quinta-feira, 15 de julho de 2021

Benzimento, uma linda tradição...

Benzedeira origem
Origens. Os rezadores são típicos das regiões remotas, onde os médicos são escassos, os remédios alopatas inacessíveis. A origem nos pajés indígenas é patente - sendo que na Região Amazônica ambos os conceitos são sinônimos - com a aplicação de elementos próprios da religião cristã.Brasil: “Mãos que Curam, Palavras que Saram”

Com suas ervas, gestos, preces e palavras de conforto, os “médicos do povo” são um importante elemento da cultura popular e do sincretismo religioso brasileiro. Os curandeiros tradicionais são encontrados em todo o país, mas assumem um papel especial principalmente em regiões remotas, onde médicos profissionais são escassos e remédios alopatas inacessíveis.

No post Mãos Que Curam, Palavras Que Saram, Ricardo Câmara resgata a história da cura pela fé e destaca o trabalho de benzedeiras, normalmente uma atividade gratuita e voluntária que difunde-se como uma alternativa à medicina tradicional desde o século XVI:

Terço e folhas nas mãos, oração na ponta da língua e muita fé em Deus. As benzedeiras e benzedores que surgiram no Brasil com a chegada dos Jesuítas, no século XVI, são figuras presentes na cultura popular até os dias de hoje.
A benzeção, como várias outras práticas religiosas e médicas populares, aflorou-se com intensidade no período Colonial Brasileiro e os fatores que propiciaram o desenvolvimento da prática da benzeção, com certeza, remetem à precariedade da vida material, destacada pela raridade de médicos, de cirurgiões, de produtos farmacêuticos, e ao sincretismo dos povos em geral, que também contribuíram, e muito, para que a prática da benzeção se propagasse ainda mais.

 A formação de curandeiros nativos, que segundo Maria Luiza Benitez são normalmente “predestinados e nascidos com uma dádiva especial de poder, de talento ou de conhecimento”, exige muita dedicação:

O estudo do curandeiro difere grandemente dos estudos e práticas da medicina convencional. Não há livros de medicina, nem notas de aprovação. Mas é preciso vencer todos os testes e provações. E é exclusivamente por meio da dor, do sofrimento, da doença e da própria morte que o curador adquire acesso ao universo das realidades extraordinárias. O mundo do além é o terreno onde se pode obter o conhecimento, a experiência, as qualificações e o poder para auxiliar os demais.
O chamado costuma vir em sonhos ou por intermédio de um acidente, doença, injúria sofrida, ameaça de morte eminente, da morte e mesmo morte clínica temporária.

 O professor Glauco Ricciele Ribeiro revela como mulheres viram benzedeiras:

Benzedeiras senhoras de coração puro, servem ao próximo sem interesses ou cobiça. O dom adquirido por elas são passados de geração a geração. Mas em nosso mundo atual, tal prática cada vez mais desaparece e junto dela a fé popular perde suas características. […]
Mas poucos sabem como uma benzedeira inicia seu “sacerdócio”. Tradicionalmente a Sexta-feira Santa é a única data onde se ordena o Dom de ser Benzedeira a uma mulher de bom coração e sem impedimentos. Esta pessoal deve ajudar através das rezas todo tipo de necessitado sem distinção de classe ou credo.

 A estudante de jornalismo Angélica Weise discorda que a prática esteja desaparecendo:

Elas fazem parte da cultura popular. A maioria é de uma generosidade incrível. Por mais antiga que seja a tradição, as benzedeiras se encontram mais vivas do que nunca. Basta ter vocação e força de vontade. Mesmo com a medicina avançada, muitas pessoas recorrem a elas para os diversos tipos de cura. […]
Para encontrá-las não há endereço. Basta perguntar nas ruas que logo alguém conhece ou já ouviu falar delas. Na maioria são velhas e simples. É olhando para o rosto e contando suas rugas que encontramos a idade delas. Quem acredita em benzedeira, jura que elas fazem milagres.

A classe médica não tem tanta certeza do poder milagroso das curas populares e vê a atividade com preocupação, entendendo que “a segurança científica não pode ser deixada de lado”. Enquanto isso, benzedeiras de duas cidades paranaenses, Rebouças e São João do Triunfo, tiveram recentemente a atividade reconhecida por leis municipais pioneiras no Brasil. Fruto de um projeto de Mapeamento Social das Benzedeiras, a legislação inédita foi recebida como uma vitória pela Rede Puxirão dos Povos e Comunidades Tradicionais:

Num processo de continua luta e organização social das benzedeiras articuladas no Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA) em 22/02/2012 o Presidente da Câmara Municipal de São João do Triunfo promulgou a lei municipal nº 1.370/11, a qual reconhece a identidade coletiva das benzedeiras de Triunfo, regulariza o livre acesso as plantas medicinais por parte dos detentores de ofícios tradicionais de cura e propõe a construção de política municipal especifica de acolhimento das práticas tradicionais de cura nos sistema formal de saúde.

 Sejam as curas reais ou fruto de efeito placebo, o ato de curar por meios não tradicionais é visto como um patrimônio imaterial da cultura brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura. Além de trazer conforto espiritual, os curandeiros e benzedeiras do Brasil inspiram artistas, como o escritor Sinval Santos da Silveira, que narra a história e o segredo de uma benzedeira que mora em uma casinha de muito simples, sem luz elétrica nem água tratada:

Mulher de idade avançada, magrinha, mal alimentada,
e de um coração cheio de bondade…
Sobre uma pequena mesa, a imagem da Santa, em
quem deposita sua fé e a sua vida.
Benze, em nome da Santinha, curando torcicolo, arca
caída, dor de dente, dor nas costas, dor de olhos, de
garganta, de cabeça, mal olhado, inveja, etc.
Seus pacientes ou clientes, pelo trabalho milagroso,
nada pagam, nada devem.
O prazer de poder ajudar alguém, que lhe procura,
está acima de qualquer outro valor.
Só agora entendo, que o poder de cura daquela mulher,
sempre residiu numa única coisa, que tinha em excesso,
em sua humilde casinha: muito amor... Fonte: Net 

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

A LENDA DOS IPÊS

 

    Quando Deus estava preparando o mundo, se reuniu em uma tarde com todas as árvores. Ele pediu para que cada árvore escolhesse que época gostaria de florescer e embelezar a Terra. Foi aquela alegria. 
    Outono, verão, primavera, diziam elas.
    Porém, Deus observou que nem uma escolhia a estação do inverno. 
    Então Deus parou a reunião é perguntou: 
    - Por que ninguém escolhe a época do inverno?
    Cada um tinha sua razão. 
    - Muito seco! Muito frio! Muitas queimadas! 
    Então Deus pediu um favor. 
    - Eu preciso de pelo menos uma árvore, que embeleze o inverno, que seja corajosa, para enfrentar o frio, a seca e as queimadas. E no inverno, a Terra precisa de flores para embelezar o ambiente dos homens....
    Todas árvores ficaram em silêncio. 
    Foi então que uma árvore quietinha lá no fundo, balançou as folhas e disse: 
    - Eu vou! Eu quero florescer no inverno.
    E Deus, com um sorriso, perguntou:
    - Qual seu nome minha filha?!
    - Me chamo Ipê, Senhor!
    As outras árvores ficaram espantadas com a coragem do Ipê em querer florescer no inverno. Então Deus respondeu:
    - Por atender meu pedido farei com que você floresça no inverno não só com uma cor, mas com muitas cores. Para que também no inverno o mundo seja colorido. Como agradecimento, terás diferentes cores e texturas, sua linhagem será enorme.
    E assim Deus fez uma das mais lindas árvores que dá cor ao inverno. 
    E por isso temos os Ipês:

Giovana Cristina Schneider 

Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: II / VI

  E milio Endlich  ainda continuou com um comércio de sal  num comércio que tinha no lado esquerdo das margens do Rio Braço do Sul, que mais...