Carolina Maria de Jesus foi uma escritora brasileira, conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada publicado em 1960. Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.
"O livro... me fascina. Eu fui criada no mundo. Sem orientação materna. Mas os livros guiou os meus pensamentos. Evitando os abismos que encontramos na vida. Bendita as horas que passei lendo. Cheguei a conclusão que é o pobre quem deve ler. Porque o livro, é a bussola que ha de orientar o homem no porvir (…)" (Carolina Maria de Jesus)"
“…. Há de existir alguém que lendo o que eu escrevo dirá… isto é mentira! Mas, as misérias são reais.”
Carolina de Jesus
Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil. Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, em abril de 1958, enquanto cobria a abertura de um pequeno parque municipal, Carolina foi vista de pé na beira do local gritando “Saiam ou eu vou colocar vocês no meu livro!”. Os intrusos partiram. Dantas perguntou o que ela queria dizer com aquilo. Ela se mostrou tímida no início, mas levou-o até o seu barraco e mostrou-lhe tudo. Ele pediu uma amostra pequena e correu para o jornal. A história de Carolina “eletrizou a cidade” e, em 1960, Quarto de Despejo, foi publicado. A tiragem inicial de 10 mil exemplares se esgotou em uma semana.
Suas obras publicadas são:
- Quarto de Despejo (1960)
- Casa de Alvenaria (1961)
- Pedaços de Fome (1963)
- Provérbios (1963)
- Diário de Bitita (1982)
- Meu Estranho Diário (1996)
- Antologia Pessoal (1996)
- Onde Estaes Felicidade (2014)
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi um a autora brasileira, considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do País.
Ela é autora do livro best seller autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”.
A origem de Carolina
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no dia 14 de março de 1914. Neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta, Carolina cresceu em uma família com mais sete irmãos.
A jovem recebeu o incentivo e a ajuda de Maria Leite Monteiro de Barros – uma das freguesas de sua mãe – para frequentar a escola. Com sete anos, ingressou no colégio Alan Kardec, onde cursou a primeira e a segunda série do ensino fundamental.
Apesar de pouco tempo na escola, Carolina logo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita.
Em 1924, em busca de oportunidades, sua família mudou-se para Lageado, onde trabalharam como lavradores em uma fazenda. Em 1927, retornaram para Sacramento.
A mudança para São Paulo
Em 1930 a família vai morar em Franca, São Paulo, onde Carolina trabalha como lavradora e, em seguida, como empregada doméstica.
Com 23 anos, perde a sua mãe e vai para a capital onde emprega-se como faxineira na Santa Casa de Franca e, mais tarde, como empregada doméstica.
Em 1948 muda-se para a favela do Canindé. Nos anos seguintes, Carolina foi mãe de três filhos, todos de relacionamentos diferentes.
Carolina e a literatura
Morando em uma favela, durante a noite trabalha como catadora de papel. Lê tudo que recolhe e guarda as revistas que encontra. Estava sempre escrevendo o seu dia a dia.
Em 1941, sonhando em ser escritora, vai até a redação do jornal Folha da Manhã com um poema que escreveu em louvor a Getúlio Vargas. No dia 24 de fevereiro, o seu poema e a sua foto são publicados no jornal.
Carolina continuou levando regularmente os seus poemas para a redação do jornal. Por esse motivo acabou sendo apelidada de “A Poetisa Negra” e era cada vez mais admirada pelos leitores.
Em 1958, o repórter do jornal Folha da Noite, Audálio Dantas, foi designado para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé e, por acaso, uma das casas visitadas foi a de Carolina Maria de Jesus.
Carolina lhe mostrou o seu diário, surpreendendo o repórter. Audálio ficou maravilhado com a história daquela mulher.
A publicação de “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”
No dia 19 de maio de 1958, Audálio publicou parte do texto, que recebeu vários elogios. Em 1959, a revista O Cruzeiro também publica alguns trechos do diário.
Somente em 1960 foi finalmente publicado o livro autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, com edição de Audálio Dantas.
Com uma tiragem de dez mil exemplares, só durante a noite de autógrafos foram vendidos 600 livros.
O sucesso de Carolina
Com o sucesso das vendas, Carolina deixa a favela e pouco depois compra uma casa no Alto de Santana.
Recebe homenagem da Academia Paulista de Letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo.
Em 1961, a autora viaja para a Argentina onde é agraciada com a “Orden Caballero Del Tornillo”.
Nos anos seguintes, Carolina publica:
- “Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-favelada” (1961)
- “Pedaços da Fome” (1963)
- “Provérbios” (1965)
O declínio de Carolina
Apesar de ter um livro transformado em best seller, Carolina não se beneficiou com o sucesso e não demorou muito para voltar à condição de catadora de papel.
Em 1969, mudou-se com os filhos para um sítio no bairro de Parelheiros, em São Paulo, época em que foi praticamente esquecida pelo mercado editorial.
Carolina Maria de Jesus faleceu em São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977.
Carolina Maria de Jesus com Clarice Lispector
Carolina lutou a vida toda para existir em uma sociedade racista e desigual.
Ela é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.
Ela é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.
Fonte: @CarolinaMariadeJesusOficial
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