Conforme relatório de Ministério da Agricultura de 1862/63, pelo Ministro e Secretario de Estado Pedro de Alcantara Bellegarde, onde menciona no relatório da Colônia de Santa Izabel, a fundação da vila do Braço do Sul, em 1862. A partir desta data, teve o inicio do atual município de Marechal Floriano, onde já menciona escolas, sendo os professores Gaspar Singer, austríaco católico em Santa Izabel e o pastor luterano Heinrich Eger, em Campinho. Fonte: Center for Research Libraryes Chicago - USA
No atual município de Marechal Floriano, os primeiros registros de professores que temos, são do Ulrich Kuster, suíço, residente no Braço do Sul, o alemão Johann Hoffmann, na região do Soído, margens direita do Rio Braço do Sul, todos de confissão luterana. Em 1862 a maioria dos colonos da margem direita do rio, eram luteranos. Na outra margem católicos, que já tinha sua escola. Este local hoje pertence a Domingos Martins, conhecido como Soído (Santa Úrsula). Na região do Braço do Sul, nesta época já tínhamos brasileiros, filhos de imigrantes da primeira leva, e brasileiros natos. A maioria das crianças não frequentavam escolas. O governo provincial não tinha muito interesse em construir escolas. As que tinham, eram distantes. O ensino caseiro predominou por muitos anos. Geralmente eram os mais velhos que ensinavam os mais jovens. Na imagem acima relatório da província do Espirito Santo de 1865, pelo Presidente Alexandre Rodrigues da Silva Chaves, sobre escolas na Colônia de Santa Isabel. Devido as dificuldades, o governo Imperai sugeriu dar premio para os frequentar escolas . Fonte: Center for Research Libraryes Chicago - USA.
Entre 1862, até o final do século, não encontrei uma professora, todos registros que pesquisei, eram homens, sendo que a maioria, a profissão de mestre, era uma forma de conseguir mais renda. Tínhamos carpinteiros, pastores, padres, ferreiros e muitas outras. Na região do Soído ( Boa Esperança), tivemos um professor renomado, Rudolf KunzendorfF, sendo que sua principal atividade, carpintaria. Formado em teologia pela universidade de Leipzig. As escolas eram construídas pelos próprios moradores, onde o aluno frequentava por dois anos, três vezes por semana. O dia escolar era em média, de duas horas. Sendo que o objetivo maior era aprender ler e escrever em português. Embora que a língua que predominava, era o alemão. Carl Littig V. As informações do texto ao lado, são de uma entrevista que fiz com seu filho Walter Littig, em 2004, onde relatou o tempo de escola do seu pai. Jair Littig .
Na imagem a direita, Cartilha escolar nos idiomas português e alemão, datada de outubro de 1891, em Sóido. Este Sóido citado acima, hoje é Boa Esperança. Abaixo , Partes de um livro escolar datado de 24/10/1891, em Soído. No registro consta o nome de Hilário Ribeiro nascido em Porto Alegre , foi educador e escritor brasileiro.
A partir de 1897 Damaso Aguiar Brandão vem lecionar na região do Sóido, hoje Santa Maria Documento datado de 10 de março de 1897, onde moradores de Soído, reclamam ao presidente da província, sobre a retirado do Professor Damaso Aguiar Brandão. Fonte Jornal Commércio do Espirito Santo de 30/03/1897.
No início do século XX o sistema educacional começou a melhorar. As professoras já tinham o curso de normalista Relatório do Presidente da província Marcondes Alves de Souza de 15/10/1914, onde consta o decreto 583 de 05/03/1914, onde o ensino primário passa a ser obrigatório para todas as crianças entre sete doze anos. Os responsáveis pelos menores, se não obedecessem o decreto, eram punidos. Meu avô Emilio Oscar Hülle foi intimado, pois seus três filhos maiores, deixaram de comparecer a escola do professor Antonio Alencastre, em Rio Fundo. Minha mãe Carlota contou que: “A escola do Alencastre ficava muito distante, pois residiam no Picadão. Em 1921 Manoel Endlich construí uma escola no Alto Batatal, hoje Fazenda Aparecida, sendo o professor Arnaldo Kuster. A Distância da escola, era de meia hora a pé. Eu e meus irmãos Emílio e Augusto, frequentavam três vezes por semana”. Abaixo Jornal Diário da Manhã – ES
Período da 2ª Guerra Mundial
Embora que no período da Segunda Guerra, no atual município de Marechal Floriano, não haviam mais escolas, onde o idioma alemã predominava. Falava o alemão em casa, nas igrejas luteranas, e alguns padres católicos. Em Campinho tinha a escola do professor Eugen Schwahn, onde ensinava o português e alemão. Porém em 1939, Getúlio Vargas proibiu o alemão, italiano e japonês. Muitos documentos, livros, fotografias foram destruídas. Meu avô não destruiu. Fez um buraco debaixo do fogão, onde colocou livros, fotos e documentos. Na época o governo estadual criou uma interventora escolar, Guisela Salloker. Fiscalizou com rigor, prendendo muita gente. A direita Escola de Araguaia, Ezequiel Ronchi, onde continha sobrenome italiano, a policia mandou pintar o nome de preto.
Última Escola Alemã
Escola do professor Eugen Schvehm em Campinho. Nesta escola estudaram o filho do Carlos Littig V , Walter e as filhas de Emílio Oscar Hülle, Clara e Alida. A esquerda Foto dos alunos do Professor Eugen Schvehm – 1934. Na segunda fila da esquerda para direita, a terceira é Clara Hülle, e a penúltima sua irmã Alida.
Em Peixe Verde/ Bom Jesus, da esquerda para direita alguns decretos da nomeação de professores. Uma das primeiras professoras de Peixe Verde foi Carmen Martinez Fonte: Jornal Diário da Manhã de 27/01/1916. Em 1927 a professora era Olivia Maria da Conceição. Fonte: Jornal Diário da Manhã de 08/06/1923. Flores foi lecionar em Peixe Verde. Fonte: Jornal Diário da Manhã de 27/01/1924. Flores foi lecionar na Fazenda do Manoel Endlich.
Em 1940 Fernandina Gianordoli foi lecionar em Bom Jesus. Em 1954 foi transferida para a vila de Marechal Floriano Foto: Alunos da escola mista de Bom Jesus e Costa Pereira. Professora Brígida Ferreira- 1945. Foto original pertence a família Wernersbach. Fonte: Livro A História de vida de um vencedor. Gustavo José Wernersbach. Santa Maria Wernersbach e Maria da Penha Wernersbach Ronchi.
Um dos filhos ilustres de Bom Jesus, foi Gustavo José Wernersbach. No livro A História de vida de um vencedor. Gustavo José Wernersbach. Santa Maria Wernersbach e Maria da Penha Wernersbach Ronchi, Gustavo fala de sua infância na escola “A escola era particular, localizada a oito quilômetros de sua casa, pois naquele tempo a escola publica não existia. Ele se esforçava para aprender tudo que o professor ensinava. Era bom de matemática. Estudou até terceiro ano primário. Para chegar à escola andava um hora. Usava uniforme de casimira e andava descalço. Seu caderno era uma lousa de pedra. A merenda era bolo de milho que levava de casa. O professor era austero. Bravo que batia quem não andasse direito. Uma vez invadimos e roubamos maracujá na escola e ficamos todos presos. Relembra Gustavo, ele queria aprender e onde tinha alguém para ensinar, lá estava Gustavo, ouvindo e prestando atenção”.
Soído/Boa Esperança
No final do século passado era conhecido como Soído, com a inauguração da igreja luterana, passou a chamar de Boa Esperança. Um dos primeiros professores foi o imigrante alemão Johann Hoffmann. Em 05 de setembro de 1861, embarcou no porto de Hamburgo, no navio Júpiter , com destino o porto do Rio de janeiro . Um humilde imigrante, solteiro, conheceu sua futura esposa na viagem. Na colônia de Santa Isabel, prosperou, como agricultor, professor e comerciante. Doou terreno para construir uma capela luterana. Seus descendentes se espalharam pelo Brasil, com diversas profissões, como professores, funcionários públicos, pastores, engenheiros e médicos. Johann faleceu em 20 de novembro de 1916, com 77 anos e dois meses, sepultado no cemitério luterano de Boa Esperança.
Nasceu em Guhrau, na Prússia em 25 de abril de 1852, filho de Friedrich e Karoline Kunzendorff. Licenciado em teologia pela Universidade de Leipzig. Seu pai era agricultor. Exerceu pouco tempo o pastorado. Segundo informações de Hedwig prestou serviço militar na cavalaria do exercito alemão em 1874. Rudolf casou com Christine Elizabeth Klippel nascida em 12 de setembro de 1861, filha de Johann Philipp 1º e Elizabeth Wenzel. Faleceu em 29 de junho de 1908 e sua esposa em 13 de agosto do mesmo ano. Conforme o livro de registro de nascimento da igreja luterana de Campinho , do seu filho Carl, Rudolf e a esposa falecerem em Rio Novo. Conforme depoimentos de seus parentes, Rudolf foi carpinteiro, professor e até fez batizados e casamentos, contrariando a igreja luterana na época. Como professor lecionava 03 dias por semana e nos outros dias trabalhava na sua oficina de marcenaria, Eduardo relata que seu tio era uma pessoa de caráter muito forte, disciplinado. Seus serviços de carpinteiros eram disputados na região do Braço do Sul. Bom orador, onde muitas famílias acreditavam nas sua palavras e argumentos. Eduardo diz que não conhecei seu tio, mas foi de seu pai que obteve estas informações. Lecionou em Boa Esperança Santa Maria, Soído de Santa Úrsula e São Bento. Uma das imagens mais antiga de Boa Esperança .Foto da escola do professor Rudolf Kunzendorff, datada de 05 de outubro de 1907. No fundo da foto podemos ver o professor Rudolf Kunzendorff.
Abaixo Foto de 1906, do fotógrafo Gottlieb Faller. Alunos do professor Rudolf Kruzendorf, em Chapéu, Domingos Martins - ES. No fundo a escola fundada pelo professor Friedrich Wilhelm Hehr. Depoimento de Floriano Hehr, bisneto de Friedrich Wilhelm Hehr em janeiro de 2002.A foto original encontra-se na Casa da Cultura em Campinho ES.
Blasius Ramar Kunzendorff
João Hoffmann Sobrinho
Nasceu em 01 de julho de 1890. Casou em 16 de fevereiro de 1912, na igreja luterana de Campinho com Ana Stein, nascida em 22 de julho de 1891 filha de Mathias Stein e Anna Schneider. Em 18 de junho de 1927, viúvo, casou na capela católica de Sapucaia, com Olga Gerhardt, nascida em 14 de abril de 1907, filha de Pedro e Eugênia Schwarz. Johann foi um professor consagrado na região de Boa Esperança e Sapucaia. Também dava aulas em casas de família. Em 1920 vinha a cada mês, para dar aula de três dias na escola do Carl Littig onde atendia seus filhos e outros vizinhos. Edmund Littig conta que seu pai gastava por ano uma média nove mil réis por filho, para estudar três dias no mês. Além de pagar o professor, dava alimentação , dormida e comida para o animal. João faleceu no Rio de Janeiro em 26/09/1940. Abaixo da esquerda para direita Escola Palma de Boa Esperança. O professor João Hoffmann foto de 25/07/1935 Acervo Jair Littig
Escola de Boa Esperança. O professor João Hoffmann, foto de 1930. Acervo Jair Littig
Schulfest ( festa escolar), em Boa Esperança– Escola do Johann Hoffmann -1925. Acervo Jair Littig.
Elza Hoffmann
Nasceu em 12 de janeiro de 1916, filha de João Hoffmann Sobrinho e Anna Stein. Em 05 de julho de 1936 casou com Floriano Jacob Schneider, nascido em 13 de janeiro de 1913, filho de Philipp e Amalia Katharina Littig .Em 15 de novembro de 1943, converteu-se ao catolicismo casando na capela católica de São Wandelino. Floriano faleceu em 03 de outubro de 1951.Viúva, casou na igreja católica de Santa Isabel no dia 23 de outubro de 1954,com Eunilio Sebastião Lübe nascido em 29 de março de 1929, filho de Pedro João e Milaria de Almeida . Elza faleceu em 08 de novembro de 1996, Eunilio em 13 de maio de 2014. Ambos estão sepultados no cemitério católico de Santa Isabel. Professor em Boa Esperança. Na imagem abaixo, Nova Almeida em 1925, onde podemos ver residência, comercio a escola, bem a esquerda., pertencente Philipp Schneider. Foto Acervo Jair Littig.
Flores Passinato
Nasceu em 06 de junho de 1902, filha de imigrante italiano. Seu pai era o Giuseppe e a mãe Tereza Braido, ambos vieram da região de Treviso. Itália. Casou com Arnaldo Kuster, filho de Ulrich e Izabel Proescholdt . Faleceu em 01 de setembro de 1989. A professora. Em 1911 já cursava o 3º ano, na escola Modelo de Vitória. Pelo decreto de nº 5.461 de 07 de junho de 1923, assinado pelo Presidente do Estado Nestor Gomes , foi nomeado professora em Peixe Verde, município de Domingos Martins. Pelo decreto de nº 5.790 de 26 de janeiro de 1924, foi transferida para a escola Alto Batatal, município de Alfredo Chaves. A escola situada na fazenda do Manoel Endlich, mais conhecido como Manduquinha. Foi neste local que Flores conheceu seu esposo, Arnaldo Kuster. Abaixo Fazenda do Manoel Endlich, na região do Batatal, hoje Fazenda Aparecida. Neste local que a professora Flores foi transferida em 1924.
Livro de leitura que as filhas do Emilio Oscar Hülle, Hilda e Paulina, estudaram com a professora Flores no Alto Batatal, entre 1927 e 1931.Em janeiro de 2003 conversei por telefone com minha tia Paulina, onde ela falou da professora Flores “ Caminhava mais de duas horas para estudar com uma professora maravilhosa.
Em 2021 foi uma criada a Academia Florianense de História, Artes e Letras (AFHAL), onde se fez uma homenagem a esta grande professora, Flores Passinato Kuster. Na foto da direita, Flores com sua filha Nadir, seus três netos e Suely Pereira. Acervo Lucio Pereira.
Flores Passinato.
Na inauguração do trecho ferroviário entre as cidades de Cachoeiro do Itapemirim e Vitória, em junho de 191º, na estação de Matilde o Presidente da Republica Nilo Peçanha foi homenageado. A menina que fez o discurso, era Flores Pasinatto. Veja em anexo o Jornal O Paiz que fez a cobertura da viagem do presidente. Em 1987, Flores relatou este episodio, onde falou da fotografia . A foto abaixo é da revista Da Semana - RJ. Provavelmente Flores esta entre as meninas da frente. Abaixo Filhas de Arnaldo Kuster e Flores Passinato. Foram professoras na região do Soído de Baixo. Nadir, Solange e Laura.
Victor Hugo
Começou a desenvolver coma chegada da familia Kröhling. Um dos registros mais antigos são de : 1928 nomeação da professora Olindina Martins de Jesus e Clara Giesen. Fonte; APEES. Na foto 1ª turma Escola Nicolau Kröhling – Vitor Hugo – 1960 – Professora Isaura Kröhling.
Santa Maria
Começou a desenvolver coma chegada da família Kröhling. Um dos primeiros professores foi Rudolf KunzendorfF. Kunzendorff chegou na região do Soído em 1882 Fonte: Depoimento de Argeu José Kröhling.
Continua [...]
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