Casa do início do século XX, que pertenceu a Emilio Ribet. Boa Esperança. Ao lado do Rio Braço Sul – Boa Esperança Acervo; Jair Littig
Cachoeira de um córrego que deságua no Braço Sul. Vitor Hugo – 1975. Acervo Jair Littig.
Enchentes
No Livro de Memórias para servir a História , escritas em 1818, impressa em 1840, em Lisboa. do autor Francisco Alberto Rubim, na pagina 25 faz referências a enchentes do rio Jucu. Fonte : APEES. A região do Rio Braço do Sul sempre foi afetada por inundações, sendo a cidade de Marechal a mais prejudicada . A família Kuster suíça que chegou na Vila do Braço Sul em novembro de 1862, onde partes dos seus lotes margeavam o rio, já relatavam sobre enchentes. Um dos primeiros registros de morte por afogamento no Rio Braço do Sul. Rudolf Springer , alemão nascido em Chemnitz, filho de August Friedrich e Augusta Rasler. Faleceu ao atravessar a Ponte da Vila do Braço do Sul, no período da enchente. Evidências do Jornal o Espírito Santense, de 18 de fevereiro de 1875. Hemeroteca Digital RJ. Direita recortes de jornais "Jornal Provincia do Espirito Santo 1º recorte 07/02/1885; 2º recorte12/02/1888, citando enchentes no Rio Braço Sul.
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No século XX, onde tivemos mais registros. Os moradores mais antigos diziam que a maior foi a de 1930, onde a água chegou na plataforma da estação. Meu tio Emílio Gustavo Hülle trabalhava como caixeiro para o Comércio Endlich, onde presenciou este fato. Abaixo Jornal Gazeta de Notícias – RJ de 15 de março de 1906, sobre enchentes em Marechal Floriano . Evidências : Arquivo Nacional – RJ e o Jornal - RJ 04/04/1937.
Enchente de 1937. A chuva foi torrencial que arrancou os trilhos da ferrovia, perto pontilhão, em direção a estação de Domingos Martins Foto do pontilhão situado a 2 km da estação de Marechal Floriano. Foto: casa da Cultura de Campinho - ES
Abaixo mais recortes de jornais relatando sobre as enchentes da esquerda para direita: Jornal Correio da Manhã 24/04/1926, Fonte: Hemeroteca Digital - RJ; Jornal Correio da Manhã 06/04/1926 - Fonte: Hemeroteca Digital - RJ; Imprensa 18/01/1912, Fonte Hemeroteca Digital - RJ
Quadro pintado nos anos 40 pelo Ricardo, baseado numa fotografia de uma enchente de 1917. Na foto podemos vir duas vilas. A da esquerda onde tudo começou em 1862, ampliada em 1890 com a chegada da família Endlich. As construções são dois comércios e casas, inclusive o sobrado. No lado direito tudo que foi construído pelo Bellarmino entre 1913 a 1917. Ainda podemos ver bem no canto a residência do Vitto Travaglia, que em 1927 vendeu para José Henrique Pereira.
A de 1960 como diziam os antigos moradores, não foi a maior, porém a que temos mais evidências, através da lente do fotografo Emílio Ewald de Campinho. Eu tinha 11 anos, embora nossa casa a água veio perto da cozinha, onde só tivemos prejuízos com nossos pés de chuchu. Tudo começou numa quarta-feira de cinzas, dia 02 de março. Pela manhã já tinha caído bastante chuva. O trem misto das 10: horas. Leopoldina ainda conseguiu ir até a Araguaia. Na quinta iniciou-se a inundação. Foram três dias de muita água. Naquela ocasião poucos residiam perto do rio. Os que moravam tiveram que ir para a escola e a igreja católica. Depois da enchentes, surgiram problemas tais como; a padaria ficou meses até consertar o seu forno, energia precária, o único ônibus só voltou depois de duas semanas, o trem quatro meses para voltar a funcionar. A prefeitura pouco ajudou. Falaram na época que haveria vacina, mas nunca chegou. Em termos de jornalismo, Marechal parecia que não tinha acontecido nada, as notícias eram de Vila Velha e Domingos Martins. O forte volume de água que caiu na região do rio Braço Sul, foi o responsável pela grande inundação de Vila Velha, que foi manchete nacional e teve ajuda do governo federal. Na imagem abaixo, Rua Thieres Veloso. A residência de José Taquetti. No fundo a ponte de passagem de pedestre, onde vemos duas pessoas. Foto Emílio Ewald
Historias
Naquela ocasião haviam varias pessoas que residiam em Marechal, e foram para a capital afim de comprar e resolver negócios. Quando souberam da enchente correram para estação de Argolas afim de pegar o trem que partia ás 10;horas. Foram informados que não haveria mais transporte. O que fizeram; saíram de Argolas a pé, com esperança de encontrar alguma carona. Andaram quase vinte horas, para chegar em Marechal. Entre estas pessoas, estava Paulina Koelher Stein, esposa do comerciante Celso Stein. Rua de Santana. A esquerda a casa de Alexandrina Entringer, marcenaria de Alceu Delpuppo, a direita construção da casa o Antonio Nalesso, parte de sua serraria e no fundo açougue municipal. A terceira pessoa é o Monoca de Campinho. Foto Emílio Ewald.
Rua de Santana. Foto tirada de cima da antiga ponte . Curiosidade a imagem parecida com uma cruz, é um parafuso de rosca que sustentava o parapeito. Esta ponte foi construída na década de trinta do século passado pelo empreiteiro paulista Anselmo Maculan. Na ocasião o comerciante José Henrique Pereira deu toda madeira para construção. O filho do Anselmo, Anselmo Maculan Filho em 11 de março de 1939 casou na igreja católica de Marechal com a filha mais nova do comerciante, Idalina Pereira, mais conhecida com Zuzuca. Mudaram para Londrina, onde seu marido se tornou um dos grandes produtores de café do Paraná. Idalina faleceu em 09/12/ 2021, com 104 anos. Foto Emílio Ewald. Abaixo reportagem do Diário Carioca de 04/09/1960 sobre construção da ponte de Domingos Martins Estação, que destruída pela enchente de março de 1960.Fonte; Hemeroteca Digital – RJ. Direita Folha Capixaba de 12/03/1960
Rua do Sapo, hoje bairro Jarbinhas. A última casa a direita pertencia a Francisco Entringer. Este local hoje , conhecido como Ponto Frio . Foto Emílio Ewald.
Rua Emílio Oscar Hülle. A primeira pessoa que esta com o guarda–chuva, é Augusto Hülle .O barracão foi construído pelo Antonio Lübe para fabricação de vinho em 1934. Em 1960 pertencia e Eduardo Rupf. Foto Emílio Ewald.
Rua de Santana. Casa a esquerda de José Siqueira, da direita onde iniciou o Restaurante Braço do Sul. O barraco de palha era o matadouro. Este redemoinho que aparece na foto, era antiga ponte seca.
Câmara dos Deputados Federal, através do Sr. Oswaldo Zanello aprovou uma verba de oitenta milhões, destinados ao Departamento Nacional de Obras e Saneamento (D.N.O.S) para atender os municípios atingidos pelas enchentes – 05/04/1960. Fonte: Câmara Federal – RJ
Nas fotos abaixo da esquerda para direita; Residência de Adalberto Entringer, na BR 262. Foto Emílio Ewald. Foto tirada da BR 262. Foto Emílio Ewald
Foto tirada do morro. Panorama geral de como ficou a vila de Marechal Floriano. 1960 Foto Emílio Ewald.
Farmácia do Ary Ribeiro. Na foto o Ford pertencia a Eduardo Rupf. Da esquerda para direita. Arlindo Vieira, Ormindo Endlich, Ary, Nena, ? , limpando o farol Agenor Botelho. Dentro do carro, em pé trabalhava no Estado, dirigindo José Piaba, Gustavo Hertel e o último Carlos Rupf. Foto: Emílio Ewald
Na foto a direita, Residência do Augusto Hülle. No fundo a antiga igreja católica. Águas do Córrego Batatal. A esquerda Rua ao lado da linha. Casas de Benicio Nascimento da Vitória, Adalberto Entringer e Benjamin Pagung. Águas do Córrego Batatal. Fotos Emílio Ewald.
Da esquerda para direita, Comércio do Amador Endlich. Ao lado a bomba de gasolina TEXACO. Residência de Manoel dos Santos – Padeiro.Foto: Emílio Ewald
Rua de Santana , perto das ponte seca, com a água cobrindo a passagem Em pé de camisa branca o vereador João Wernersbach, ao seu lado a esquerda Waldemar Hülle (Monoca). Foto Emílio Ewald.
Foto tirada da varanda de Fausta Simões Pereira. No fundo, residência da família Rupf e Luís Bermond. Nesta antiga parreira de chuchu, onde entre suas ramas podemos ver um criador de porco. Hoje, rua Helena Santa Clara. Foto; Emílio Ewald
Continua [... ]
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