O grande escritor grego Nikos Kazantzakis (“Zorba, o Grego”) conta que, quando criança, reparou num casulo preso a uma árvore, onde uma borboleta preparava-se para sair.
Esperou algum tempo, mas – como estava demorando muito – resolveu acelerar o processo, e começou a esquentar o casulo com seu hálito. A borboleta terminou saindo, mas suas asas ainda estavam presas, e terminou por morrer pouco tempo depois.
“Era necessária uma paciente maturação feita pelo sol, e eu não soube esperar”, diz Kazantzakis. “Aquele pequeno cadáver é, até hoje, um dos maiores pesos que tenho na consciência. Mas foi ele que me fez entender o que é um verdadeiro pecado mortal: forçar as grandes leis do universo. É preciso paciência, aguardar a hora certa, e seguir com confiança o ritmo que Deus escolheu para nossa vida”.
Só podemos entender o mundo de borboleta através do casulo, através do contato com nossa própria dor.
É preciso aprender a não negar a dor, não tentar nos afastar das situações que incomodam. Na verdade, quanto mais tentamos fugir da dor, mais ela se apodera de nós. Quanto mais fugimos da realidade, mais a dor aumenta. A grande lição da vida só pode ser aprendida pela dor. A dor é nossa grande mestra.
Por isso, sempre que encontramos situações mal resolvidas dentro de nós, sempre que feridas mal curadas voltam a inflamar, precisamos aprender a voltar ao nosso casulo e aceitar esse período de aprendizagem.
A cada vez que mais um casulo se rompe, estamos dando mais um passo para nos tornarmos um pouco mais livres.
Quando aprendemos a ficar, sem medo, dentro de nosso casulo, descobrimos que ali é onde ocorre a real transformação, o crescimento, o resultado de se aprender a viver a dor.
Sim, estar no casulo dói. Mas não existe possibilidade de liberdade sem essa dor.
A mestre zen Charlote Joko, em seu livro “Nada Especial”, compara a história da vida das borboletas à nossa.
A vida da borboleta começa numa lagarta que se move muito devagar sem enxergar muito longe. Em seguida, ela faz um casulo e permanece por muito tempo ali, naquele espaço escuro e silencioso. E então, após o que deve parecer uma eternidade de trevas, ela se transforma em uma borboleta.
A SABEDORIA DA VIDA ...
ELA TEM MUITO O QUE ENSINAR E DEPENDE DE NÓS APRENDERMOS !!!
GIOVANA CRISTINA SCHNEIDER
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