terça-feira, 13 de abril de 2021

“A coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo”

 


Mesmo ao dizer algumas palavras sobre a doutrina de como deve ser o mundo, a filosofia sempre chega tarde demais. Enquanto pensamento do mundo, ela aparece pela primeira vez no tempo depois que a realidade completou o seu processo de formação e já está pronta e acabada…

Quando a filosofia pinta em claro-escuro, então um aspecto da vida envelheceu e não se deixa rejuvenescer pelo claro-escuro, mas apenas reconhecer: a coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo.


Na mitologia dos antigos gregos, por serem consideradas os seres mais próximos dos seus deuses, as aves foram, conforme suas características e atribuições, associadas a eles. A águia acompanhava Zeus (Júpiter) e o pavão à sua consorte Hera (Juno). À atenta coruja coube a companhia de Palas Athena, que os romanos chamavam de Minerva.

Nas mais antigas moedas atenienses a coruja é símbolo de uma vigilância constantemente alerta. A ave tornou-se símbolo de reflexão, do conhecimento racional aliado ao intuitivo, que permite “dominar as trevas”. Atenta e silente, e possuidora de olhos luminosos, a ave gira o pescoço num movimento de trezentos e sessenta graus. Apesar de haver uma forte associação da coruja com a escuridão e a sentimentos tenebrosos, o que é de se esperar a um ser noturno, o fato de haver sido atribuída à divindade grega Athena também a tornou símbolo do conhecimento e da sabedoria para muitos povos. Geralmente relacionado à clarividência, o pássaro ao lado da mulher sábia e guerreira tornou-se o símbolo da Filosofia. É também um símbolo da docência, com o qual se homenageiam os professores. Integrar as diversas formas de conhecimento, com o olhar para a universalidade, é desafio dos educadores.

Na analogia em seu famoso texto, Hegel diz que “a coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo”. “A filosofia sempre chega tarde demais”, diz ele. Sua condição inerentemente a posteriori assemelha-a ao pássaro de Minerva, que levanta voo ao fim do dia. A Filosofia é pintora barroca, e usa o Chiaroscuro. Esta, uma técnica característica do pintor Caravaggio, que disseminou-se amplamente na era barroca. O chiaroscuro (claro e escuro, luz e sombra) reproduz na pintura a passagem da luz que ocorre nos objetos reais, simulando assim seu volume. Reconhece-se os elementos, mas geralmente eles encontram-se ao mesmo tempo revelados e ocultos, com alguma parte sempre em meio à sombra. Quem elevou ao máximo a técnica do Chiaroscuro foi Rembrandt (1606–1669). Em seu “Filósofo em Meditação” (abaixo), uma síntese do que se tem dito.




Giovana Schneider 

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