segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

PROSA FLORIANENSE - XI

 PAULINA KOELHER STEIN


Nascida em 13 de fevereiro de 1932, em Sapucaia, atual Paraju, filha de Germano Phillip Koelher e Olga Elisabeth Gerhardt Koelher. Em 29 de junho de 1951, uniu-se em matrimônio com Selso Stein, passando a residir na vila de Marechal Floriano após o casamento. Paulina era proveniente de uma família luterana, o pai do seu noivo Selso Stein, Aureliano Stein, só deu seu consentimento para a união quando ela se converteu ao catolicismo. O seu nome completo era: Paulina Catharina Koelher, mas quando casou retirou o Catharina e ficou Paulina Koelher Stein. Dona Paulina foi uma pioneira em Marechal Floriano, sendo a PRIMEIRA MULHER a abrir um COMÉRCIO. Em sua loja, vendia armarinhos, roupas confeccionadas, utensílios de casa, joias, entre outros itens. Seu principal atrativo era trazer novidades de São Paulo. Ela viajava com frequência e, ao retornar, todos na vila corriam para conferir as novidades que ela havia adquirido. Dentre os produtos que mais fazia sucesso estavam os renomados relógios japoneses da marca SEIKO. Dona Paulina oferecia vendas fiadas, permitindo que os clientes pagassem em até três vezes, algo raro entre os comerciantes da época, especialmente para relógios.

Sempre solícita, ajudava a quem precisava, e assim foram muitas idas para os hospitais na Grande Vitória. 


Foto acima no Campo do América, com a criança, Claudia Yara Pereira.



Abaixo, registro com seus filhos (as):


Dona Paulina, faleceu no dia 09 de maio de 2022. Deixou sua marca na história florianense. 

Eis a nossa jornada:
Vivendo e permitindo que a vida flua. Sendo viajantes do todo, Compreendendo como ser um verdadeiro viajante da existência E evitando ser apenas espectador...

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

PROSA FLORIANENSE - X

 Na noite de 17 de dezembro de 2024, a Câmara Municipal de Marechal Floriano promoveu sua SESSÃO SOLENE - Entrega de Honrarias, em celebração ao 33º aniversário da Emancipação Político - administrativo do município. O evento ocorreu no Plenário Pedro Schunk, situado na sede da Câmara Municipal de Marechal Floriano/ES. 

- Um dos contemplados com essa homenagem foi o senhor Adilso José Cardoso. Foi uma grande honra  redigir a biografia deste notável cidadão Florianense.


Biografia do senhor Adilso José Cardoso

 Adilso José Cardoso, conhecido pelo apelido de "Zoca", nasceu em 29 de agosto de 1947, na vila de Marechal Floriano. Ele é o filho de Rolino Cardoso e Hercília Travaglia Cardoso, e tem mais três irmãos: Jacinto Cardoso, Enildo Antônio Cardoso e Antônio Victor Cardoso. É casado com Miriam Fernandes Cardoso, e juntos tiveram três filhos: Claudia Fernanda Cardoso, Katyel José Cardoso e Victor Fernandes Cardoso (in memoriam).

 O visionário empreendedor Adilso passou sua infância em Marechal Floriano. Durante a juventude, ele vendia frutas e verduras em uma banquinha improvisada na frente da casa onde morava e nas ruas de Marechal Floriano. Ele completou seus estudos e se tornou técnico em contabilidade. A trajetória de Adilso foi repleta de participação e envolvimento nas atividades sociais do distrito de Marechal Floriano e no município de Domingos Martins. Em 1965, ele fez parte da Associação Pró-Desenvolvimento Urbano e Rural do Distrito de Marechal Floriano, onde contribuiu na diretoria.

Momentos marcantes de sua vida incluem, em 1968, seu envolvimento nas obras da nova igreja de Santana, localizada hoje na Colina da Fé e da Ciência. Ele também esteve ativo na organização de uma feijoada em Perobas, com o objetivo de lançar a Pedra Fundamental para a fundação do FHASDOMAR, um hospital do qual foi diretor.

Entre 1968 e 1978, trabalhou como funcionário público em Domingos Martins como secretário da Junta de Serviço Militar, que intercedia junto ao Exército para que nem todos fossem convocados. Como técnico em contabilidade, foi escolhido para fazer treinamento na Receita Federal do Rio de Janeiro, onde teve um papel importante na implementação do CPF no estado do Espírito Santo, focando na Região Sul.

Ele atuou como professor de MECANOGRAFIA e EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA no CENEC e na LBA entre 1970 e 1974. No CENEC, deu aulas para ambas as disciplinas, enquanto na LBA focou apenas em MECANOGRAFIA, relacionada ao curso de manutenção de máquinas de escrever, já que na época ele era representante de uma empresa que fabricava esses equipamentos. 

A década de 70 trouxe grandes oportunidades ao visionário empreendedor Adilso que passou a vender livros, especialmente as enciclopédias da língua portuguesa, campeãs de venda. Em 1974, abriu o primeiro escritório de contabilidade em Marechal junto com seu colega de curso de contabilidade Mario Clarindo Wassem, o Marinho. No ano seguinte, em 1975, como contador e vendo a necessidade dos clientes em fazer seus blocos fiscais e outros impressos, fundou a Papelaria e Tipografia Brasil Ltda., hoje Grafisana pertencente ao seu irmão Enildo. Em 1977 adquiriu uma sonorização, e a empresa passou a ser Papelaria, Tipografia e Publicidade Brasil Ltda., ainda em 1977, lançava a sua candidatura a vereador; não obteve votos suficientes para se eleger, embora tenha se tornado suplente.

Em 1978 participou das tratativas pra trazer a primeira agência bancária para o distrito, o Bradesco inaugurado em janeiro de 1979, também em 1978 junto com seu irmão Enildo criou o primeiro Jornal impresso do município de Domingos Martins, “O Noticiário”. Em alta nos negócios adquiriu a Padaria Gama, hoje Pão Dourado, que passou a se chamar Padaria e Confeitaria Claudia, inovando com a construção de prédio e instalando novos equipamentos como o primeiro forno Elétrico da região serrana.

Sempre com olhar aguçado para os negócios, administrou vendas de consórcios de automóveis e motos, foi onde investiu em mais uma empresa a AUCAR, loja de automóveis e motocicletas, peças e acessórios, além de uma oficina mecânica para automóveis e motos, a loja de peças gerenciada pelo seu irmão Jacinto, e com o movimento crescente se fez necessário criar uma empresa de guincho em 1984 para atender as demandas da oficina, Adilso o empreendedor nato também enxergou a oportunidade e construiu o Hotel Beira Rio e a Funerária São Vicente.

Além das atividades empresariais, seu olhar estava sempre atento para o desenvolvimento do distrito, participou ativamente do movimento para a emancipação do distrito de Marechal Floriano.

Adilso sempre teve uma afinidade por buscar conhecimentos e pelo associativismo, por isso, frequentemente participava de cursos, reuniões em Associações de Classes no município e na capital e foi com um grupo de empresários do ramo automotivo, que participou da fundação da ASSORVES — Associação das Oficinas de Reparação Automotiva do ES; foi presidente de 1994 até 1996, na sua gestão adquiriu um terreno no bairro Fradinhos em Vitória e iniciou às obras da sede, com a finalidade de buscar conhecimento para a classe, com apoio do Sebrae, organizou caravanas de empresários para grandes eventos da categoria, como visitas e treinamentos nas montadoras e fabricantes de auto peças no Brasil e no exterior.

No ano de 1994 participou da reativação do SINDIREPA, Sindicado da Industria de Reparação Automotiva, exercendo as funções de vice-presidente e diretor financeiro por vários mandatos até 2003. Em 1996 sendo referência no ramo automotivo e de remoção de veículos em âmbito nacional, fundou o SINDGUINCHOS — Sindicato dos Guincheiros do Estado do Espírito Santo, que tem UTILIDADE PÚBLICA, e auxiliou em vários estados do Brasil a fundação dos sindicatos, destacando-se como um líder em referência do segmento em área nacional.

Entre 1996 e 1998, como diretor da ASSORVES atuou como membro do conselho do SENAI na seção de cursos, onde implementou o pioneiro curso para MOTORISTAS MULHERES, capacitando-as a solucionar problemas em seus veículos. De 1994 até 2003 foi conselheiro da FINDES — Federação das Indústrias do Espírito Santo. Fez parte da diretoria que trouxe o GÁS PARA VEÍCULOS no ES. Está colaborando com profissionais que oferecem palestras sobre VEÍCULOS ELÉTRICOS e suas questões.

Aqui apresentamos uma breve demonstração da atuação vibrante de Adilso José Cardoso, um visionário e empreendedor Florianense, e sua importância na história do Município de Marechal Floriano/ES.

Giovana Schneider

Escritora e Jornalista

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

PROSAS FLORIANENSES - IX

 A menina que vende livros e suas experiências aleatórias

Por Giovana Schneider

Da minha jornada como escritora…
Vender livros não é apenas uma oportunidade de negócios, mas também um momento de rica troca cultural e aprendizado. Às vezes, coloco minha mesa de livros em algum evento, e cada vez que vou, a experiência se revela profundamente gratificante. Conversar com diversas pessoas, mesmo que nem todas comprem meus livros, permite-me compartilhar um pouco sobre a história da minha cidade e da imigração. Tenho um livro que fala sobre minha terra, a importância do rio e de outros locais que merecem atenção. Além disso, falo sobre minhas outras criações literárias, enriquecendo ainda mais o diálogo e a conexão com os visitantes que se aproximam da minha mesa.
Certa vez, conheci uma jovem que amava leitura e sonhava em escrever um dia. Foi particularmente inspirador. Essas interações reforçam não apenas a relevância da literatura e da escrita, mas também criam uma rede de apoio e incentivo para futuros escritores, algo extremamente valioso.
Em outra ocasião, uma moça que estava visitando a cidade relatou ter acabado de concluir um mestrado e estava sem nenhum livro para ler. Ela se encantou com a capa do meu romance, leu a sinopse e decidiu levar um exemplar. Essas trocas com pessoas tão diversas são uma fonte inesgotável de inspiração e aprendizado.
Por exemplo, conheci uma jovem que me mostrou seus poemas. Sua sensibilidade e profundidade revelaram um talento artístico que trouxe um momento especial de partilha. Também abriram portas para conversas sobre o poder das palavras e a beleza da poesia.
Ah, e nem tudo são momentos profundos! Algumas situações são curiosas e até engraçadas. Um dia, um rapaz me perguntou se eu estava vendendo “copão”. Eu não sabia o que era, mas descobri que se tratava de uma bebida alcoólica. Respondi com humor, dizendo que estava vendendo “letras” que vinham em livros. Ele riu e pediu desculpas pelo mal-entendido. Esse episódio destacou a essência do meu trabalho como escritora e mostrou que, mesmo em equívocos, é possível criar momentos leves e memoráveis.
Essas experiências demonstram que vender livros vai muito além de uma simples transação comercial; é uma rica troca de ideias, histórias e culturas que enriquece tanto quem vende quanto quem compra.
Portanto, seja escrevendo para libertar meus fantasmas ou narrando as aventuras da menina que vende livros, o ato de escrever é, para mim, uma forma de explorar e compreender tanto o mundo ao meu redor quanto meu próprio universo interior. É uma jornada contínua de autodescoberta e conexão com o outro, onde cada palavra tem o potencial de transformar vidas, inclusive a minha.
Todas as reações:
Você, Lu Schneider, Gessimara Merlo e outras 373 pessoas

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Cemitério da Soledade (UM POUCO DA NOSSA VISITA EM BELÉM DO PARÁ )

Adquirimos um conhecimento valioso ao visitar o Cemitério de Nossa Senhora da Soledade. 

Parque Cemitério da Soledade é um parque urbano e mortuário brasileiro, inicialmente era uma necrópole pública fundada em 1850 pelo capitão Joaquim Vitorino de Sousa Cabral no bairro de Batista Campos devidos as epidemias do século XIX na cidade paraense de Belém (estado brasileiro do Pará). Tombado em 1964 como patrimônio arquitetônico do estado brasileiro do Pará. Em 2023 foi transformado em parque urbano e espaço museológico-cultural.
O número de enterros ultrapassa trinta mil sepultados, impulsionado pelas vítimas das epidemias de febre amarela (1850) e de cólera (1885). Fonte: Pesquisa Internet

Além da gastronomia e dos diferentes pontos turísticos que atraem visitantes de todos os cantos do planeta, que vou compartilhar ainda com vocês. Belém também guarda variadas lendas de aparições sobrenaturais.

O Cemitério da Soledade é o primeiro cemitério público de Belém, funcionando entre 1850 e 1880. Como parte de um projeto de restauro, o presente artigo objetiva investigar os padrões de uso do interior dos jazigos do cemitério a luz da arqueologia mortuária e bioarqueologia. Foram utilizadas metodologias de mapeamento, documentação fotográfica sistemática e descrição das estruturas, objetos e ossos humanos. Foram investigados 31 jazigos, representando locais de sepultamento de membros de famílias nobres de Belém. Os resultados mostram que os sepultamentos secundários, depositados em urnas de pedra, ferro e madeira, ocorreram entre 1870 e 1983. Os jazigos apresentaram deterioração de paredes, portas e teto, e violação sistemática das urnas. No interior dos jazigos foram encontrados materiais de ritualização popular e de descarte. Esses resultados indicam que o Cemitério foi ocupado e reocupado incessantemente desde sua criação, indicando uma combinação de abandono com reutilização do espaço para outros propósitos.
Fonte: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/13675

Vamos começar com a nossa visita no Cemitério da Soledade. Conhecemos um Guia muito amigável, o Paraense Jorge Gabriel, estudante de Turismo e também fazendo um estágio no Soledade. Pessoa extremamente gentil, educada e perspicaz, ele compartilhou conosco informações preciosas sobre aqueles que foram sepultados ali.





Aqui o Guia Jorge estava explicando a respeito dos artefatos que foram encontrados nas escavações e que estão em esposição: Cerâmicas, Frascos de Remédios, dentre outros pequenos objetos. Neste local também tem muitas fotos dos trabalhos realizados e de túmulos e suas histórias. Nilza estava atenta, eu preocupada em registrar tudo, ficamos ali por algum tempo.




  O registro ao lado é dos trabalhos na restauração.
Abaixo são os alguns dos artefatos encontrados e que estão em exposição.



Perguntamos a respeito dos famílias dessas pessoas que estão ali enterradas, o Jorge nos respondeu que a maioria já não mantinham mais relação com o jazigo familiar, com exceção  de um caso que ocorreu em 1983. 






 






TÚMULOS DE DEVOÇÃO POPULAR 

Identificar os túmulos dos chamados "Santos Populares" é uma tarefa simples, pois próximos às suas sepulturas é comum encontrar velas, flores, fitas e placas de mármore com mensagens de agradecimento por bênçãos recebidas. Além disso, é possível encontrar brinquedos, doces e alimentos deixados por devotos em sinal de gratidão pelo atendimento de seus pedidos.   

Escrava Anastácia - Graça alcançada para casos de pedido especifico.
Uma outra mulher escravizada que está enterrada nesse local e que atualmente é considerada uma santa popular é conhecida como Escrava Anastácia ou Romana. No livro ‘Procissão dos Séculos: vultos e episódios da história do Pará’, publicado em 1952, o historiador Ernesto Cruz menciona que essa mulher, reconhecida como Romana, foi o primeiro sepultamento oficialmente registrado no cemitério.
Encontrei no site "Diário do Pará"

Menino Cicero - Graça alcançada em casos de doenças infantis e problemas escolares, sendo oferecidos em sinal de gratidão, vestimentas e alimentos. 
Em outro trecho do cemitério, uma criança recebe homenagens, o santo popular conhecido como Menino Cícero. O túmulo recebe brinquedos em homenagem à alma da criança enterrada no local, como um caminhão de plástico e bolas de gude. Na lápide, uma grande quantidade de terços e fitas amarradas. Na placa está escrito "ao inocente Cicero", o guia Jorge nos explicou que quando assim está escrito sgnifica que a criança morreu antes dos sete anos. Cicero é muito assossiado aos Erês, na Umbanda, os Erês são espiritos de crianças que evoluiram, mas não chegaram a encarnar. Eles são considerados divindades infantis que se aproximam dos Orixás e transmitem suas sabedorias.



Advogado Joaquim D'Almeida - Graça abençoada em casos de problemas judiciais, sendo oferecidas placas em mármore, em sinal de gratidão.
Considerado um homem que, durante sua vida, teria prestado auxílio aos mais necessitados, as diversas placas de mármore deixadas em sua homenagem expressam gratidão por bênçãos relacionadas a questões jurídicas ou financeiras.

Preta Domingas - Graça alcançada para casos de pedidos especificos. 
No corredor principal, uma outra sepultura se destaca pela intensa visitação, pertencente a uma mulher conhecida apenas como Preta Domingas, que faleceu em 25 de março de 1871. Essa mulher, que viveu na condição de escravizada, recebeu uma homenagem ao ser enterrada em uma área privilegiada do cemitério, próxima à Capela dedicada a Nossa Senhora da Soledade. No sepulcro dela, não há registro da data de nascimento, apenas da morte. O guia Jorge mencionou que ela era parteira, o que pode ser uma das razões para seu sepultamento em uma área de destaque.


O menino Zezinho, que morreu em 1881 devido a maus-tratos, é lembrado na cidade como o menino nu sentado segurando um pergaminho com seu nome e data de falecimento. Seu túmulo é bem frequentado no Cemitério de Nossa Senhora da Soledade. Na última vez que estivemos lá, presenciamos um homem acendendo uma vela em sua homenagem.
"Apesar da referência atribuída pela forte devoção popular, a partir de sua lápide a única informação que se tem é a de que ali foi enterrada uma criança chamada José, que faleceu a 13 de fevereiro de 1881, ainda no século XIX".


 

Na tumba de uma mulher chamada Marianna Izabel Leite da Silva, que foi sepultada em 1880 e cuja lápide exibe a frase “amor conjugal”, a devoção do povo está intimamente ligada a temas amorosos.



Árvore da espécie Mangifera Indica, Mangueira, é conhecida também como árvore da felicidade - 
É local de devoção das religiões afro-brasileiras.












Adquiri muitos conhecimentos, e confesso que sempre tive o desejo de participar de uma visita guiada em um cemitério. As narrativas não se encerram aqui; elas prosseguem em cada sepultura do Cemitério da Soledade, proporcionando uma verdadeira viagem no tempo. Esse é um trabalho incrível que estão realizando, garantindo que a história não seja esquecida ou enterrada junto com os que partiram.
Neste cemitério contém os restos mortais de importantes figuras da história do Estado, incluindo o capitão Manoel Barata, que foi político, advogado e historiador paraense; a “princesa” Cecília Augusta de Assis Chermont, filha do político Justo Leite Chermont (a jovem morava em Paris e Justo mandou construir, no Soledade, um mausoléu de uma princesa para receber o corpo da filha); o cônego Manuel José de Siqueira Mendes, sacerdote católico e político nascido em Cametá, que dá nome à primeira rua de Belém; o General Gurjão, militar brasileiro que participou da Guerra do Paraguai e é considerado patrono do Exército na Amazônia; e Antônio Gonçalves Nunes, barão de Igarapé-Miri, entre outras personalidades.
Durante nossa visita ao Cemitério da Soledade, encontramos pessoas tirando fotos, incluindo uma que estava vestida de bailarina e posou junto ao mausoléu da "princesa" Cecília Augusta. Às segundas-feiras, realiza-se um culto em homenagem às almas. O cemitério abriga exemplares das arquiteturas barroca, neogótica e neoclássica que é a mais evidente. Realmente impressiona pela sua beleza. Também notei que há muitos gatos vivendo por lá, e são muitos mesmo. Em um mausoléu simples, mas pertencente a uma família abastada, está escrito: "NÃO A VAIDADE MAS A SAUDADE". 
Tem também as Três Virtudes que nos falou o guia Jorge: "Uma mulher que segura uma Cruz simboliza a Fé; outra, um Anjo segurando uma Âncora representa a Esperança; e uma mulher com uma Criança nos braços personifica a Caridade".

O que nos chamou também a atenção foi o túmulo da criança, Luiza Calandrini Sarah Bond Dewei, filha de cientistas que morreu com quase dois anos de idade, seu túmulo tem o símbolo da rosa com o galho quebrado, e também Folhas de Acanto, que segundo o guia Jorge, tem relação com a morte infantil e é rodeado com textos dedicados a ela:
VÔA, VÔA, Ó MEIGO ANJINHO, 
DEIXA A TERRA , E BUSCA OS CEOS;
HE CURTO, HE BREVE O CAMINHO,
VÔA, QUE O BERÇO HE O NINHO
DAS MESINHAS DE DEOS.  (SIC)

Dentre outros simbolos que tem no Soledade são: 
- Folhas de Acanto Simboliza as provações vencidas 
- Vaso com Chamas Simboliza o Fogo Eterno
- Ampulheta Alada Passagem do Tempo, Inexorável e Veloz
- Cobra que Morde o Próprio Rabo: Simbólo da Eternidade



Aqui estão algumas fotos da nossa visita ao Cemitério da Soledade:















 



O Cemitério da Soledade é como um verdadeiro Museu a Céu aberto. Através do acompanhamento do Guia Jorge Gabriel, pudemos ouvir inúmeras histórias e aprender detalhes incríveis. Mesmo sendo um estagiário, ele demonstrou ser um profissional excepcional, mostrando grande conhecimento e cuidado em suas explicações. Se você for em Belém do Pará, não deixe de fazer uma visita no Soledade, ali com certeza, vai ficar sabendo de ricas curiosidades. Os cemitérios são locais que guardam histórias e tem uma grande importância cultural.

E TEM MAIS...
Há também uma outra Lenda Urbana em Belém, relacionada a JOSEPHINA CONTE. Ela repousa no Cemitério de Santa Izabel, também em Belém, e é conhecida como a "MOÇA DO TÁXI". A história narra que em seu aniversário, uma jovem decide sair pelas ruas de Belém e chama um táxi. Durante o percurso, solicita ao motorista um passeio pela cidade e, depois, pede que ele cobre a corrida do seu pai. No entanto, ele se assusta ao descobrir que a moça já faleceu...
Giovana Schneider  




quinta-feira, 18 de julho de 2024

Ferroviários da Vila de Marechal Floriano Part.: I /II

 

Histórias da construção da ferrovia

Inauguração da estação

Era  um domingo, dia 13 de maio de 1900, quando ao meio dia  um trem partiu da estação de Argolas, em Vitória, com destino a Estação Marechal Floriano, na Vila do Braço do Sul. Na comitiva  estava o governador José Marcelino Pessoa de Vasconcelos,  que fazia sua última viagem já que no dia 22 do mês corrente entregaria seu cargo. O trem chegou no seu destino às 15, 05 minutos, para inaugurar a nova estação .Era um dia chuvoso, mas segundo jornais, não ofuscou a festa. A partir  desta  data  tudo começou a fica diferente, a Vila perdeu o nome ,  passando a chamar de Estação de Marechal Floriano.


Com a inauguração da estação, começaram a surgir os primeiros ferroviários. O primeiro agente de estação, foi Alcino Fundão. Na época era praticante de Estação. Não residia na vila, já que a Casa do agente da estação, que começou a ser construída   em 1899.Conforme registro do Jornal Estado do Espírito Santo de 06/06/1899,  naquela ocasião não estava pronta. Somente com a venda da ferrovia para a  The Leopoldina Railway Company Limited   em 1907,  onde a obra foi  finalizada. Em 1904, Alcino era agente de estação de 3ª classe. Em 1906  foi destinado a estação de Argolas. Em 1907 foi promovido a agente de 2ª classe. Com a venda da ferrovia para os ingleses, Alcino exerceu vários cargos no governo estadual. Em  31/08/1927 foi nomeado almoxarife efetivo da diretoria de água a e esgoto. Casado com Adília Vieira. A esquerda Almanak Laemmert  1905 – Hemeroteca Digital NA. 
                                                 Ferroviários
Sobre os antigos ferroviários, sabemos muito pouco . Conforme registros de jornais de 1906, , a estação era a administrada pelo praticante de estação, já que Alcino foi transferido para a capital. Anexos  registro do Jornal oficial de 09/011/1905, constando o efetivo da Estrada de Ferro Sul Espirito Santo. Jornal  Oficial de 23/07/1907 constando  regulamento referente ao cargo de agente da Estação da estrada Ferro Sul Espírito Santo Evidencias: Arquivo nacional - RJ.



Com a venda da ferrovia para os ingleses,  foi quando chegaram os primeiros ferroviários. A casa do agente foi reformada para moradia do agente.  Porém não consegui informações sobre estes primeiros ferroviários. A direita  Relatório de 1911, publicado pelo Ministro Dr. Francisco Sá.  Ministério da Viação e Obras Publicas –Decreto de nº 6.4.56 de 20/04/1907, quando a The Leopoldina  Railway Company Limited, incorpora a Estrada de Ferro Sul Espirito Santo, que gozara direito por 45 anos.  Empresas que estes empregados trabalharam durante mais de cem anos  No período da Estrada de Ferro Sul Espírito Santo, a evidências do agente e Alcino e  José Luíz, guarda-chaves. A partir de 1907, The Leopoldina  Railway Company Limited. No final dos anos quarenta a Companhia teve muitos problemas, com dois grandes desastres, um no Estado do Rio, no rio  Tanguá, com quarenta mortes. Outro no final do ano, no Espirito Santo, conhecido como desastre do Engano. Além dos acidentes, atrasos nos pagamentos  dos empregados, atraso nos trens de passageiros, sucateamento de maquinários. Mediatamente  a todos estes problemas, presidente Eurico Gaspar Dutra encampou-a em 20 de dezembro de 1950, a lei nº 1.288 autorizava a implantação definitiva da ferrovia que passou a chamar Estrada de Ferro Leopoldina (EFL), ficando sob a jurisdição do Ministério da Viação de Obras Públicas. Com a nova empresa, os salários melhoram, obtiveram outras vantagens, o salário em dia, e um forte sindicato. Em 1956, os empregados da Leopoldina, tinham melhores, do que os da Cia. Vale do Rio Doce. O Jornal Folha Capixaba de 16/06/1956, os ferroviários da VALE, pedindo  equiparação de salários, como os da Leopoldina. Juscelino Kubitschek em 16 de março de 1957, cria  por meio da Lei 3.115, a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) era caracterizada como empresa de economia mista. Consolidando 18 ferrovias regionais, possuía administração indireta do Governo Federal e era vinculada, funcionalmente, ao Ministério dos Transportes. Finalmente em 14 de junho de 1996, a linha Centro-Oeste, foi vendida em leilão por R$ 316,9 milhões para a Ferrovia Centro Atlântica S.A, entrando em operação em 01 de setembro de 1996. Em 2011 foi criado  a VLI (Valor da Logística Integrada), reunindo todos os ativos de logística da Vale, inclusive a Ferrovia Centro Atlântica S.A. Abaixo recorte de Jornal Folha Capixaba e  Foto do ano de 2004, a estação com a locomotiva da Ferrovia Centro Atlântica.


       Caixa de Aposentadorias e Pensões  dos Ferroviários

Em 24 de janeiro de 1923,foi promulgada  a lei federal que fez dos ferroviários, no setor privado, os precursores do direito a um pagamento mensal durante a velhice. Conhecida como Lei Eloy Chaves, a norma é considerada a origem da Previdência Social. A Lei Eloy Chaves obrigou cada companhia ferroviária do país a criar uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP), departamento incumbido de recolher a contribuição do patrão e a dos funcionários e pagar o benefício aos aposentados e pensionistas. Os empregados a Leopoldina  criaram a Caixa de Aposentadorias e Pensões  dos Ferroviários. 

Regalias

Vitaliciedade que tem  mais de 10 anos de serviço. Não podendo ser demitido , enquanto bem servirem. 
Serviço  médico em caso de doença a sua pessoa, ou pessoa da família.
Aposentadoria que tiver 50 anos, ou 30 anos de serviços.
Pensão a viúva e filhos menores.
Pagar ordenados, quando o servidor for prestar serviço militar
Os ferroviários pagarão mensalmente  3% do seu ordenado, e uma joia dividida em quatro prestações.
As empresa concorrerão com 1% de sua renda bruta.
Os ferroviários vibraram com este novo sistema, com uma adesão de quase 100% dos empregados.  Porém a Leopoldina Railway não aceitou, mas teve que cumprir a lei. Caixa de Aposentadorias e Pensões  dos Ferroviários, em outubro de 1923, saiu na frente, convocando eleição para administrar. A direita O Jornal do Brasil – RJ  de  31/10/1923.

                                             Getulismo

Assim era chamado por seus simpatizantes de "pai dos pobres", pela legislação trabalhista e políticas sociais. Antigos ferroviários  que conheci, tinham uma verdadeira paixão por este politico. Lembro-me bem, seu Manoelzinho Falcão, com uma revista O Cruzeiro, onde tinha uma grande reportagem, sobre a morte do Getúlio. Seus olhos brilhavam, ao falar deste grande presidentes, Falava com orgulho, foi o maior presidente. Na venda do seu Celso Stein, reuniam-se para debater política e tomar aquela cerveja Brahma chopp. Em 1964 tinham esperanças de que João Goulart  continuasse no poder. Em 18 de julho de 1967, quando faleceu o Presidente Castelo Branco, o agente Antonio José da Penha, soltou foguetes para comemorar a morte do militar. Tinham um sindicato ativo. Os ferroviários participaram da greve de 1964.Mesmo com  forte repressão e a intervenção do governo nos sindicatos, a greve durou duas semanas. Acabaram concedendo um reajuste de 63%. A direita acima, O jornal de 19 de janeiro de 1961. O mantenedor é responsável pela manutenção da linha e demais atividades que garantam o bom funcionamento do tráfego ferroviário. Antigamente era uma profissão que dependia de muitos esforços. Para deslocar, o trolley era movido a força humana. Usavam varas de bambu, com um ferrolho na ponta. Para deslocar em direção a Rio Fundo, tinha uma subida. Para deslocar para Domingos Martins, a volta também era subida. Tudo era manual, enxadas, picaretas, marretas e famoso arco de pua, para furar o dormente, para pregar o trilho. Sem falar o peso do trilho, que tinha em média, seis metros. A refeição era feito em casa, levavam em  marmitas de alumínio, de cinco repartições.  Até 1955, a garagem do trolley e a casa do feitor ficava na Barra do Rio Fundo, hoje Posto Ypiranga. Quem residia na vila de Marechal, tinha que deslocar até a Barra. Trabalhavam no regime de semana inglesa, onde  sábado e o domingo, tinham como  repouso. Abaixo Foto  dos anos sessenta. Empregados da RFFSA, que davam manutenção a linha.  Foto de Nair Borgo. 


                Momentos Difíceis Para os  Conservadores de Linha

Eram nas ocasiões de desastres ferroviários e   de períodos prolongados de chuvas torrenciais. Não havia descanso, pois tinha que por os trilhos no seu devido lugar, para dar continuidade ao tráfego. Foram inúmeras vezes que tiveram  situações. Em 15 de março de 1906, quando uma chuva torrencial, entre as estações de Marechal e  Santa Isabel ( hoje Domingos Martins), onde a chuva. Trabalharam por três dias e três noite, sob o comando do mestre de linha Joao Dionysio de Sousa. Neste mesmo ano aconteceu outro acidente  com barreira, onde a circulação de trem ficou parado por três meses. Em abril de 1926 , uma tromba d'água, onde o trecho entre Marechal e Domingos Martins, foi totalmente destruído. Em abril de 1937, aconteceu um grande estrago. Uma tromba d'água entre Viana e Marechal, tudo  foi destruído. A Leopoldina teve que contratar mais de 400´pessoas, para colocar os trens em circulação.  Neste período a empresa colocou em circulação, um trem entre  Marechal e Cachoeiro do Itapemirim, O trem partia de Itapemirim às 12:34. De Marechal, as 07:22 A direita o Jornal Diário da Manhã de 23/04/1937. relatando as causas da interrupção do tráfego. Nesta reportagem o presidente da Leopoldina , faz um elogio aos trabalhadores, que deram de tudo para colocar os três em circulação. A foto é de pontilhão, sitiada a três quilômetros estação de Marechal, onde podemos ver a linha suspensa  e caída no barranco. Foto original, pertence a Casa da Cultura de Campinho.


Enchente de 1960, foi outro grande prejuízo para Rede Ferroviária Federal (RFFSA), na ocasião, era a responsável pela administração deste trecho. Foram meses para recuperar a linha entre Vitoria a Cachoeiro do Itapemirim. Não podemos de deixar de citar outro acontecimento ferroviário, que acontece na véspera de natal de 1950. Um grande acidente ferroviário, perto da estação de Engano, município de Alfredo Chaves, na altura do km 539. Onde houve mortes e destruição total de equipamentos e da linha. Revista da Semana – RJ – 13/01/1951. Além da manutenção, os trabalhadores da Leopoldina, tiveram que retirar corpos, que estavam entre as ferragens.

                          O Fim das ferrovias

Com a  política de industrialização continua do presidente Juscelino Kubitschek, que assume em 1956 e elege a indústria automobilística como catalisador de seu plano de desenvolvimento Com a erradicação de ferrovias, durante  o governo militar, de uma politica voltada para rodovias, as ferrovias começaram ser sucateadas. Isto aconteceu com o ramal de Vitória a Cachoeiro. Com isto começamos a perder o apito vibrante da Mikado, saindo da estação. O glamour do agente de estação, com seu impecável uniforme.   Do passageiro vindo do Rio de Janeiro,  com suas malas recheadas de novidades, e  até a  mesa farta da Morena , com seus bolinhos e café. O guarda-chaves aposentou. No início dos anos  oitenta, partia o último trem para  Cachoeiro de Itapemirim. Ao longo dos anos, o a memória das linhas férreas, começaram  a serem  esquecidas.  Hoje  só temos lembranças dos antigos  ferroviários. Muitos já se foram. Aqueles que permanecem, de cabelos brancos, nos contam suas histórias, orgulhosos de serem ferroviários,   profissão relevante, na época. Eram tratados com muito respeito e prestígio.  A ferrovia provavelmente não vai mais existir, nesta região, mas a história destes ferroviários, jamais será esquecida. 

Poema do Ferroviário
 
O, não deixeis morrer,                                                            
Definitivamente ,
O grito lancinante das locomotivas,
Dentro da noite !

No silêncio da treva,
Quando te revolves insone,
No teu leito solitário,
È  ele que te acorda
Para as distâncias impossíveis,

Quando te debates,
Esmagado pela solidão noturna,
Ao desamparo da tua descrença.                                               
No velho drama, da angústia metafisica,
Em face da razão geométrica,
É o gemido humano das locomotivas
Que te acena pasárgadas e Schangri-Lás
Para a inútil evasão de ti mesmo.

Se te envergonhas da tepidez de teus agasalhos,
Por saberes que há tantos corpos miseráveis
Estirados no chão nu,
Esse apito na escuridão, é o clarim que te anuncia
a madrugada do mundo melhor de  amanhã.


É ainda ele quem te leva
Para essas ilhas do amor recíproco,
Afloradas no vago mar do teu sonho.
.
Escutai, pois,
Ó técnicos da eletrificação,
 e perdido clamor do poeta terrestre !
 Escutai e atendei,
Imitando-o no adeus de vossas Diesel Elétricas !

E não deixeis morrer,
De todo para o sempre,
O grito lancinante das locomotivas,
Dentro da noite... 

Do livro “ Cântico  dos Pioneiro” do farmacêutico J. Melo Macedo, de Tanabi, São Paulo;
Evidências; Gazeta da farmácia – 1963. Arquivo Nacional – RJ.
  

     Laurentino  Bandeiro
 
Um dos primeiros empregados da antiga Leopoldina. Nasceu na vila do Braço do Sul, em 03/06/1898, filho de José Bandeira da Vitória, falecido em 05 de maio de 1925 e Braulina  Maria do Rosario, nascida em  05 de julho de 1883.  Em 20 de outubro de 1953 casou no cartório de Araguaia  com Ana Maria de Oliveira, nascida em 18 de junho de 1906, na vila de Marechal Floriano, filha de João Portinho de Oliveira , falecido em 04  de abril de 1923 e Dorotheia Maria Oliveira, falecida em 10 de fevereiro de 1921. O comerciante Celso Stein, conhecia muito bem a historia deste casal.  Com a morte de Laurentino, Celso administrou a vida da Ana, muito conhecida em Marechal como “Aninha Bandeira”. Laurentino começou ainda jovem a trabalhar na ferrovia. Conheci este senhor, que comprava na venda do meu pai. Usava um chapéu de palha, de abas longas. De fala mansa. Era um senhor de estatura alta e forte. Aos domingos sentava num velho banco da estação com seus amigos, para contar historias. Faleceu em 09 de julho de 1957, com 59 anos, sendo a causa da morte, colapso cardíaco. Já estava aposentado. A direita registro de casamento de Laurentino APEES. 
                   Feitor de Turma  Ferroviário
Era responsável pela manutenção da linha, como troca de dormentes, trilhos, limpezas de bueiros. Andava sempre na frente do trolley. Carregava uma pasta de ferro, onde continha documentos de apontamentos.

Benício Nascimento da Victória
Foi feitor por muitos anos na antiga Leopoldina e RFSSA. Nasceu em 28 de agosto de 1908, na Barra do Rio Fundo, filho de Francisco Nascimento e Joanna Conceição Em 02 de julho de 1932 casou no cartório de Rio Fundo com Maria Pereira da Silva, nascida em 07 de setembro de 1904, em Viana, filha de Emidio Silva e Vicência Maria. Benicio faleceu em 26/08/1964, com  56 anos. 

                                                                Guarda-Chaves


O primeiro registro que temos foi José Luís, da antiga Sul Espírito Santo. Em 1918 temos Francisco Paulo, empregado da Leopoldina Railway Company Limited. Guarda- chaves numa estação fazia de tudo. Desde de limpar a estação, pátios, engraxar as chaves, fazer manobras, controlar entradas e saídas de mercadorias. Ainda fazer serviços na casa do agente. Naquela época as locomotivas eram tocadas a lenha. Quando uma composição chegava na estação com pouca lenha, era guarda-chaves que tinha que abastecer. Tinha um tempo curto, para colocar na máquina, no mínimo, um  metro cúbico de lenha. A direita, anos  setenta, estação com desvio para a rua, na Praça José Henrique Pereira.

                                                Continua [... ]



PROSA FLORIANENSE - XI

  PAULINA KOELHER STEIN Nascida em 13 de fevereiro de 1932, em Sapucaia, atual Paraju, filha de Germano Phillip Koelher e Olga Elisabeth Ger...