quarta-feira, 6 de março de 2024

Pioneiros Educadores do Atual Município de Marechal Floriano Part.: V / V

 1956 – Inicio escolar

Naquela ocasião para iniciar os estudo primário tinha que ter 07 anos. Como nasci em setembro, só pude frequentar em   março de 1956. Lembro-me bem deste dia. Minha mãe comprou os utensílios escolares, fez uma camisa branca de linho, calça azul e uma gravata da cor da calça, com uma lista branca. Sai de casa não muito contente, com meu tamanco de madeira e a bolsa. Minha mãe deu-me uma nota de um cruzeiro para comprar um pão e doce. Passei na padaria do seu Manoel, fiz a compra, Segui, atravessei a linha, passei em frente do comércio do meu tio Augusto, enfim cheguei na escola, muito desconfiado. Lá estava a professora, Maria da Penha Oliveira, natural de Jardim América. Jovem, de baixa estatura, muito educada. Muita gente, iniciantes e segundo ano. Só conhecia meus primos Oberdan, Wilson e Ademir. A maioria descalço. No outro dia também coloquei meu pé no chão. Foi formado uma fila, separando escolaridade, cantamos o hino nacional, entramos e rezamos. Sentávamos em dois. Na primeira parte da manhã era português. 10 horas era o recreio. Mas os novatos não podiam sair do pátio. Era meia hora de comilança e divertimentos.  Eu era muito tímido, só ficava observando, ou conversando com colegas que conheci. Tinha o Lino Endlich que era segundo ano, usava um óculos de grau muito forte, no recreio utilizando de suas lentas, voltada paro sol, queimava folhas de eucaliptos. Edgar Rupf costumava trazer um tipo de chiclete que nunca tinha visto. Depois de mascar, fazia aquelas famosas bola. Eu ficava encantado. Depois do recreio vinha matemática. Nos sábados eram 02 horas de aula, com caligrafia e desenho.  Lembro-me  quando fiz a primeira prova. Tinha que ser num papel almaço e não podia utilizar lápis, e sim caneta. A escola dava a tinta, que era colocado num vidro, e este num buraco no meio da carteira. A medida que a pena secava, tínhamos enviar no vidro. O problema era os pingos de tinta, quando batia na roupa. Confesso, cheguei em casa  com muitas bolinhas azul. Minha mãe ficou uma fera. A esquerda foto de Walcir Endlich . Em 1957 passei para o segundo ano, a professora  Laura Campos, mais conhecida com D. Laurita. No início deste ano acontece um imprevisto. Num certo dia eu raspei a carteira com uma gilete. D. Laura veio com uma régua de madeira, e deu-me umas vinte palmadas. Fui pra casa, e contei a minha mãe, e disse que não voltaria mais. Mamãe foi lá e conversou com D. Laura, tudo foi resolvido e voltei a estudar. No ginásio ela foi minha professar de história e matemática, ficamos bons amigos. No final do ano fui aprovado. Até 1957 se cantava o hino nacional, mas na quinta feira era o da bandeira.  Ficou decidido que uma vez ao mês, teria que cantar o hino do Espirito Santo. Em 1958  tive varias professoras entre ela, Sonia Santos e D. Fernandina. Neste ano também fui estudar na escolinha  particular  de Genoveva Gama, mais conhecida como Santa. Em 1959 fui para o quarto ano, sendo a professora Theozilda Schwambach de Campinho. Tivemos uma novidade, foi construída  uma sala provisória no pátio do recreio, onde não mais haviam duas turma para uma única professora. Neste ano não estudei o suficiente  e fui reprovado. Em 1960 foi meu último anos com a professora Evany, natural de Mimoso do Sul. Ela não ficou para a formatura. Pediu aos alunos que escrevessem  uma carta, para saber como foi o seu desempenho. Foi a primeira carta que escrevi na minha. Vida. No ano seguinte fui para o ginásio de Campinho. Abaixo da esquerda para direita Sônia Maria  dos Santos, Genoveva Gama, Theozilda Schwambach e Laura  Campos Silva .

    


Festas da Escola

Dia das mães era sagrado com cantoria e poesias. Dia da árvore, plantamos ao redor da escola. Semana da pátria, começávamos a treinar nas ruas da vila ao som de um dois, da D. Fernandina. Não tínhamos banda. No dia 07 partíamos de caminhão do Fiore Nalesso. Na carroceria haviam bancos de madeira. Quando chegávamos em Campinho, era aquela  rivalidade. No tínhamos estampado no bolso da camisa, M.F, iniciais de Marechal Floriano. Chamávamos de morta fome. E nos  de tinta preta, iniciais do T. F ( Teófilo Paulino). Era uma guerra de palavras. No final do desfile era uma maravilha, aquele pão com salame  com  guaraná  Coroa. Tinha a festa do final do ano, onde recebíamos o famoso boletim de aprovação. Era um dia de alegria para muitos, outros, tristeza. Muitas vezes tivemos grandes festas com dançarinas, musical, poesias e até teatrinho. Geralmente eram historias folclóricas, onde tinha um palco improvisado, com uma cortina de cobertor velho. Peça interpretado pelo Elisiario Ferreira ( Lilinho), e suas duas irmãs Vera e Elza. O trio era animado e competente. Na imagem abaixo, Desfile de sete de setembro em Campinho.07/09/1956. Oberdan, Roberly e Jair. Acero Oberdan José Pereira.




Curiosidades.: Tinha três coisa na sala de aula que eu prestava muito atenção. Um era o mapa da América do Sul, onde na parte do Brasil, só tinha os nome  de São Paulo. Rio de Janeiro e Salvador. Perguntei uma a professora, onde esta do Espirito Santo. A resposta esta no mapa grande do Brasil, disse a professora. A segunda era uma ilustração contendo ilha, baia, istmo, rios, lagos  e montanhas. Achava muito bonito. A última era um quadro  com uma moldura dourada, de senhor. Perguntei a D, Fernandina quem era aquele senhor? João Pessoa, foi além, este quadro esta em Marechal a muitos anos. Veja em anexo Jornal Diário da Manhã 01/08/1931. João Pessoa foi assassinado em 06 de outubro de 1930, em Recife. Era vice candidato de Getúlio. Sua morte comoveu o pais. Em 1931 o governo estadual, mandou colocar em todos colégios,  o retrato do Joao Pessoa. Em Marechal também colocaram. Veja no anexo a esquerda.


Marechal Floriano, provavelmente 1930, festa escolar. Acervo Museu da igreja católica de Marechal Floriano.


Abaixo da esquerda para direita Famoso livrinho de tabuada, Relação dos alunos do 3º ano primário de 1958 e Caderno  escolar de década de 50.

  







Hercílio Pereira estudou na década de vinte no colégio Pedro Palacio de Cachoeiro do Itapemirim. Vitrine Capixaba, Sônia Maria Santos, Maurício Faria, Alfredo Lovatti. 


     


Ginásio

Era o ano de 1964, quando chegaram em Marechal Floriano, empregados do antigo D.N.E.R,  vindos de Minas e Bahia. Entre eles estava José Gonçalves dos Santos, mais conhecido como Maroto. Tinha um conhecimento profunda da politica brasileira, principalmente no  período getulista. A última vez que estive com Maroto, discutimos sobre Canudos, livro que leu duas vezes. Antes de entrar na política, desempenhou com muito esforço na implantação de um ginásio em Marechal Floriano.  Em 27 de setembro de 1967, a Campanha Nacional de Escolas  da Comunidade Gratuita, com a colaboração do Sr. Nicanor Paiva, presidente estadual da entidade, fundava o curso ginasial em Marechal Floriano.




Primeiros Professores do antigo Ginásio da Campanha  Nacional de Escolas da  Comunidade  - CNEC -  Marechal Floriano.


Desfile de 07 de setembro, alunos do ginásio de Marechal, no bairro Jarbinha. Ainda podemos ver a antiga casa do sapateiro Nicolau Marques e no fundo  do Humberto Stein. Foto Museu da igreja católica de MF. 


Fontes de Pesquisas:
  1. Hemeroteca Digital – Biblioteca Nacional – RJ
  2. Arquivo Nacional -RJ
  3. Arquivo Público do Estado do Espirito Santo – APEES
  4. Casa da Cultura de Campinho. ES
  5. Museu da Imigração de Marechal Floriano. ES
  6. Museu da igreja católica de Marechal Floriano. ES
  7. Documentos da igreja luterana de Campinho. ES
  8. Documentos da igreja católica de Santa Isabel - ES
  9. Casa da Cultura de Araguaia.
  10. Provincial Report. – Chicago USA
  11. Acervo Jair Littig
  12. Entrevistas:
  13. Nadir Kuster
  14. Ondina Pereira
  15. Walter Littig
  16. Edmundo Littig
  17. Joel Guilherme Velten
  18. Paulina Hülle
  19. Emilio Gustavo Hülle
  20. Augusto Henrique Hülle 
  21. Carlota Joana Hülle
  22. Flores Passinato
  23. Ondina Pereira
  24. Fausta Simões
  25. Marlucia Merisio
  26. Genoveva Gama
  27. Floriano Hehr
  28. Eduardo Klippel
  29. Alzira Klippel
  30. Elza Stein  Chagas
  31. Livros:
  32. Marechal Floriano Resgatando Memorias - Giovana Cristina Schneider
  33. Os Italemães na terra dos Botocudos – José Eugênio Vieira e Joel Guilherme Velten.
  34. Gustavo José Wernersbach – A História de vida de um Vencedor – Sandra Maria Wernersbach e Maria de Penha Ronchi Wernersbach
  35. Município de Domingos Martins – Ezequiel Sampaio dos Santos – Miguel A. Kill Rutiléa Bigossi e Jonas Braz Murari.
  36. Recordações de uma Vila – Ezequiel Ronchi Netto
  37. Presença Luterana no Espírito Santo – Waldemar Gaede
  38. Domingos Martins e a tradição luterana – Joanna Ferrari
  39. Viagem à Província do Espirito Santo – Victor Frond
  40. Registros de Santa maria do Araguaia- Argeu José Kröhling
  41. Fotos;
  42. Acervo Jair Littig
  43. Oberdan José Pereira
  44. Museu da Imigração de Marechal Floriano - ES
  45. Casa da Cultura de Campinho – ES
  46. Joel Guilherme Velten
  47. Lucio Pereira
  48. Nadir Kuster
  49. Netos de Carlos Littig V
  50. Zilca Maria Wernersbach
  51. Cesar Ronchi
  52. Museu de Araguaia – ES
  53. Museu da igreja católica de Marechal Floriano. ES
  54. Jlittig@terra.com.br
 Fim. 

sexta-feira, 1 de março de 2024

Pioneiros Educadores do Atual Município de Marechal Floriano Part.: IV / V

 Normalistas

Cecília Simmer

Nasceu em  29 de dezembro de 1895, filha de Francisco Xavier  e Maria Magdalena Weyn. Em 14 de novembro de 1915 casou na igreja católica de Santa Isabel com Pio Ramos, de 45 anos, viúvo da falecida Jovita Vieira Ramos. Seus pais eram Joaquim Francisco Pereira e Maria Pessoa. Cecília foi professora na escola mista de Marechal Floriano em 1916. Seu esposo foi engenheiro da antiga Estrada Vitória Minas, deputado estadual. Pio residiu na Vila até a morte de sua esposa. A direita registro de morte de Cecília. Jornal Diário da  Manhã  08/08/1916. Da esquerda para direita recortes do Jornal Diário da Manhã dos dias 28/01/1917; 03/06/1921; 26/01/1917 e 15/09/1916.

            
         

        Normalistas de Marechal Floriano

Lucy Pereira,  filha de José Henrique Pereira, porta bandeira da festa citado na reportagem do Diário da Manhã. Abaixo recortes do jornal Diário da Manhã dos dias 20/10/1927 Festa Escolar em Marechal Floriano. Conseguinte Diário da Manhã 02/08/1921 e Diário da manhã 23/02/1927.

  

 Abaixo mais recortes sobre A Remoção de professores e sua notas no Diário da Manhã de 03/03/1931; 30/04/1933 e 30/01/1930.



Adelaide Dolores Fonseca

Depoimento de Arlindo Pereira em 20/07/2015 “Fui aluno da professora Adelaide em 1933,. Estudávamos na escola no atual rua de Santana. Meus colegas de classe; Olympio Schunck, José Piaba, Bruno Endlich, Waldemiro Entringer, Pedro e Armindo Felisberto”. Histórias de Arlindo: “Um dia na classe houve uma discussão entre Olympio e Felisberto. Olympio puxou uma garrucha de sua pasta e apontou para o colega. Felizmente nada aconteceu, mais a professora desmaiou”. 


A mudança da escola que a partir de 1940 a escola foi transferida para um salão ao lado do comércio de Nino Pereira. Na foto, a última porta, ao lado da residência de João Barreto. Entre as professoras, temos Aldenora e Elza Kuster. Foto ao lado pertence ao IPHAN – ES, de 1930.


O Novo colégio que em 1947 residia em Marechal Floriano o Interventor Moacyr Ubirajara. Através dele foi adquirido uma verba para construir o novo colégio. Emílio Gustavo Hülle, doou o terreno. Abaixo foto da presença do interventor para inauguração da pedra fundamental. A direita uma foto de 1950, no fundo o novo colégio. Fotos: Acervo Jair Littig e Oberdan José Pereira.

   

 Abaixo Foto de 1973. Vista de um  parte de Marechal. No pé do morro, a escola de 1º grau, construída em 1950. Acervo: Jair Littig. Centro de Marechal Floriano – janeiro de 1951. Professora Dalva Bermudes. Acervo Jair Littig.
 



1954 -  Fernandina Gianordoli

Nasceu em Vitória no dia 18 de outubro de 1917, filho de Ferdinando Gianordoli e Thereza Jantorno. A familia Gianordoli chegou no Espírito Santo em 01/02/1879, natural da região do Trento, na época pertencia a Áustria. Retornaram para Europa, e em março de 1885 voltaram para capital Vitoria. Seu avô Ricardo, em 26/11/1892, casou em Vitória  com a italiana Paolina Zenorini, filha de Antonio e Serafina Zenorini. Ferdinando um dos seus filhos, casou com a italiana Thereza Jantorno, filha de Cesário Concetta. Ferdinando faleceu muito jovem, com apenas 24 anos, em 02/03/1917. No Jornal Diário da Manhã de 03/03/1917, diz; “ Vitimado por cruel enfermidade, faleceu hontem o estimado moço sr. Ferdinando Gianordoli, negociante nesta praça e socio do Moscoso Foot-Baal Club. Seu enterro efetuar-se-á hoje as 11 horas da manhã, saindo féretro de sua residência, a rua 7 de setembro para o necrópole de Santo Antonio”. Na certidão de óbito de Ferdinando , a causa morte consta doença pulmonar. Criada pela sua tia Vitoria Jantorno, em 1937 formou-se  como normalista na escola  Pedro II. Seus primeiros empregos com professora foi em São Gabriel da Palha de São José dos Calçados . Em 1940 veio para o município de Domingos Martins, em Bom Jesus. Casou com o mecânico hidráulico  Elisiário Ferreira, natural de Cachoeiro do Itapemirim, filho de Augusto e Emília Ferreira. Elisiário faleceu em Costa Pereira em no dia 16 de janeiro de 1948, com 47 anos, sendo a causa morte colapso cardíaco, sepultado em Santa Isabel. Deste matrimonio nasceram, Elza, Vera e Elisiário. Em 06 de fevereiro de 1951, com 19 anos, casou no oratório particular  de Gustavo Wernersbach, com Wilson Stein nascido 09 de janeiro de 1932, filho de Antenor e Adelina Maria Salles. Deste matrimonio tiveram os seguinte filhos: Angela, Wilson Tadeu, maria de Fátima, Fernando e Marcia Maria. Fernandina veio para a vila de Marechal em 1954, como professora. Foi uma pessoa exemplar. Mais que uma professora, muito mais da que uma diretora. Sem utilizar a palmatoria, muito usada na época, sabia educar seus alunos, através de conselhos e palavras, as vezes suaves, dependendo da situação, forte. Muito querida pelos pais dos alunos. Não perdia o controle, antes de ter problemas, convocava  os pais para uma reunião, onde com firmeza relatava os fatos. Seja pobre, branco, rico, todos tinha o mesmo tratamento. Participou da Primeira Diretoria da Associação Pro- Desenvolvimento Urbano e Rural do Distrito de Marechal Floriano - 1964  como secretaria .Fernandina faleceu em 29/08/1997, sepultada em Santa Isabel.


Foto da década de setenta, no centro Fernandina sendo homenageada pelas suas professoras ,e ex-alunas e filhas . Acervo família Schunck.

                                      Continua [ ... ]



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

PROSA FLORIANENSE VII

 ALVINO VASSEM 

Os antepassados, imigrantes da família Wassen, Franz Ignaz Wassen e Jacob Wassen, partiram da Alemanha em 20 de outubro de 1846. No navio Phenomene, e desembarcaram do navio Eolo, no Porto de Vitória/ES; em 21 de dezembro do mesmo ano, com escala no Rio de Janeiro.

Coincidentemente Johann Nicolaus Effgen, também imigrante alemão, fez o mesmo trajeto, nas mesmas datas, segundo Registros de Entrada de Imigrantes, emitido pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Por que coincidentemente?

Porque os descendentes das duas famílias, Alvino Vassem e Izabel Effgem, casaram-se no dia 05 de fevereiro de 1948. 


         Alvino Vassem, nasceu em 1º de janeiro de 1923, no interior de Rio Fundo, antigamente Distrito de Domingos Martins e, no início da década de 1950, veio para Marechal Floriano. Trabalhou como ajudante do pedreiro do Sr. José Siqueira, aprendeu a profissão e logo seguiu seu rumo como pedreiro. Neném Lovate e Luiz Belmonte foram seus parceiros na construção de casas em Marechal por algum tempo, até assumir a carreira solo, com empreitadas, construindo diversas casas, robustas para a época, ainda existentes.

No ano de 1953, assumiu a presidência da Igreja de Sant'Ana, onde, passou a exercer também a função de coroinha (missas em Latim, com o padre voltados de costas para os fiéis), conduzir rezas aos domingos, catecismo, via sacra na Semana Santa, além de promover a organização das festas, juntamente com os demais membros da Diretoria (chamada de Comissão, na época) especialmente da Padroeira Sant' Ana, em 26 de julho e no dia 1º de janeiro. Nesse dia, a alegria era dupla: festa e aniversário.

Em todas as celebrações (rezas, missas, celebrações) havia um coral, (coro), composto de diversas moças e senhoras da comunidade, sob a coordenação da Srª. Sônia dos Santos Bueno.

Foi durante a sua administração que foi tomada a decisão, juntamente com os Padres da Paróquia de Santa Isabel e o Arcebispo Dom João Baptista de Motta e Albuquerque, de construir uma igreja maior, que comportasse o acréscimo da quantidade de fiéis, considerando a chegada de muitas famílias de trabalhadores no final da década de 1950 e na década de 1960.

Destacam-se causas do afluxo de fiéis:

a) Conclusão da dragagem e redirecionamento do Rio Braço do Sul, antes muito sinuoso, que trouxe diversos profissionais;

b) Construção da BR-262, que montou acampamento no terreno cedido por ele, Alvino, onde foi feita uma esplanada para construção de diversos galpões para almoxarifado, escritório, pátio para máquinas, etc., hoje, parte final da Rua Alvino Vassem;

c) Construção da ponte de acesso da atual Rua Josefina Rodrigues (ou Rua Emílio Gustavo Hulle) para a BR-262, que trouxe profissionais de fora (Elias da Ponte, Sapato Branco, etc.).

d) Elevação da Vila à condição de Distrito de Marechal Floriano, criado em 13/01/1964 pela Lei Estadual 1.956, possibilitando a chegada de Cartório, dentre outras.


A construção da igreja, o terreno onde estava construída a anterior, foi rebaixado em alguns metros para que a nova igreja pudesse ser erguida, considerando as dimensões, aparentemente exageradas para a época, e que até hoje comporta os fiéis.

       Destaca-se a importante ajuda e empenho de todos Florianenses que, ao longo de muitos anos, não mediram esforços para a conclusão da igreja, cada um contribuindo com trabalho voluntário, considerando a sua habilidade profissional, além de diversas campanhas destinadas a arrecadar recursos. Segundo Ademir Endlich, as imensas telhas foram transportadas por ele, do Rio de Janeiro para Marechal Floriano.


Com o desligamento de Alvino Vassem da presidência da igreja, o sucederam na presidência: Geraldo Regiani, Alécio Silva Alves, e (....), tendo sido inaugurada em 17 de novembro de 1996, sob a Coordenação da Srª. Marluce Carreiro de Resende Merísio, com o descerramento da placa de inauguração pelo Arcebispo Dom Silvestre Scandiam.

A família de Alvino Vassem foi convidada a participar da inauguração, para o representá-lo, considerando que ele faleceu em agosto de 1993.

PS: Observar que a grafia do sobrenome foi aportuguesada, em alguns casos, no decorrer dos registros de nascimento das novas gerações.

            Alvino Vassem, em 1974, com um filho que já estava morando em Vitória, e que para que as suas 5 filhas pudessem estudar e trabalhar, resolveu mudar-se para a Grande Vitória, estabelecendo-se em Campo Grande, local para onde migraram diversas famílias do interior, o que facilitou a sua integração, mas sempre que podia voltava a Marechal, para rever amigos.

FONTE: José Silvio Vassem

Giovana Schneider 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Pioneiros Educadores do Atual Município de Marechal Floriano Part.: III / V

 Ulrich Kuster

Documento de sua naturalização.


Música – Irmãos Kuster 

Ulrich tocava violino, Jacob bandolim e Adolf flauta. Nas festas luteranas  se apresentavam como músicos. Johann I, filho de Jacob dizia que seu pai e seus tios tocavam nas igreja luterana de Campinho, nas festas e  natal e ano novo. Abaixo da esquerda para direita Johann Ulrich, Gustav  Adolf e Johann Jacob. 

  

Abaixo alunos de Ulrich Kuster
Da esquerda para direita Anne Emilie Rupf, Emil Oscar Hülle e Katharina Johanna Schneide, Franz Gerhardt e sua esposa  Maria Luise Hülle. 

 

Ulrich Kuster faleceu em 26 de março de 1921. Na imagem a esquerda; Túmulo do Ulrich Kuster Antigo cemitério de Marechal Floriano, 11/04/2006. Foto: Acervo Jair Littig .
     Arando Kuster 

Filho de Ulrich Kuster e Izabel Proescholdt, nasceu em 15 de setembro de 1897.  Em 22 de dezembro de 1926 em Alfredo Chaves, casou no civil com a professora Flores Pasinatto nascida em 06 de junho de 1902, era filha de imigrante italiano  Giuseppe e a mãe Tereza Braido, ambos vieram da  região de Treviso, Itália. Arnaldo  foi professor de alemão.  Deu aula na escola que o seu pai fundou e  na escola onde residia o Sr. Manoel Endlich.  Trabalhou no comércio do Sr. Manoel Endlich. Foi lá que conheceu a sua esposa, pois a mesma era professora do colégio. Em 16 de dezembro de 1960, casou na capela luterana de Boa Esperança. Faleceu em 08 de fevereiro de 1961, e sua esposa em 01 de setembro de 1989. Ambos estão sepultados no cemitério da Cabocla.  Abaixo Arnaldo e Flores Passinato. 



Da esquerda para direita, Escola do professor Arnaldo Kuster em Marechal Floriano 1921. E Jornal Diário da Manhã de 19/10/1921.




Os professores eram leigos.  No caso da vila, o professor Arnaldo dava aula em português e alemão. João Kuster, seu primo comentou que no seu tempo tinha meninos de origem negra que estudava  o alemão.  A partir de 1910 o governo estadual começou a combater este tipo de aula, enviando par ao interior do estado professores formados. Mesmo assim muitos professores de confissão luterana, davam aula em alemão. Cartilha em português e alemão,  adotada pelo professor Arnaldo Kuster.

  

Minha mãe e meus tios Emilio e Augusto Hülle estudaram com o professor Arnaldo na fazenda do Manoel Endlich, em 1921. Moravam no Picadão, e tinha que levantar cedo, pois a viagem durava uma hora, a pé, até a escola, três vezes por semana. Além do bornal com os cadernos e livros, tinha a merenda, bolo de milho (brot).  Na volta demorava-se um pouco mais, pois na subida dos Merisio, tinha um pasto, onde através de concha de palmeira, desciam de ladeira abaixo. Quando chegava em casa, tinha que dar desculpas pelo atraso. A coisa ficava feia, quando na descida, rasgava a roupa. Histórias de minha mãe. Contracapa da cartilha em português e alemão,  adotada pelo professor Arnaldo Kuster. Obs.: Esta cartilha na segunda Guerra Mundial, foi escondida debaixo do fogão. Devido a umidade, a capa principal, danificou-se Jair Littig.
                                                   Normalistas

Em 1910 quando o comerciante Bellarmino Pinto Coelho construí seu comércio, casas de moradias, hotel, também  um colégio. A partir desta data o Governo estadual enviou professoras normalistas para vila de Marechal Floriano. A direita partes de uma reportagem que Bellarmino fez no Jornal Diário das Manhã de  22/12/1916, onde relata sobre a escola, que tem trinta e seis alunos matriculados, sendo que todos são filhos de colonos. Este local foi escola por muitos anos. Na década de cinquenta foi marcenaria, mais tarde igreja provisória dos católicos. Foi demolida em 1980.
Na imagem abaixo, Rua de Santana em Marechal Floriano – 1972. No fundo, depois do automóvel, a casa que serviu para orações, no período de construção a nova igreja. Prédio foi construído em 1913, como escola. Foto: acervo Jair Littig

    

Sobre o decreto de nº 1.843 de 25/07/1914, o governo estadual cria uma escola mista de 4ª estancia na vila de Marechal Floriano. No decreto de 1875, de 09/9/1915. Permonia Nobre Figueroa, foi a primeira normalista da vila de Marechal Floriano. Evidências: mensagem do Governo do Espírito Santo – 1915- Marcondes Alves de Souza.



                                                         Continua [...]


Pioneiros Educadores do Atual Município de Marechal Floriano Part.: V / V

 1956 – Inicio escolar N aquela ocasião para iniciar os estudo primário tinha que ter 07 anos. Como nasci em setembro, só pude frequentar em...