segunda-feira, 15 de abril de 2024

Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: II / VI

 Emilio Endlich  ainda continuou com um comércio de sal  num comércio que tinha no lado esquerdo das margens do Rio Braço do Sul, que mais tarde se tornaria a residência de sua Irma Gertrudes, casada com Germano Rupf. Com a morte Emilio em 06 de março de1941, seu filho Amador começou um novo comércio e secos e molhados, mais tarde bomba de gasolina. Com a inauguração da BR 262, abriu um posto de gasolina. Na virada do século já não mais pertencia. Era o fim dos comerciantes Endlich em Marechal Floriano. A direita local onde era o deposito de sal do Emílio Endlich, que foi transforando em casa. Com a construção da BR 262, foi demolida. Bellarmino Pinto Coelho. Sabemos muito pouco deste cidadão que chegou na Vila de Marechal Floriano por volta de 1915. Natural Cachoeiro do Itapemirim. Com ele  estava seu sócio Aguilar de  Freitas. Ao redor da estação da antiga Estrada de Ferro Sul Espírito Santo, aterrou-se uma grande área, para no futuro desenvolver uma cidade. Partes destas terras, pertenciam ao suíço Jacob Kuster. Até esta data não havia nada ao redor da estação, a não ser, a casa do  agente de estação, que estava inacabada.  Nos jornais mais antigas, dizia que tinha um hotel neste local, provavelmente de madeira. No registros de jornais, Bellarmino fala que comprou estas terras. Um dos filhos de Jacob, o João dizia “ Ele ganhou estas terras”. O sócio do Bellarmino era um grande politico do sul , Aguilar de Freitas, que foi prefeito em Castelo e Muniz Freire, como ajudou a emancipar estes municípios. Na visita do presidente da República Nilo Peçanha em 1910, Aguilar coordenou a viagem no Espirito Santo. Tinha boas relações com a família do Jeronimo Monteiro. Talvez isto facilitou a compra ou mesmo ter ganhado. Abaixo  Propagandas Diário da Manhã 15/01/1916.
 


Reportagem sobre Marechal Floriano, onde Bellarmino Pinto Coelho conta um pouco da sua história na vila. Diário da Manhã 23/12/1916. Pela reportagem Bellarmino  investiu muito dinheiro, sua casa comercial tinha uma venda anual de 1.200 contos. Construiu hotel, casas de moradias, serviço elétrico. A igreja católica foi construída em menos 10 meses. O desenvolvimento foi tão grande que Marechal tinha um projeto de emancipação.




Abaixo Propagandas Diário da     Manhã  15/01/1916.
        




                                          

                                           Emancipação da vila

Meu tio Emílio Gustavo Hülle narrou uma história contada pelo seu sogro Vitto Travaglia. “ Em 1916  Salloker estava descontente  com alguns políticos de  Campinho.  Seu amigo Bellarmino Pinto Coelho , comerciante na Vila de Marechal Floriano, aproveitou o ensejo e pediu a Salloker para   negociar com  o governador Marcondes Alves de Souza  e o deputado federal   Jerônimo Monteiro,  para criar um novo município”.  Na inauguração da capela católica de Marechal  Floriano, teve uma grande festa, com  a participação de políticos da capital.  A festa aconteceu  em 16 de dezembro. Bellarmino  além de comerciante, era político. Seu sócio Aguilar de Freitas , político influente da região Sul do estado. Aguilar  participou da emancipação de Castelo e Muniz  Freire. Voltando a festa da capela, foram  inauguradas;  a rua principal da vila, com o nome de Jerônimo Monteiro, hoje avenida Kennedy, a praça da estação com  nome de Dom  Fernando Monteiro,  irmão do Jerônimo , que  tinha falecido recentemente. Hoje esta praça  é   a José Henrique  Pereira. No  Jornal Diário da Manha de 27/12/1916, saiu uma matéria sobre  este assunto. Ver  ao lado. Porém nada deu certo. Na virada do ano, Bellarmino desfez sua sociedade com  Freitas.   José Henrique Pereira, negociante de Melgaço  compra  todo o patrimônio  do Bellarmino. A partir de 1917, a vila de Marechal Floriano passa a ter um  novo líder político, Coronel José Henrique Pereira. Por fim,  a morte de Salloker em 1917 , que  comoveu o Palácio Anchieta, inclusive  o deputado Federal Jerônimo Monteiro.    
                                                     Histórias

Ao redor da estação as casas foram construídas entre 1913 a 1915 pelo comerciante Belarmino Pinto Coelho. Depois  veio José Henrique  Pereira, onde fez outras mais. A estação de 1900, a casa do agente iniciada  em 1898, concluída em 1910 pelo ingleses. O  sobrado dos Endlich de 1890, reformado em 1910. Entre todas casas da vila, tem uma que chama  atenção. Esta casa ainda existe hoje, sendo proprietário Lucio  Pereira, Foi  moradia do Belarmino. Um fato curioso, de sua casa o comerciante  caminhava através de portas internas,  até chegar no hotel. Eram várias portas, sendo que haviam duas residências entre o comércio e o hotel. Uma ocasião perguntei a Ondina Pereira ( Nonoca) que  residiu nesta casa por mais de nove anos, a respeito destas passagens. Segundo ela existia, mas seu pai lacrou a porta do armazém. Sobre  este fato dizia ela, que um dos motivos “ Belarmino tinha muitos inimigos”. A direita a casa do Lucio Pereira – 2009. O Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, datado de 20/04/1915. Bellarmino comunica  as pessoas que fizeram transações, com uma empresa  com três sócios, Bellarmino, Pinto, José Kill, negociante em Marechal, sócio da Endlich e CIA e João M. Wolf, mas que não conseguiram  organizar a sociedade, para exploração de comércio em grosso e varejo, na estação de Marechal Floriano.. Ficando a responsabilidade  para o Bellarmino.

             José Henrique Pereira

Em 1916 Aguilar de Freitas retira-se da sociedade com Bellarmino Pinto. Em 1917  José Henrique Pereira compra todo o patrimônio de Bellarmino Pinto. A partir de 1922 já era um negociante renomado do município de Santa Isabel. Foi vereador e prefeito. Construiu mais casas ao redor da estação. José veio de  Melgaço, onde tinha  comércio. Nasceu em Pedra Branca em 17 de abril de 1876.Casou-se com Luiza Maria Kumm Pereira.  No governo de Getúlio Vargas ganhou patente de Coronel. José Henrique faleceu em 17 de outubro de 1967. Está sepultado no cemitério católico de Marechal Floriano. Abaixo da esquerda para direta recorte Diário da Manhã Setembro/1916 e foto de José Henrique Pereira.



Na  política  participou de várias obras no município de Santa Isabel. Em 1924 era presidente da câmara. Abaixo  1929 foi prefeito interino e em 1928 vereador .


                         Nestas fotos podemos ver o patrimônio de José Henrique Pereira. 


Aqui podemos ver  Ativo de José Henrique Pereira em 11 de dezembro de 1928

Dinheiro em caixa 1.838.400
16 burros arreados    9.600.000
Conta corrente 165.440,680
Estoque de café      20.000,00
Devedores    43.652,440
Valores em Réis

Contador Olympio Duarte e José Ribeiro de Souza. Fonte: Livro de contadoria.  Pesquisei no livro, pertencendo ao seu neto José Carlos Pereira    (Cacau) - 2006. Abaixo Foto do casamento de sua filha Lucy Pereira com o militar Waldemar Coelho, em Em 30 de maio de 1935. Fotógrafo Alfredo Mazzei.v. Foto: Acervo Oberdan José Pereira.


O seu comércio  cresceu  de uma forma, que teve que contratar um contador.  Na ocasião contratou  Joaquim Thevenard, um dos famosos do Espírito Santo. Joaquim faleceu em Marechal Floriano em novembro de 1927. Abaixo da esquerda para direita  a antiga residência em que morou Thevenard, Diário da Manhã 22/11/1927.

                                                                             Quebra da bolsa em 1929.

O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão,  quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, caíram drasticamente, e tornou-se notícia conhecido como Terça-Feira Negra. No Brasil os comerciantes de café foram a  bancarrota. Na vila de Marechal Floriano não foi diferente, todos tiveram enormes prejuízos. Ondina Pereira (Nonoca) contou que seu pai recebeu no dia seguinte um telegrama de um amigo que residia no Rio de janeiro, onde constava “ José pare de comprar café que o mundo quebrou”. José espalhou a noticia, porém muitos não acreditaram e continuaram a comprar. Segundo Ondina seu pai teve que vender terras para cumprir contratos. A direita partes do discurso do Governador Aristeu Borges de Aguiar , relatando a situação do café no Espírito Santo - 1929 .


Continua [ ... ]



sexta-feira, 5 de abril de 2024

Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: I / VI

 O comércio de Marechal Floriano começou em 1882, pelo imigrante suíço naturalizado brasileiro, Adolpho Kuster. Conforme informações do meu tio Emílio Gustavo Hülle, este estabelecimento ficava  na estrada de Batatal . Seu principal negocio, era  a compra de café, mas tinha secos e molhados. Nesta época   tudo era muito difícil, já que as mercadorias tinham que ser transportadas por tropas de animais. Tudo vinha da capital, Vitória. Grande parte do trajeto era montanhoso. Uma tropa levava em media dois dias ate chegar na Vila do Braço do Sul. Com a chegada da ferrovia em 1900, tudo ficou mais fácil. Com menos de três horas, a mercadoria chegava na vila. Utilizava-se pouco dinheiro. Havia uma troca, o negociante vendia fiado, o lavrador  pagava com venda da colheita. Quando a colheita não era boa, o lavrador endividava-se. Assim o colono tinha que pegar dinheiro emprestado. O negociante virava banqueiro. Estes empréstimos as vezes não se conseguia pagar. O lavrador tinha que vendar seu terreno, para sanar a dívida, onde passava a trabalhar de meeiro.  Imagem acima; O Jornal a Província do Espírito Santo de 27/11/1886, traz uma reportagem sobre os colono suíço Adolfo Kuster na época já despontava como grande produtor de café. Entre 1882 até 1970, a maioria dos comércios, eram de pequeno porte, na época conhecidos como vendeiros. No final do século XIX, o maior negociante foi Philipp Endlich, na vila do Braço do Sul. Com a crise do café e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, o comércio teve uma queda brutal. Em 1957 com início da construção da BR 31, hoje 262, o comércio voltou a tona, principalmente  na vila de Marechal Floriano. Como podemos ver foi uma ferrovia que deu impulso ao comércio desta região, no início do século XX. Depois uma rodovia, que fez principalmente a cidade Marechal Floriano, ser hoje  um grande centro comercial. Foto ao lado comercio de Philipp Endlich. Foto tirada  antes de 1910. Acervo Ercilia Travaglia.


Na região  tivemos fábricas, como a de tijolos, fundada em 1896, pelo imigrante suíço Jacob Kuster.  Na vila de Marechal Floriano, a maioria das antigas casas, inclusive e a primeira  igreja católica, foram   construídas com  tijolos provenientes  desta olaria, que ficava nas margens do Braço do Sul, na final da atual rua Dr. Arthur Gerhardt. Jacob  também foi primeiro carpinteiro, marceneiro e fabricante   de peças de madeiras, utilizadas  na antigas fabricas de farinhas, como roda d'água e polias. A altar da primeira igreja católica de Marechal, foi construído pelo Jacob. Os moinhos hidráulicos foram sem dúvidas as primeiras fábricas, onde produziam farinha de mandioca e fubá. Estes moinhos  também eram conhecidos com Quitungo, palavra que vem do Tupy, onde o historiador Roque Ribeiro diz que nome é originário de “Conta-se que escravos fugiam das fábricas de farinha dentro de cestos de farinha ao longo do rio que hoje leva o mesmo nome (rio Quitungo/ R.J)”. Em 1934 João Lübe Sobrinho construiu um galpão na Vila de Marechal, para fabricar vinho de laranja. Anexo o Jornal  Diário da Manhã de 04/08/1933. Reportagem sobre a fábrica de João Lübe Sobrinho. Comércio ambulante, geralmente vendia de tudo, mas o carro chefe eram joias. Um dos mais famosos foi Hamilton Linz, natural do Rio de Janeiro. Começou em Matilde em 1930. Veio para a vila de Marechal em 1940. Vendia roupas e sapatos. Generoso Mendes, natural de Cachoeiro do Itapemirim, especialista em joias. Ainda tinha seu Vicente, natural de Vitoria, vendia joias, sendo seu produto maior, cordão de ouro entrelaçado. Ferreiros, os mais antigos foram os germânicos Georg Balzer, Carl Gottlieb Dietze e Hermann Rudolf Hülle, chegaram na vila do Braço do Sul em 1860. Alfaiates, um dos mais antigos foi Johann Littig I, imigrante que chegou na Colônia de Santa Isabel em 1859, região de Sóido. Em 1896 mudou-se para a Vila do Braço do Sul, onde exerceu sua função até 1915. Na imagem ao lado Automóvel do Emílio Entringer alugado para transportar o vendedor Hamilton Linz – 1931. Comércio de Ercílio Pereira  em Ponto Alto.
                   Mercado
A partir de 1920 a estação virou uma espécie de mercado, os compradores vinham de Vitória no trem da manhã e voltava a tarde. Comprava de tudo, farinha de mandioca, laranja, aipim, avos, galinha, sendo que o mais procurado era o carvão vegetal. Tudo era negociado na plataforma da estação. Ondina Pereira que relatou esta história, dizia que era muito bom para a vila, já que toda semana entrava  dinheiro, e melhor ainda era para o seu pai que tinha o comércio ao lado, onde o povo ia comprar suas necessidades. Abaixo Foto de Marechal Floriano da década de 30. Antiga praça da Estação. Original pertence a Oberdan José Pereira.


 Negociante de Marechal Floriano 1882 até 1970

Adolpho Kuster

Nasceu em 01 de janeiro de 1852 em Diepoldsau , Suíça, filho de Johann Kuster e Bárbara Weder. Chegou na Colônia de Santa Isabel 1862, Braço do Sul . Foi o primeiro comerciante da Vila do Braço do Sul, na estrada do Batatal, em 1882. Em 18 de julho de 1874 casou  com Louise, nascida  na Colônia de Santa Isabel em 28 de novembro de 1852, filha de Miguel Trarbach e Elisabeth Mayer, falecida em 10 de maio de 1941. Adolpho em 14 de setembro de 1911. Em 10/02/1883, fez o juramente de naturalização.
                                                                           Jacob Kuster
Nasceu em 26 de janeiro de 1856 em Diepoldsau , Suíça, filho de Johann Kuster e Bárbara Weder. Chegou na Colônia de Santa Isabel 1862, Braço do Sul. Foi o marceneiro/carpinteiro da Vila do Braço do Sul. Em 20 de maio  de 1887 casou  com Maria Ana Hülle nascida na Colônia de Santa em 28 de fevereiro de 1867, filha de Hermann Rudolf Hülle e Bárbara Kiefer falecida em 27 de maio de 1956. Jacob em 02 de abril de 1942.

Abaixo  Detalhes de moveis construídos pelo Jacob. Cabeceira de uma cama e  guarda-roupa que esta na residência de Oberdan José Pereira, em Marechal Floriano.  Os móveis  pertenceram  a José  Henrique Pereira.
 


Philipp Endlich

Nasceu na Alemanha em 1844, filho de Johann Wendel e  Anna Marie Möher. Chegou na Colônia de Santa Isabel em 1859.  Em 09 de janeiro de 1868 casou com Anna Marie Degen, na Igreja Católica de Santa Isabel. Foi o primeiro presidente provisório da antiga colônia de Santa Isabel. Exerceu a função no período de 19 de dezembro de 1893 a 21 de abril de 1895. Para ser o Presidente provisório, Philipp teve que naturalizar brasileiro. Recebeu a carta de naturalização em 1883, conforme decreto nº 1950, datado de 12 de julho de 1871. Em 13 de julho de 1891 comprou do Sr. Manoel Gerhardt um lote dentro da Vila do Braço do Sul,  de número 252 que pertencia a Johann Grazskop. Construiu o comércio na antiga vila do Braço do Sul. Com o projeto de construir uma ferrovia, Philipp  mudou-se Santa Isabel  e comprou lotes ao lado da linha onde construiu seu comercio e casa de moradia. Em 1902 já era o maior comerciante do antigo município de Santa Isabel. Viajava constantemente para Europa. No dia 11 de junho de 1905, partiu do Porto de Vitoria, no navio Asuncion, da empresa Hamburg Südamerikanische sendo o comandante, H. Meyer, sendo o destino Hamburgo, fazendo escalas na Bahia, Lisboa e Leixões. Com Philipp estavam seus  filhos Manoel, José e Clara, João Endlich e Senhora e com os filhos José  e Frederico.Todos  embarcaram em 1ª classe, adquiridos pela empresa de passagem Zizen, Vitória.Seu amigo Jacob Kuster, viajou de 3ª classe. No retorno desta viagem, Philipp faleceu perto do porto de Lisboa. A familia ainda tentou sepulta-lo em Lisboa, mas não conseguiram. Após um tempo de viagem, seu corpo foi sepultado no Oceano Atlântico. Abaixo Foto de viagem: da esquerda para direita  Ferdinand Bernardo Müller e sua esposa, Anna Dietze,  Clara e seu pai Philipp Endlich . Conforme descrito no verso da foto , o fotógrafo foi Joh  Niclou, situado na König  Strasse 5,  Johannisgarten - Cheminitz – Alemanha 1898.


Com a morte de Philipp em 1905, sua esposa assumiu o comércio. Reformou o antigo sobrado em 1910. Na margem  esquerda do Rio Braço do Sul, próxima a ponte para pedestre, foi construído um novo comércio , exclusivo para sal, sendo o responsável seu filho mais novo Emilio. Este local mais tarde foi transformado em residência. Firma Endlich & CIA. Os irmãos Emilio e Manoel   fundaram uma empresa com nome de “Irmãos Endlich. Não sabemos a data inicial, mais em 1914 já existia. Conforme propaganda  ao lado. Posteriormente  entrou outro sócio, Manoel Kill Filho, sendo que a firma passou a chamar Endlich & CIA. Anna faleceu em 13 de abril de 1918. Foi sepultada no antigo cemitério de Marechal Floriano. No início do ano de 2000 a igreja católica de Marechal retirou parte do seu túmulo, onde consta nome e datas de nascimento e morte, e colocaram no museu da igreja. Com a saída de Manoel Endlich para região do Batatal, onde abriu um comércio. Seu irmão Adão foi para Rio Fundo e José já tinha um comércio em santa Isabel. Ficando a responsabilidade para o filho mais novo Emílio Endlich, e seu socio Manoel Kill Filho Em 1927 a firma pede falência conforme jornal Diário da Manhã de 28/10/1927; Foto Emílio Endlich.

Abaixo Jornal Diário da Manhã de 18/12/1927, com a relação dos credores, e de 24/04/1928, onde os sócios propõem em  pagar 30% da divida para continuar a empresa.
                          

Jornal Diário da Manhã de 23/12/1927, com a relação dos bens que vão a leilão.


Abaixo da esquerda para direita; Jornal Diário da Manhã de 23/12/1927, com a relação dos bens que vão a leilão. Jornal Diário da Manhã de 22/07/1928, reabilitação da firma Endlich. Mas em 1929, conforme o Jornal Diário da Manhã de 19/02/1929, Manoel Kill  deixa a empresa.

     
 
Na imagem a seguir. Planta do terreno que pertencia a Firma Endlich -  1926.


Jornal Diário da Manhã de 07/02/1928, onde Victor Travaglia e sua esposa Clara Endlich , propondo comprar imóveis da empresa falida. Clara e seu marido venderam um terreno que rodeava a capela católica  e sua residência, comprada pelo José Henrique Pereira, que mais tarde construiu sua nova morada, hoje pertencente ao seu neto Oberdan José Pereira.


 A partir de 1932 Victor Travaglia e sua esposa  passam comandar a empresa já com o nome de Comércio Victor Travaglia .Um dos seus caixeiros foi Emilio Gustavo Hülle que começou a trabalhar ainda na firma Endlich, em 1928. mais tarde comprou o comércio do seu sogro, com atividade em comprar café.  Parte de história foi narrada pelo próprio Emil Gustavo Hülle , e Maria de Lourdes Lübe, nora de Emil Endlich, casada com Alcides Endlich. Obs. Na cidade Marechal Floriano, tem uma rua com o nome de  Manoel Kill. Foi uma homenagem que Emilio Gustavo , fez em agradecimento, pois foi Manoel, mais conhecido como Duduca que ensinou os primeiros passos no comércio. Emilio Gustavo Hülle, Manoel e sua esposa  Maria Carolina  Reis - 1926. 
 


Continua [... ]



terça-feira, 26 de março de 2024

CONTADORES DE HISTÓRIAS PART.: IV / IV

 Walcy Francisco Endlich

Nasceu em 30 de dezembro de 1943, filho  de Nicolau Endlich e Amélia Fischer. Foi criado com a Hilda Rupf nascida em  05 de outubro de 1910, falecida   em 30 de junho de 1988.Walcy conviveu com Gertrudes Endlich, filha mais velha do Philipp Endlich, a qual chamava de avó. Conhecia bem as historias da família Endlich. Quando estive pela última vez, já bem debilitado, pois tinha uma foto sem informação. Mesmo doente,  reconheceu a foto, que era  de um casamento de um Endlich.
        Paulo Kuster

Nasceu em 19 de julho de 1918, filho de Ludovico Oswaldo Kuster e Johanna Endlich. Era neto de Philipp Endlich. Fui indicado, que este cidadão tinha uma grande coleção de fotos antigas. Residia perto de Bom Jesus. Deparei com uma vasta coleção de fotos. Conhecia as historias destes documentos . Infelizmente em 07 de novembro de 2010, veio a falecer. Era solteiro.( Observação: Não há registro fotográfico no arquivo até o momento).
 
                                             Erica Schneider

Nasceu em 30 de julho de 1924, filha de Eduardo Guilherme Schneider II e Joanna Mathilde Kuster. Casada com Sebastião Martins Bastos, nascido em 04 de janeiro de 1908, falecido em 10 de janeiro de 1993. Estive na sua residência em 2005, onde contou suas historias quando residiu no Rio de Janeiro. Entre os anos de 1940 e 1950, trabalhando no Hotel Quitandinha em Petrópolis. Tinha fotos com grandes personalidades da época, como o embaixador alemão. Suas viagens de trem entre Rio de Janeiro e Domingos Martins. Fotos da família do Ulrich Kuster, seu avô materno.  Neste dia passei uma tarde, ouvindo suas historias de Campinho. Tinha o prazer narrar suas vivencias. Faleceu em 30 de junho de 2011.( Observação: Não há registro fotográfico no arquivo até o momento). 

           Alfredo Costalonga – Ruth Mendes



Alfredo nasceu em 13 de janeiro de 1917, em Jaciguá, filho de Agostinho Costalonga e Olivia Altoé. Em 18 de junho de 1959 casou na igreja católica de Marechal Floriano com Ruth Mendes, nascida em 27 de novembro de 1921, em  Mascarenhas   filha de Yvahy Mendes e Adélia Vello. Alfredo vem de uma família de coronéis, seu pai Coronel em Vargem Alta, comerciante em Prosperidade. Teve três Sobrinhos com a mesma patente. Tinha paixão pelos imigrantes de Jaciguá. Sabia das historias deste italianos e construção da ferrovia entre Matilde e Cachoeiro
              
                        Benedito Rodrigues 

Por este nome ninguém conhece, mas se dizer Bino da Mata. Filho de escravos, sua mãe Inácia Neves morou no centro de Marechal, num antigo barracão, no final dos anos cinquenta. Uma senhora quase centenária, andava descalça, fumando um cachimbo, com cabelo grisalhos, residia  com seu filho João. Bino foi criado na região de Melgaço. Casou com Maria Rocha, uma descendente de alemão por parte de sua mãe, a família Goenering de Santa Leopoldina. Morou por muitos anos na beira da  BR. Seu pai conviveu com os primeiros brasileiros que vieram residir na antiga Colônia de Santa Isabel, Pedra  Branca e Melgaço. Contava causos destas famílias  e de pomeranos. A noite quando sentava debaixo de uma jaqueira, ele e seu amigo João Pereira, o assunto eram historias de Melgaço.( Observação: Não há registro fotográfico no arquivo até o momento).

             Adalberto Marcus

Na minha infância fui apaixonado pela filatelia. Coleciona do mundo inteiro. Num determinado momento resolvi colecionar  uma temática. Selos  emitidos pelas Nações Unidas . Descobri que no Brasil, em São Paulo havia um senhor representante onde podíamos comprar e trocar selos emitidos pela ONU. Adalberto Marcus era uma alemão que veio para o Brasil antes da segunda guerra. Em 1978 fui a São Paulo, e conheci o Comendador. Ficamos amigos e  todas as vezes  que viajava para o sul, fiz visitas, onde costumávamos tomar café na Barão de Itapetininga, conversando principalmente sobre a segunda guerra mundial. Adalberto foi engenheiro militar no tempo do Hitler. Certo dia sua área de serviço no exército parou de fabricar motos, para canhão. Arranjou umas férias, foi para o Estados Unidos. No meio da viagem começou a guerra. Veio para o Brasil, morar em São Paulo. Na Rio-92  em junho de 1992,  através de sua credencias de comendador, pude participar de varias palestras sobre meio ambiente. Infelizmente em 1993 veio a falecer.
           
Lucio Pereira
Nasceu em 27 fevereiro de 1950 em Afonso Claudio, filho de Hercílio e Fausta Simões. Casado com Rosilda leite. Apaixonado pelo América Futebol Clube do Rio de Janeiro. Amigos de longas datas. Através dele consegui muitas fotos de Marechal Floriano.

               Elza Stein
Nasceu em 22 de julho de 1928, filha de Guilherme Coriolano Stein e Cecília Maria Simmer. Em 11 de julho de 1953, casou com Constantino Antonio, nascido em 13 de junho de 1928. filho de Geraldo Pinto das Chagas e Catharina Izabel Erlacher. Elza faleceu em 31/05/2016. Em 2014 no seu veículo,  viajamos  a Paraju, onde conversamos com sua irmã Florinda. O assunto foi sobre Guisela Salloker e sua primeira professora Fausta Simões. Elza e Florinda,  tinha muitas informações da família Simmer, do lado de sua mãe. De um antigo cemitério católico, São Policarpo que ficava entre Paraju e Ponto Alto.

            José Gonçalves dos Santos (Maroto)

Tinha um conhecimento profunda da política brasileira, principalmente no  período getulista. A última vez que estive com Maroto, falamos sobre Canudos, livro que leu duas vezes. Antes de entrar na política, desempenhou com muito esforço na implantação de um ginásio em Marechal Floriano, foi funcionário federal. Tinha seus pensamentos voltado para o socialismo.  Em 1976 foi o vereador mais votado do município de Domingos Martins com 792 votos, candidato pelo MDB.


       Ary Ribeiro da Silva

Natural de Mimosos do Sul, nasceu  em 30/05/1935, filho de Acy Ribeiro da Silva e  Emília Bastos da Silva.  Em 1958 comprou a farmácia do seu Antenor Braga. Casou com Angélica Aurea Zanetti (Filinha), filha de Ângelo Guilhermino Zanetti e Natalina Follador.  Sabia das historias de Marechal Floriano, pois chegou quando a vila começou a desenvolver.  Ary faleceu em  23/04/2004.

              Maria Fausta Simões
 
Nascida em 03 de novembro de 1911, em Benavente  filha de Horácio Simões e Silvia de Oliveira. Em 28 de fevereiro de 1935, casou na capela católica de Marechal Floriano com Hercílio Pereira nascido em 04 de agosto de 1908, filho de José Henrique Pereira e Luísa PereiraFausta faleceu em 11 de fevereiro de 2004, seu esposo em 23 de setembro de 1980. Fausta foi professora no antigo Sapucaia. Tinha paixão por livros de romances. Conhecedora das obras do Padre Antônio Vieira.

      Hamilton Linz 

Natural do Estado Rio de Janeiro. Nasceu em 10 de outubro de 1899. Em 1937 residia em Matilde/Alfredo Chaves. Era casado com Izaura Ferreira Caridé, natural do Estado do Rio de Janeiro.Sua filha Lucia nascida em 30/11/1917, no Estado do Rio de janeiro casou no cartório de Matilde em 30/09/1937, com o ferreiro Fioravante Prestes nascido em Guarapari em 24/11/1912, filho de Luís e Lucia Prestes. Foram residir em Colatina. Chegou em Marechal Floriano, n como mascate. Mais tarde trabalhou como alfaiate. Tinha um habito de escrever cartas para  as pessoas analfabetas. Quando assisti o filme Central do Brasil, a Dora personagem da Fernanda Montenegro, lembrou seu Hamilton de  Em 1960 escreveu para o Presidente da República Jânio Quadros, onde obteve resposta. Hamilton faleceu em 23 de junho de 1962, sepultado em Marechal Floriano. Sua mães Joanna Linz foi a primeira pessoa que vi contar historias. Não cansava de dizer que dançou com Rui Barbosa.  Ambos tinham uma  boa cultura. Segundo Josely Pereira, Hamilton era um senhor de grande conhecimento. Infelizmente  seu Hamilton era conhecido com uma pessoa problemática na vila. Sua mãe faleceu em Colatina. Na foto Joanna Linz com seus dois netos. O menino Luís Prestes, que mais tarde se tornou um médico renomado no Espírito Santo.

                                   Arlindo Pereirae

 O grande goleiro do antigo Marechal Floriano. Nasceu em 13 de maio de 1922, filho de João Pereira dos Passos e Floripes Nascimento. Em 1936 começou a jogar  futebol, em Paraju, na posição de ponta direita.  Iniciou como goleiro no Marechal Floriano. Esteve naquele famoso jogo  em 1948, contra o Campinho. Relata que a briga começou ente Ricardo Koehler  em um jogador amigo do João  Barreto, que residia na praia do Suá, em Vitória.  Arlindo teve outros irmãos que também jogaram futebol, como Erotildes, Esmerino e  Agenor. Erotildes jogou no Marechal Floriano. Entrevista em Marechal Floriano. 20/07/2015.

Clara Luiza Hülle  - José Henrique Pereira Filho
 
Clara nasceu em 28 de março de 1923, no Picadão, município de Alfredo Chaves, Emil Oscar Hülle e Catharina Schneider Casou-se com José Henrique Pereira Filho em 13 de dezembro 1947.  Clara Faleceu em 07 de junho de 1987.José Henrique Pereira Filho nasceu em 21 de Agosto de 1922, em Marechal Floriano. Era filho de José Henrique Pereira e Luiza Maria Kumm. Faleceu em 06 de outubro de 2007. José tinha conhecimento de quando começou o futebol e Marechal. Clara pertenceu ao teatro da igreja luterana de Campinho, apresentando peças bíblicas e cantigas alemãs .

           Edinho Edwin Hollunder Filho

Nasceu em 31 de maio de 1958, filho de Edwin Arthur Hollunder e Adelina Ribet. Em 21 de maio de 1983, casou na igreja luterana de Paraju, com Alésia Joaquim, nascida em 28 de setembro de 1963, filha de Adelino e Elza Kuster. Estive na residência. Possui muitos documentos antigos do Ponto Alto, de famílias e escolas. Seu pai foi membro da igreja luterana, com participação ativa. Uma  das fotos mais antigas da família Hollunder, pertence ao Edinho.( Observação: Não há registro fotográfico no arquivo até o momento).

                                    Adelino Bautze

Adelino nasceu em 06 de novembro de 1929, filho de Augusto Bautz e Elza Huwer.Em 10 de dezembro de 1953, casou na igreja luterana de Campinho, com Elza Huwer,nascida em 24 de março de 1932, filha de Carl Sobrinho e Guilhermina Roos.Elza faleceu em 06 de fevereiro de 2012, sepultada em Paraju. Apaixonado pelos seus descendentes. Participou do livro “A  História da Comunidade Luterana de Paraju”, do autor Valdo Haese. Estive na sua residência, onde cedeu fotografias e informações sobre a família Bautz Infelizmente em 22/05/2022 faleceu.

           Alexandre Pereira  

Nasceu em Marechal Floriano no dia 27/3/1918, filho de  Manoel Pedro Pereira e Izabel Maria dos Reis. Casou no cartório de Araguaia em 20/10/1953 com Vanda Matos nascida em 20/01/1925, filha de Antônio Matos e Ana Maria de Jesus. Vanda faleceu em .02/09/1990. Alexandre foi ferroviário, descendente dos primeiros negros a residir na região de Costa Pereira.  Tinha informações sobre estes pioneiros. Aos domingos usava um chapéu branco, com terno de linho branco e sapatos marro e  branco, tipo de gafieira. Foi até  candidato a vereador por Marechal Floriano.
 
 
                       Hercília Travaglia

Nasceu em 27 de novembro de 1922, filha de Vito e Clara Endlich. Em 14 de setembro de 1946, com 25 anos, casou na igreja católica de Santa Isabel Raulino Cardoso, nascido em  06 de janeiro de 1921, filho de José Antonio  Miguel  Cardoso e Maria Bungenstab. Raulino faleceu em 25 de fevereiro de 1986, sua esposa em 02 de outubro de 2021. Dona Hercília  como era chamada, detalhista nas suas historias, principalmente do seu avô materno. Seus tempos de criança na vila, suas professoras. Sempre sorridente. Tive a felicidade conversar varias vezes com esta senhorinha.


Abaixo Fontes de pesquisa: 

               


                                        Fim...




  

                                            
 





Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: II / VI

  E milio Endlich  ainda continuou com um comércio de sal  num comércio que tinha no lado esquerdo das margens do Rio Braço do Sul, que mais...