Colônia de Santa Isabel – 1859, elaborado pelo engenheiro Adalbert Jahn. 1860.Documento original pertence ao Arquivo Publico do Espírito Santo . APES. Abaixo o projeto de Jahn , de uma igreja luterana. A foto do lado a igreja luterana de Campinho, sem a torre. A foto original pertence a Igreja luterana de Campinho.
O Ministério da agricultura, Em 31 de outubro de 1861, o Jornal, Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, traz uma matéria do Ministério da Agricultura, onde relata obras na Colônia de Santa Isabel, sob responsabilidade do Jahn. A partir de 1860, Jahn começava a expandir a Colônia para o sul, preparando lotes nas margens direita e esquerda do Rio Braço do Sul. Um fato curioso. Na margem direita foram imigrantes luteranos, como Littig, Klippel, Hoffmann, Knitell. Na margem esquerda, Stein, Erlacher, Bourlot, Wernersbach. O engenheiro Pedro Claudio Soído, faleceu em combate na Guerra do Paraguai, em 18 de setembro de 1867, em Tiuiti. Abaixo Relatório de 1861, do Governo Provincial do Espírito Santo.
Conforme Aviso de 19/11/1862, era inaugurado o novo distrito da Colônia de Santa Isabel, Vila do Braço do Sul, hoje cidade de Marechal Floriano. Na imagem Relatório de 1863, referente o que aconteceu em 1862, do Ministro e Secretário de Estado, dos Negócios de Agricultura Comércio e Obras a Publicas, Pedro de Alcântara Bellegarde.
Johann Kuster 1º, filho do imigrante suíço, Johann Jacob Kuster , relatou que seu pai chegou na Vila do Braço do Sul, em novembro de 1862. Neste local haviam três pequenos barracões, para hospedar imigrantes. Johann Jacob, ficou muitos dias neste local, enquanto construíam uma residência. Johann Jacob Kuster Nas: 26/01/1856, Morte: 02/04/1942.
Em 1861, a Colônia de Rio Novo é dissolvida. Jahn é o responsável pele processo. Documento em anexo, referente a sua naturalização.
Matéria do Jornal o Semana Ilustrada, do Rio de janeiro, datada de 1862. sobre a banana, onde cita a colônia de Santa Isabel e o Jahn.
O Jornal Constitucional do Rio de Janeiro, de 13 de dezembro de 1862, referente a morte de imigrante na colônia de Santa Isabel.O colono citado na matéria foi o alemão Carl Huwer. residia na região de São Bento. Foi reconhecido pela fivela do seu cinto. Relatos do Sr. Floriano Hehr, residente em São Bento.
Em anexo relatório do Ministério da Agricultura, referente os acontecimento de 1861. No final relata a construção de um ponte.
Abaixo este é o local onde foi construída a ponte citada no relatório do Ministério da Agricultura. Cidade de marechal Floriano – ES.
Relatório de despesas da Colônia de Santa Isabel – junho de 1862 – APEES;
Relatório do Governo Provincial do Espírito Santo de 1863, informando da ida do Jahn para o Rio Grande do Sul;
Relatório do Governo Provincial do Rio Grande do Sul de março de1864, informando que o Adalbert Jahn foi nomeado inspetor da Colônia de São Leopoldo.
Adalbert Jahn na Colônia de São Leopoldo
Em 14 de abril de 1867, no relatório do Ministério da Agricultura, dizia “ Adalbert Jahn era curador da Colônia de São Leopoldo, advogando causa dos imigrantes, com um salário de 360$.000. Em São Leopoldo, Adalbert trabalhava juntamente com Ernst Müzell. Segundo consta, ainda, "Jahn veio para o Rio Grande do Sul como curador dos direitos dos alemães de São Leopoldo, conforme ofício de 15-10-1863 da Diretoria de Terras Públicas e Colonização ao presidente da província de São Pedro”.
Pesquisa :Bibliografia Sul-Rio-Grandense", vol. I, de Abeillard Barreto (Conselho Federal de Cultura: Rio de Janeiro, 1975, pp.716/717. Em São Leopoldo escreveu o Livro “Colônias de São Leopoldo”, editado por Brockhaus em Leipzig/Alemanha. 1871.
Partes do livro, onde cita a Colônia de Santa Isabel, no Espírito Santo.
Diccionario Bibligraphico Brazileiro, onde consta a biografia de Adalbert Jahn.
Adalbert Jahn Recebeu a“Ordem Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa”
Ordem Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa
Insígnia: anverso– Estrela branca de seis pontas maçanetadas, unidas por guirlanda de rosas. Ao centro, medalhão redondo com as letras P e A entrelaçadas, em relevo, circundado por orla azul-ferrete com a legenda "AMOR E FIDELIDADE". Reverso: igual ao anverso, com alteração na inscrição para a data 2-8-1829, e na legenda para "PEDRO E AMÉLIA". Fita e banda rosa - claro, com duas orlas brancas. Graus: cavaleiro, oficial, comendador, dignitário e grã-cruz. Em 1829, para perpetuar a memória de seu matrimônio com D. Amélia de Leuchtenberg e Eischstaedt, D. Pedro I criou a Imperial Ordem da Rosa. Foi, também, um trabalho realizado por Jean Baptista Debret que, seguindo alguns historiadores, teria se inspirado nos motivos de rosas que ornavam o vestido de D. Amélia em retrato enviado da Europa, ou com o qual teria desembarcado no Rio de Janeiro. Esta Ordem servia para premiar militares e civis, nacionais e estrangeiros, que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas, então existentes. De 1829 a 1831, D. Pedro I concedeu apenas 189 insígnias, mas D. Pedro II, em seu extenso período de reinado, chegou a agraciar, com esta ordem, 14.284 cidadãos.
No período em que residiu na cidade do Rio de Janeiro, Jahn frequentemente participava das festas no Paço Imperial, seja ela de cumprimentar o Imperador e até o beija mão.
Abaixo , Jornal Diário do Rio de janeiro de 11/05/1870 A esquerda um convite da Guarda Nacional para beija mão.
Em 1877 residia na cidade do Rio de Janeiro. Junho retornou da Alemanha, via porto de Hamburgo, conforme nota acima. Em dezembro de 1877, retorna a Europa, conforme anuncio do Jornal do Commércio. A partir desta data, não encontrei mais informações.
Jair Littig. Abaixo da esquerda para direita Jornal Diário do Rio de Janeiro de 15/06/1877; Jornal Commércio do Rio de Janeiro de 01/12/1877.
Considerações finais
Para a Colônia de Santa Isabel, Adalbert Jahn foi de grande importância. Tinha uma idéia a tal respeito que a colonização, sobre todas a do elemento germânico, tem aqui um futuro seguro e prospero baseadas n'uma experiência de muitos anos no império brasileiro. Fundou duas vilas , e que hoje são cidades de grande importância para o Estado Espírito Santo. Infelizmente Jahn ainda é uma pessoa desconhecida nos municípios de Domingos Martins e Marechal Floriano.
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – APEES.
Arquivo Nacional - RJ
Biblioeteca Nacional – RJ
Arquivo Público de Porto Alegre- RS
Igreja Luterana de Campinho.
Igreja Católica de Santa Isabel.
Igreja católica de Viana.
Relatos de Floriano Hehr
Relatos de Valter Littig
Relatos de Eduardo Klippel
Relatos de João Kuster I
Bibliografia Sul-Rio-Grandense", vol. I, de Abeillard Barreto (Conselho Federal de Cultura: Rio de Janeiro, 1975
Livro “ Viagem à Província do Espírito Santo – Johann Jakob von Tschudi.
Livro “ Viagem de Pedro II ao Espírito Santo – Levy Rocha.
Livro;O IMIGRANTE ALEMÃO E DESCENDENTES NA HISTÓRIA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL Cláudio Moreira Bento.
Livro “Colônias de São Leopoldo”, editado por Brockhaus em Leipzig/Alemanha. 1871. Adalbert Jahn.
Diccionario Bibligraphico Brazileiro. Blake.
Igreja católica de Santa Isabel – Domingos Martins - ES
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