Abaixo Reportagem de Jornal Estado Espírito Santo de fevereiro de 1904. Neste período briga de Salloker e Schwarz.



Voto de favor
Meu tio Emílio contou uma história sobre seu pai Emílio Oscar. “Papai devia um favor a Maximiliano Salloker. Na eleição de 1912, Salloker mandou uma cartinha dizendo que ele era candidato. Emílio saiu a cavalo de Rio Fundo para votar em Santa Isabel. Antes de colocar a cédula na urna, o fiscal do Salloker, pediu para ver a cédula, anotou o nome do eleitor, em seguida, colocou na urna. APEES. Eleição de 1912 Salloker prefeito.



Voltamos ao Braço do Sul
Era 13 de maio de 1900, um domingo, quando a maior autoridade do Estado do Espirito Santo, José Marcelino Pessoa de Vasconcelos veio a modesta vila Braço do Sul, para inaugurar a estação ferroviária a Estrada de Ferro Sul Espirito Santo. No registro do Jornal Estado do Espírito Santo de 15/05/1900, não menciona a presença do prefeito da época. Provavelmente o Felippe Endlich estava na inauguração, porém ele não tinha cargo politico. A vila do Braço do Sul passou um período longo, fora da política. Em 1913 Bellarmino Coelho Pinto e seu sócio Aguilar de Freitas, vem residir em Marechal Floriano. Entre 1913 até o final de 1916, investiu mais de 200 contos na vila. Construiu comércio, casas de moradias, cinema, igreja, hotel, energia elétrica e ainda tentou emancipar a vila. Aguilar o sócio do Bellarmino era um grande politico do sul , onde foi prefeito em Castelo e Muniz Freire, como ajudou a emancipar estes municípios. Na visita do presidente da República Nilo Peçanha em 1910, Aguilar coordenou a viagem no Espirito Santo. Tinha boas relações com a família do Jeronimo Monteiro. Talvez isto facilitou a compra ou mesmo ter ganhado. Abaixo Propagandas Diário da Manhã 15/01/1916.
Meu tio Emílio Gustavo Hülle narrou uma história contada pelo seu sogro Vitto Travaglia. “ Em 1916 Salloker estava descontente com alguns políticos de Campinho. Seu amigo Bellarmino Pinto Coelho(*), comerciante na Vila de Marechal Floriano, aproveitou o ensejo e pediu a Salloker para negociar com o governador Marcondes Alves de Souza e o deputado federal Jerônimo Monteiro, para criar um novo município”. Na inauguração da capela católica de Marechal Floriano, teve uma grande festa, com a participação de políticos da capital. A festa aconteceu em 16 de dezembro. Bellarmino além de comerciante, era político. Seu sócio Aguilar de Freitas , político influente da região Sul do estado. Aguilar participou da emancipação de Castelo e Muniz Freire. Voltando a festa da capela, foram inauguradas; a rua principal da vila, com o nome de Jerônimo Monteiro, hoje avenida Kennedy, a praça da estação com nome de Dom Fernando Monteiro, irmão do Jerônimo , que tinha falecido recentemente. Hoje esta praça é a José Henrique Pereira. No Jornal Diário da Manha de 27/12/1916, saiu uma matéria sobre este assunto. Ver ao lado Porém nada deu certo. Na virada do ano, Bellarmino desfez sua sociedade com Freitas. José Henrique Pereira, negociante de Melgaço compra todo o patrimônio do Bellarmino. A partir de 1917, a vila de Marechal Floriano passa a ter um novo líder político, Coronel José Henrique Pereira, nascido em Melgaço,. Era amigo íntimo da família Gerhardt, que dominava a política no município de Santa Izabel. Por fim, a morte de Salloker , que comoveu o Palácio Anchieta, inclusive o deputado Federal Jerônimo Monteiro. (*) Bellarmino era irmão de Gil Pinto Coelho, envolvido no assassinato de Guilherme Schwarz.


Acima O Jornal Diário da Manhã de 07/01/1917, onde relata de uma reunião em Marechal Floriano, com varias pessoas, afim de ter um reconhecimento político. Entre os nomes citados, tem pessoas da Vila, Todos Santos e Rio Fundo. No documento não constam nomes de vereadores e do prefeito do antigo município de Santa Isabel. Abaixo da esquerda para direita Revista Vida Capichaba de janeiro de 1929, relatando a posse do prefeito Paulo Antonio Lorenzoni, sendo seu vice José Henrique Pereira e A vila de Marechal vai voltar ao cenário politico em 1927, quando o Coronel José Henrique é eleito vereador.


Na eleição de 1927 elegeu a vereador. Em 1929 elegeu vereador foi presidente da câmara. Neste mesmo ano foi prefeito interino. Foi um político atuante, já em 1929 com a construções duas pontes, na chegada da vila, doou as madeiras. Em 1921, quando foi inaugurado a sistema elétrico, doou os postes.
A parir de 1933 não mais concorreu a cargos políticos, mas foi um cabo eleitoral de peso. Seu preferido foi Paulo Antonio Lorenzoni que ganhou várias eleições, tanto para prefeito, como deputado. Abaixo recortes de jornais, onde José Henrique Pereira atuou como presidente da câmara. Da esquerda para direita Diário da Manhã 09/07/1930 e Diário da Manhã 10/06/1930.
Local de Votação
Até 1945, o eleitor que residia na vila de Marechal Floriano, para o votar teria que deslocar até o distrito pertencente aquela vila. Em 1935 0 município de Domingos Martins tinha cinco distritos, assim distribuídos: Campinho (sede), Santa Isabel, Araguaia, Sapucaia e São Rafael. A vila de Marechal Floriano pertencia a Santa Isabel. Marechal só foi tornar –se distrito em 1964. O Jornal Diário da Manhã de 22/01/1921. Refere aos eleitores de Domingos Martins, para votar na eleição de 20 de fevereiro. Na relação constam somente três moradores da vila de Marechal Floriano que são: Carlos Littig V, Guilhermino Medeiros e José Henrique Pereira.
Eleitores da Vila de Marechal Floriano em 1921
Eleitores da Vila de Marechal Floriano em 1921
Filho de Johann Littig 1º e Margarethe Klippel. Nasceu em 01 de julho de 1878. Casou-se em 14 de maio de 1901, com Anna Hollunder, nascida em 15 de abril de 1880. Era filha de Johann Gottfried Hollunder e Catharine Liebmann. Karl faleceu em 26 de março de 1959., sua esposa em 14 de maio de 1962. Era agricultor.
Nasceu em Pedra Branca em 17 de abril de 1876, filhos de José Francisco Pereira e Maria Thereza de Jesus Espindula. Casou-se com Luiza Maria Kumm Pereira, nascida em 28 de janeiro de 1882, filha de Antonio José Pereira e Wilhelmine Kumm. José Henrique faleceu em 17 de outubro de 1967, sua esposa em17 de outubro de 1966 . Profissão comerciante.
Nasceu em Pimenta, Viana em 02 de fevereiro de 1892, filho de João Francisco Medeiros e Crescencia Maria de Sousa Cabral. Descendente de açorianos que vieram para Viana. Em 27 de novembro de 1920, casou na igreja católica de Santa Isabel, com Euflozina Maria da Conceição, nascida em 01 de janeiro de 1894, filha de Antonio Fernandes dos Reis e Maria Barbosa de Jesus. Guilhermino faleceu em 27 de fevereiro de 1974, sua esposa em 27 de junho de 1974. profissão agricultor.
Juvêncio Amaral Sobrinho
Para muitos é um nome desconhecido. Não exerceu cargos políticos em Marechal Floriano, mas foi um cabo eleitoral muito respeitado. Conforme registros no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), sua chegada em Vitória, foi 1933. Mas há evidências que em 1929, já residia em Marechal Floriano. Amaral nasceu em Baião - Ribadouro - Porto Manso/Porto Manso, Portugal, filho de Antonio Madureira e Adelaide Amaral.Em 24 de dezembro de 1929, casou na capela católica de Marechal Floriano, com Ondina Pereira, filha mais velho do Coronel Jose Henrique Pereira. Abraçou a Campanha eleitoral de Getúlio Vargas. Com a morte trágica de João Pessoa em 1930, um decreto do Sr. José Américo de Almeida, onde era obrigado o retrato do eminente paraibano Presidente João Pessoa, que deverá ser colocado em lugar de destaque nas escolas. No jornais da época, Amaral foi responsável pelos eventos, onde fazia um discurso. Fausta Simões, esposa de Hercílio Pereira, conheceu bem Amaral, foi seu padrinho de casamento em 1935. Segunda ela, Amaral era um exímio orador. Fez campanha para José Américo, para presidente da república, em 1937, onde participou em Sapucaia como orador, onde estavam os políticos como o prefeito Paulo Antonio Lorenzoni e os vereadores João Lübe Sobrinho e Guilherme Mees. Em Laginha tinha a presença do vereador Germano Wernersbach e Antonio Uliana. Foi cabo eleitoral de Paulo Lorenzoni. Em 1940 foi residir no Rio de janeiro, onde faleceu. Foto: Ondina e Amaral, no Rio de Janeiro.
A esquerda O Jornal Diário da Manhã de 13 de novembro de 1935, tem uma reportagem sobre a Política em Domingos Martins. Quando diretório do partido Socialista Democrático (PSD), partido do Getúlio que na época dominava o pais. Na reportagem menciona os distritos de Campinho, Santa Isabel, Araguaia, Sapucaia e Pedreiras. Quando se refere ao distrito de Santa Isabel, onde a vila de Marechal pertencia, não vemos nomes de pessoas influenciadas. Nesta década Marechal não tinha peso politico no município de Domingos Martins.
Integralismo
Foi um movimento político de extrema-direita, denominado Ação Integralista Brasileira, de inspiração fascista, fundado em 1932 e extinto em 1937, que foi revivido em 1945 sob a sigla do PRP (Partido de Representação Popular) Fonte: Escola UOL. No município de Domingos Martins foi atuante, onde tivemos um prefeito eleito em 1936 Octaviano Santos e os vereadores Arthur Goulart, José Gegenhauer e João Francisco e Stein. Nas regiões onde predominavam descendentes de alemães e italianos, a ideologia foi muito forte. No distrito de Araguaia Jácomo Ronchi foi vereador pelo Partido Social Democrático, em 1935 foi preso por ser integralista. A sede dos integralista foi inaugurada em maio de 1933, pelo prefeito Octavianos Santos e Paulo Antonio Lorenzoni, na presença do presidente estadual, Arnaldo Magalhães. No ensejo da inauguração. desfilaram oitenta camisas verdes, sendo um deles, meu pai Guilherme Eduardo Littig (Willy). Ainda tivemos Theodoro Schwambach que tirou uma foto dos seu casamento com o uniforme de integralista. Arthur Schneider, João Mario Pitanga. Em Santa Isabel Joanito Campos. Em Sapucaia o professor João Hoffmann. Na vila de Marechal além do meu pai, haviam ainda Zitimo Cardoso e João Barreto. Até os anos sessenta, dentro de uma gaveta, ainda tinha a camisa verde, usada pelo meu pai. Com o fim do Integralismo, meu pai filiou-se a U.D.N. ( União Democrática Nacional). Abaixo Foto de um casamento em Campinho. O noivo com o uniforme dos integralista. A pessoa de roupa branca, era João Maria Pitanga Pinto. A pessoa atrás do noivo, Octaviano Santos. Foto. Casa da Cultura de Campinho- ES.
Final dos anos trinta até 1947, a vila de Marechal Floriano não teve representante político. Na eleição de 1947 Emílio Gustavo Hülle foi eleito vereador. Embora não tenha nascido na Vila de Marechal Floriano, Emil deu sua vida por esta cidade. Mudou-se para Marechal Floriano em 1928, para trabalhar no comércio do Vitto Travaglia. Mais tarde passou a ser comerciante de café, até o ano d e1970. Foi vereador no período de 1947 a 1951.Em 20 de janeiro de 1948, como vereador, preocupado com desenvolvimento da Vila de Marechal Floriano, propôs um plano urbanístico para a cidade. Neste mesmo ano consegue verba para construir uma escola. Além de conseguir a verba, doou o terreno.
Acima da esquerda para direita Marechal Floriano – 1950. Podemos ver a escola primário ao lado de uma árvore (gabiroba). Foto de Emil Gustav Hülle no centro da foto, ao lado do prefeito Paulo Lorenzoni e Otaviano Santos. Campinho 1948. Abaixo Diploma de Vereador de Emil Gustav Hülle.
Histórias de Políticos
Foi nomeado interventor federal no Espírito Santo pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em substituição a Aristides Alexandre Campos. Exerceu o cargo de 7 de outubro de 1946 a 29 de março do ano seguinte, quando transmitiu o governo a Carlos Fernando Monteiro Lindenberg, eleito governador em janeiro de 1947. Entre 26 de novembro e 12 de dezembro de 1946. Médico formado pela faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi secretário de Saúde em 1940.Trabalhou no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória na década de 1930. Sua esposa enfermeira Mary Hosana Ubirajara. Em 1954 coma morte da esposa, retornou ao Rio de Janeiro. Moacyr tinha um sitio em Marechal. Comprou da família Kuster. Posteriormente foi vendido para Roberto Saletto, Quando foi interventor mandou construir o colégio primário de Marechal Floriano. Foto de 1947 quando interventor esteve em uma festa da igreja católica. Quando vinha a Marechal com seu automóvel Austin, distribuía bala para as meninadas. No seu sitio havia um casal de pavão. Acervo Jair Littig.
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