sábado, 30 de setembro de 2023

COMUNICAÇÃO - JAIR LITTIG - 2020 Pat.: I / II.

 Comunicação dos Primeiros Habitantes da Vila do Braço do Sul

Histórias da comunicação dos primeiros imigrantes e brasileiros que vieram residir na antiga vila do Braço do Sul ,depois vila de Marechal Floriano. São relatos de pessoas que entrevistei, onde abordaram temos como; Jornais, cartas, telegramas, revistas, telefone, rádio e por final a televisão. Suas dificuldades para obter uma informação ou mesmo de comunicar com seus parentes, principalmente os imigrantes de origem europeia, que por muitas vezes, para ter uma notícia de seus familiares, esperavam  quase um ano. A direita antigo aparelho de telégrafo. Com a inauguração da estação ferroviário de Marechal Floriano em 13 de maio de 1900, este sistema de comunicação facilitou a vida dos florianense. Fez encurtou o tempo de espera por uma informação. No anos setenta do século passado. este aparelho ainda era utilizada na ferrovia. Com a chegada dos primeiros moradores na vila do Braço do Sul, principalmente os europeias tiveram dificuldades para comunicar com seus parentes distantes. Entre eles podemos citar as famílias Kuster e Rupf. Na época o endereço era a igreja luterana de Campinho. Acredito que os católicos seriam Santa Isabel, embora não tenho evidências. Na igreja de Campinho ainda encontrei varias cartas de germânicos, endereçadas aquela entidade. Abaixo Registro da família de  Anna Bárbara  Weder, esposa do Johan Kuster. Arquivo Público de  Diepoldsau. No registro de Anna Bárbara tem a data do falecimento. Evidências que esta família tinha  comunicação com seus familiares na Suíça, já que Anna faleceu em 02 de maio de 1888, sepultada em Campinho.  


As cartas eram enviadas para Vitória, onde através de transporte marítimo, e estas para o Rio de Janeiro, de lá para a Europa. Evidências: Em 1881 o presidente da província do Espirito Santo Marcellino de Assis Tostes, autoriza sistema de malas, conforme registro abaixo.  Hemeroteca Nacional Biblioteca Nacional - RJ.

      Inauguração da Estação Ferroviária.

Com a inauguração da estação, o telégrafo chegou na vila de Marechal, porém no início este sistema de comunicação só era usado para controlar a ferrovia. Somente  algumas pessoas podiam utilizar. O correio só chegou na vila em 1918, quando Luiza P. Brasil era agente postalista. Era influência do Bellarmino Pinto. Em 1922 Seltz Gabrielle era o  agente postal. Seltz foi comerciante em Vitória e coletor fiscal em Campinho e Afonso Claudio. Conforme registros antigos, enviar cartas pelos correios, não de costume dos brasileiros. Primeiro que não era barato, segundo havia muitas reclamações de extravios. Pessoas que queriam enviar uma carta para outro estado, esperam que uma pessoa amiga levasse.  A direita  partes de um documento do município de Santa Isabel, datado de 1918, onde conta o nome de Luiza P. Brasil, agente dos correios de Marechal Floriano. Evidências Almanaque  Laemmert – 1918 Biblioteca Nacional - RJ. Em maio de 1929, Alzemira da Silva Gomes pede exoneração do cargo de agente postal da vila de Marechal Floriano. Natural do Rio de Janeiro. Maria do Nascimento Braga Em 12 de julho de 1929 o Presidente da Republica Washington Luiz nomeou Maria Nascimento Braga no cargo de Agente do correio  de Marechal Floriano. Maria nasceu em Niterói em 3/06/1891, filha Manoel Rodrigues Costa do Nascimento  e Amélia Braga do Nascimento. Era conhecida como D. Mariquinha. Em 15/01/1919, casou em São Gonçalo  com o farmacêutico Antenor dos Santos Braga. Em 1931 pediu desligamento dos correios. Faleceu em 06 de março de 1964, sepultada em Marechal Floriano. A direita imagem do recibo de uma carta constando o nome do encarregado dos correios da época. Datado de 12/ de julho de 1929. 
Doralina Reis é exoneração do cargo de agente postal  de Marechal Floriano. Em 1935 Ministério da Viação nomeou Alice Ferreira para ajudante de agencia Postal de Marechal Floriano. Em 1936 foi nomeada agente postal. Alice Valienga  Ferreira em  01 de setembro de 1926, casou na capela católica de Marechal Floriano com Kuster nascido  em 12 de agosto de 1898, filho de Jacob e Maria Anna Hülle. Maria nasceu em Campos filha de José Ferreira e Izaltina Valienga Ferreira. Gustavo foi escriturário da Firma de José Henrique Pereira na Vila de Marechal Floriano. Abaixo a esquerda casamento de Alice Kuster- 1926- Revista Vida Capixaba . A direita Olga Kuster que  a partir de 1936 Olga Kuster cunhada do Alice, assumiu os correios de Marechal Floriano.  Olga nasceu em 09 de outubro de 1909, filha de Jacob e Maria Anna Hülle Casou-se com Osvaldo Kiefer em 08 de março de 1930. Olga faleceu em 05 de novembro de 1943. Osvaldo Kiefer nasceu em 09 de maio de 1906. Era filho de Adam Kiefer Marie Tschön. Osvaldo faleceu em 04 de janeiro de 1988.

Abaixo antiga casa, pertenceu a família Kuster. Neste local, Olga trabalhou como agente postal. Fotos acervo Jair Littig.
                 
 Aldair Resende

Com a morte de Olga Aldair é nova agente postal de Marechal Floriano. Nascida em  08 de dezembro de 1920. Casado com veterinário João Carreiro nascido em 04 de janeiro de 1896. Em 1948 mudou-se para Vitória. Aldair trabalhou por muitos anos, na agencia central dos correios, na avenida Jeronimo Monteiro. Faleceu em 27 de abril de 184, seu esposo em 18 de maio de 1960. Ambos sepultados em Marechal Floriano.  Na imagem a direita.

Agencia dos Correios a partir de 1950 até 1976
A partir dos anos cinquenta Elza Kuster assumiu a agência, mais tarde seu irmão Alcides. Em 1963 José Matos e finalmente em dezembro de 1965 Ubiratan de Souza. Em 1977, a empresa fechou a agência, onde mais tarde a prefeitura. A direita foto da casa do Sr. João Kuster, pai de Elza e Alcides. Neste local por muitos anos, foi a agência dos correios, situado na rua Dr. Arthur Gerhardt. 
    
Tempo em que trabalhei na agência dos Correios de Marechal Floriano

Entre 1964 até 1967 trabalhei como contratado para a Empresa dos Correios e Telégrafos. Minha função era receber e expedir malotes nos três da RFFSA. Na ocasião havia uma possiblidade de ter concurso nos correios, quem era contratado, tinha grande chances de ingressar na empresa. Porém o regime militar cancelou. Assim mesmo fiquei um bom período. Além dos malotes, fazia todo serviço referente aos correios. A agência de Marechal dava lucro, pois seu faturamento mensal pagava tudo, e ainda sobrava dinheiro. Atendia a Marechal, Costa Pereira, Alto Batatal, partes de Rio Fundo, Soído de Baixo, Boa Esperança, Nova Almeida, partes  de Paraju, Vitor Hugo, Aracê e Fazenda do Estado. O maior volume eram as cartas. Assinaturas de jornais como Correio da Manhã, A Gazeta, O jornal, Jornal do Brasil, Jornal de Aparecida. Comprava-se muito pelo catálogo Hering, sapatos vindo de Franca, São Paulo. Como não havia bancos, utilizavam-se muito, enviar dinheiro pelo correio. No anos sessenta todos os dias recebíamos e espedíamos  malotes vindo de Vitória, pelo noturno das 11:00 horas, misto vindo de Cachoeiro, chegando as 13:30 horas e o noturno vindo do Rio as 16:40 horas. A partir de 1969, o misto retirou-se de linha. Nos trens havia um vagão apropriado, conduzido por um estafeta. Um dos mais famosos foi o Machado. Pessoa muito conhecida, pois através do Machadão, como era conhecido, comprava-se jornais do Rio, revista  O Cruzeiro e gibis. Na ocasião havia muitas reclamações de desvios de cartas, mesmo sendo registrada, quando extraviava, não conseguia recuperar. Era comum na época colocar dinheiro em carta simples, pois o valor da taxa era mínima. Muitas vezes  a carta não chegava ao seu destino. 
Jornal A VOZ DA MONTANHA
Fundado 1966  por um grupo de jovens do município em colaboração com o americano Gene Whitmer, voluntário da paz da organização Aliança para o Progresso instituído pelo presidente John Kenedy. Gene residiu em Domingos Martins no período de 1964 a 1966. Os jovens redatores deste jornal foram Mauro Soyka Zina Maria Faria Santos – in memoriam, Joel Guilherme Velten, Anna Maria Stein, Elvira Schneider e Dr. Willian Fernando Boato. Em Marechal Ary Ribeiro da Silva e José Luís, elaboravam matérias sobre o cotidiano da vila de Marechal, José Luís fazia cobertura do futebol, jogos e América e Ary acontecimentos sócias,  festas e casamentos e noticias diversas. O NOTICIÁRIO 
 O primeiro número circulou no dia 30 de outubro de 1970, Ano I, Nº 1, numa terça-feira, ao preço de Cr$ 3,00 (três cruzeiros). Sua diretoria era: 1 – Diretor-Presidente: Adilson José Cardoso 2 – Diretor-Responsável: Paulo Maia 3 – Diretor de Redação: Maria Ângela Pellerano 4 – Diretor-Comercial: Enildo Antônio Cardoso 5 – Secretária: Norma Lúcia Ghaedi Ficava à rua Pedro Gerhardt, nº 308, em Campinho. Sobre este jornal não tenho muitas informações, já que nesta época eu morava em Vitoria. Direita: Reportagem do Jornal a Voz da Montanha de 15/071966, realizado pelo José Luís Santos, sobre um jogo do América Futebol Clube. Evidências: Acervo Rildo Pereira Livro: OS ITALEMÃESNA TERRA DOS BOTOCUDOS  - JOSÉ EUGÊNIO VIEIRA E JOEL GUILHERME VELTEN.

Jornal de língua alemã “Der Kompass”, A Bússola, datado de 24 de outubro de 1931, sendo  o assinante, Carlo Littig V. Era um jornal que  descendentes alemães, principalmente os luteranos, tinham suas assinaturas.
                                           
                                   Continua [...]


quarta-feira, 27 de setembro de 2023

PROSAS FLORIANENSES - IV


    Hoje, vamos falar de um senhor que veio do Vale do Batatal, Distrito de Alfredo Chaves para Marechal Floriano. Foi caminhoneiro e, depois comerciante. Seu nome, Antônio Martins De Nadai. Nasceu no dia 11 de maio de 1941, no Vale de Batatal, em Alfredo Chaves/ES. Filho de Giuseppe De Nadai e Matilde Gallini De Nadai, eram agricultores que da terra tiravam o sustento da família. Toninho, como -sempre foi conhecido, trabalhou na roça ajudando o seu pai até os 25 anos. Em 1966, adquiriu um caminhão Ford F6 e começou a vender produtos que sua família produzia em diversas feiras da grande Vitória. Em 1969, adquiriu um Mercedes trucado, assim, a partir desta aquisição, começou sua vida de caminhoneiro. Viajou para praticamente todos os estados brasileiros e, até o Uruguai, Argentina e Paraguai. Fazia frete para inúmeras empresas, inclusive, transportou diversas cargas para o senhor Paulinho Pereira, dono do antigo Supermercado Jurema. No ano de 1970 adquiriu seu primeiro lote em Marechal Floriano, que foi a sua residência, neste mesmo periodo, seus pais e irmãos chegaram junto com ele. Em 1972, casou na igreja se Sant`Ana com Maria Ivani De Nadai e, também abriu seu primeiro comércio, o Bar Veneza, nome dado ao bar por sua paixão por Veneza, na Itália. Esse bar funcionou por aproximadamente uns dez anos. Em 1982, adquiriu seu terceiro lote em Marechal Floriano, que pertencia ao seu Euclides Lima e, que também já havia funcionado o famoso bar Bambuzinho. Foi neste local que em 1986 construiu e montou sua loja de nome: ARMARINHO DE NADAI, que funciona até os dias atuais. 


CURIOSIDADES: 

      Segundo o seu filho, Giovani De Nadai, o seu pai teve uma grande participação no processo de emancipação de Marechal Floriano. Dizia sempre que a emancipação era a melhor alternativa para o distrito crescer e dar melhores condições aos seus moradores e, foi isso que aconteceu, Marechal se transformou em uma bela cidade que ele teve orgulho de morar e viver o resto de sua vida.

    Assim que Marechal Floriano se emancipou, não existia um local certo para abrigar algumas secretarias, seu Toninho se dispôs a emprestar, sem que o municipio precisasse pagar pelo aluguel, algumas salas que se localizavam atrás de sua loja, ao então, formado município. Inclusive emprestou uma linha telefônica para as secretarias (naquele tempo ter um telefone fixo era um artigo de luxo).

    Sempre viveu uma vida simples. Não gostava de luxo, tinha uma grande admiração pelos agricultores por ter vivido parte sua vida na roça, sabia o quanto era sofrido a vida de um agricultor, construiu grandes amizades, foi um grande homem que ajudou muitas pessoas e instituições ao longo de sua vida.

    Na gestão do Prefeito Elias Kiefer, o senhor Toninho De Nadai, foi homenageado como cidadão Florianense, pelo comprometimento e grande contribuição no processo de Emancipação e, grande apoio na formação do Município de Marechal Floriano.

    No ano de 2015, foi criado um projeto de lei, que denominou a praça localizada no bairro Santa Rita, de Praça Antônio Martins De Nadai. 

        

 Faleceu no dia 01 de fevereiro de 2014. Deixando para seu filho, sua filha e sua esposa, um legado de honestidade, humildade, sabedoria e inspiração para os seus descendentes.




FONTE: Giovani De Nadai 

Giovana Schneider 

Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: II / VI

  E milio Endlich  ainda continuou com um comércio de sal  num comércio que tinha no lado esquerdo das margens do Rio Braço do Sul, que mais...