quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Vila Braço do Sul 1862 - 1900 Part. IV/ IV

 Registros de brasileiros que residiam na região da Vila do Braço do Sul 

Desde de 1862 que temos registros de brasileiros que vieram residir ao redor da vila do Braço do Sul. Muito vieram de Viana, Cariacica e até Vila Velha. Há  maioria eram descendentes de escravos. Alguns tinham pequenos lotes de terras, outros trabalhavam com meeiros.  Na metade do século XX, filhos e netos deste descendentes residiam na antiga estra do Batatal, hoje Gustavo Hertel. A direita relação de brasileiros agricultores, que foram residir na região da Vila do Braço do Sul.  Evidências: Nomes constando em jornais da época.Jornal Estado do Espírito Santo de 22/01/1876, Constando compra de terreno no Braço do Sul. Evidências; APEES Familia do imigrante alemão Franz Fischer  e seus filhos Adolf e Franz Eduard- Foto do final do século XIX. Acervo Jair Littig


            Heinrich Schneider

Nasceu em 27 de maio de 1850, na Colônia deSanta Isabel. Era filho de Mathias Schneider e Magdalena Elisabeth Marx. Casou-se em 02/06 /1876 com Bertha Louise Ulrich Jacob Jachow.  Faleceu em 12/08/1917. Em 02/06/1885 adquiriu um lote no Braço do Sul, conhecido como Córrego da Fome, hoje região do  Show Haus.Bertha Louise Ulrich  Jachow  esposa nasceu em 25/10/1855, em Rarfin,Belgard Pommern, na Alemanha. Chegou ao Brasil com 18 anos. Era filha de Johann Jachow e Frederike. Faleceu em 04/08 /1943. Foto 1914 – Acervo Jair Littig Fotografo: João Endlich 1º

                             Emil Schneider II
 
Nasceu em 13 de janeiro de 1894, filho de Heinrich eBertha Louise Ulrich Jacob Jachow.  Faleceu em 13 de setembro de 1960.  Em 26 de setembro de  1930 casou na igreja luterana de Campinho com   Bertha Neves Hertel. Bertha era filha de Benhardt Hertel e Anna Feurig.Bertha nasceu em 02 de outubro de 1898, faleceu em 09 de fevereiro de 1982.

                Hermann Rudolf  Hülle
Nasceu na Prússia, ( Estado soberano da Alemanha ), na cidade de Goldberg,  Província da  Schlessien  (  Silesia ) , em 08 de outubro de 1838. Era filho de Gustav Hülle e Henriette Schronck. Cidade de Goldberg pertencia a Província da Silesia, situada perto da cidade de Breslau. Hoje pertence à Polônia, situada na Província de Wroclaw. Como todas as cidades da Silesia, em 1945 ao passar para a Polônia, perderam seus nomes.  Goldberg é conhecida hoje como  Złotoryja, palavra  polonesa que significa “Cidade do Ouro”. Embarcou no   dia 15 de outubro de 1859, no Porto de Hamburg, no navio Robert, sendo o Capitão o F. Gärden, com destino ao Porto do Rio de Janeiro. Chegou no Porto do Rio de Janeiro em 22 de dezembro. Chegou no Porto de  Vitória, no dia em 06 de janeiro de 1860, no navio nacional, Mucury, No seu contrato de terra, constavam duas opções, Santa Leopoldina e Santa Isabel. Foi enviado para a segunda opção. Por ser solteiro e agregado trabalhou na construção de picadas e casas. Seu destino foi a região do Braço do Sul, estrada do Batatal. Hermann  casou pela primeira vez  em 09 de março de  1862 com  Bárbara Kiefer, viúva com 23 anos, Bárbara era natural da cidade de Eppelsheim Hessen - Darmstadt, Estado do Hesse. Nasceu em 10 de dezembro de 1839. Filha de Adam Kiefer e Appolonia Scheuer. Chegou em Vitória em 10 junho de 1859, indo para a Colônia de Santa Isabel, com 19 anos.
Bárbara faleceu em 21 de outubro de 1875, com 36 anos. Foi sepultada no cemitério de Campinho.  Sendo a causa de morte brustwasserzucht (popular barriga d’água). Com a morte de Bárbara Kiefer, Hermann casou com  Amalie Auguste Hehr  em 29 de fevereiro de 1876, na Igreja Luterana de Campinho Ele tinha 38 anos e a esposa 32.  Amália nasceu em 09 de outubro de 1844 na Província de Brandenburg – Crossen -  Prússia, filha de Friedrich  Emil Bartholomaus Hehr e Louise Rebier Hehr.
Amália faleceu em 25 de outubro de 1893, com 49 anos. Está sepultada no cemitério de Campinho, 
Hermann casou-se pela terceira vez em 25 de janeiro 1894, aos 56 anos de idade, com Pauline Hehr, com 44 anos, sua cunhada  Paulina nasceu em 24 de dezembro  de 1850 na Província de Brandenburg – Crossen – Prússia. Faleceu em 18 de agosto de 1937, com 86 anos e 08 meses. Foi sepultada no cemitério de Campinho. Hermann foi ferreiro, presidente da igreja luterana em Campinho e Em 1880 começou a trabalhar com a homeopatia. Na Colônia  era conhecido com o Dr. Germano. Hermann faleceu no dia 09 de agosto de 1933, com 95 anos. Segundo certidão de óbito,  o medico Dr. Arthur Gerhardt  deu como motivo “ pneumonia”. Foto a direita Foto do casamento do Hermann e Pauline – datada de janeiro de 1894. Foto original pertence a Floriano Hehr – São Bento do Chapéu – Domingos Martins –ES.

                            Emil Oscar Hülle 

Filho de Hermann Rudolf Hülle Amalie Hehr,nasceu em 13 de dezembro de 1876, na Colônia de Santa Isabel,Estrada do Batatal. Foi batizado em 28 de janeiro de 1877.Estudou na escola do professor Ulrich Kuster, na Vila do Braço do Sul, hoje Marechal Floriano.  Emílio casou-se no cartório de Santa Isabel em 05 de abril de 1902, com 26 anos de idade, com Katharine Johanna Schneider. Sua primeira residência depois que casou, foi um sitio em Rio Fundo, hoje pertencente ao Sr. Aurélio Puppin. Em fevereiro de 1914 o Sr. Emílio Oscar mudou-se para a localidade  de Picadão, que pertencia ao distrito de Araguaia. Hoje conhecido como Alto Batatal. Requereu um terreno do Governo pela quantia de trinta de dois mil e quatrocentos reis, que quitou somente em novembro de 1917. Este terreno fazia divisas com Luís Bornia e João Molulo. Conforme informações de seu filho Emílio, a mudança foi feita através de burros pertencentes ao Sr. Carlo Mazolli. Seu filho Emílio Gustav conta que  o único brinquedo que pertencia a ele e o seu irmão Augusto, era um pau com velhas ferraduras pregadas, que brincavam como tivesse andando a cavalo. O pai  não queria levar . Convenceram    e conseguiram  levar o cavalo de pau. Foto do casamento de Emil Oscar Hülle e Katharina Johanna Schneider – 1904. Acervo Jair Littig

                                             Família Siqueira
Chegaram na Colônia de Santa Isabel  em meadas de 1870, conforme registros na igreja católica de Santa Isabel. Izidro Pinto de Siqueira era o patriarca da família, filho de Joaquim Pinto de Siqueira. E Carolina Maria de São José. Casado com Leonidia Maria da Conceição, filha de Ana Maria da Conceição. Leonidia faleceu em 08 de setembro de 1927, sepultada em Santa Isabel, com 70 anos. Izidro faleceu em 16 de setembro de 1927, com 71 anos. Embora residentes  em Todos os Santos, município de Guarapari, muitos dos seus filho residiam na Vila do braço do Sul, com Sebastião , Celso e José  Bello. A direita reportagem do Jornal Diário da Manhã de 17/09/1927, constando a morte da esposa de Izidro Pinto Siqueira.Sebastião Siqueira e sua esposa Maria Marculano. Foto acervo Florentino Delpuppo

                       Wandelino Schunck

Nasceu em 11 de agosto de 1887.Era filho de Pedro e Philomena Ludwig. Seu pai nasceu em Petrópolis – RJ. Em 22 de novembro de 1913 casou na igreja católica de Santa Isabel com Catharina Entringer, nascida em 11 de agosto de 1887, filha de João Entringer e Rosa Costa.Wandelino faleceu em 02 de junho de 1969, em Marechal Floriano-ES. Ajudou na construção da igreja, como deu uma ajuda financeira de dois contos. Foi pioneiro no cultivo de orquídeas no município de Marechal Floriano. Em 1929 na crise do café, vendia terrenos, conforme  registro no Jornal Correio da Manha de 13/12/1929.Wandelino faleceu em 02 de junho de 1969. na foto a esquerda Wandelino e sua esposa Katharina Entringer.

  Demolição da Capela Católica e Marechal Floriano

Em 24 de junho de 1967, sábado a tarde, com uma pequena garoa. Era o dia de São João, lá estavam: Emil Hülle, João Merisio, Oscar Araujo, Celso Stein, Agenor Botelho, os irmãos Paulo e Alvino Wassen, Floriano Kiefer, Gustavinho Reetz,Florentino Del Puppo, Olimpio Pereira Pinto, José Taquetti e muitos outros que não vem na memória. Também estava o Sr. Wandelino Schunck, o único vivo, que participou da construção e ainda doou dinheiro. A capela já não tinha mais os telhados, portas e janelas. Estava pronta para demolir. Abriram  buracos nas paredes, colocaram cabo de aço, acoplaram no caminhão Mercedes do Julio Filintro, onde começou a desabar paredes. Havia uma grande  expectativa sobre a parede da frente, pois lá estava a caixa de cimento da pedra fundamental.Diziam que tinha coisas valiosas, porém Wandelino foi categórico. “ Ai só tem papel e umas moedinhas”.Quando a parede caiu, a pedra fundamental quebrou, onde veio a constatação,  uma escrita sobre a construção e algumas moedas bastantes enferrujadas. Enfim a capela estava no chão.Todos começaram a descer a ladeira, com pensamento na nova igreja, aparentemente contentes. Atrás, solitário vinha seu Wandelino (foto a direita), apoiado na sua bengala. Evidentemente  era o único que não estava feliz. Jair Littig


Emílio Entringer

Nasceu em 03 de julho de 1889, filho de João e Rosa Costa.Em 22 de agosto de 1908 casou na igreja católica de Santa Isabel com Maria Wassem, filha de Jacob e Madalena Endlich.No cartório de Guarapari tem filhos com Carolina Alves Santos, filha de Virgílio Alves dos Santos e Vitória. Emilio faleceu em Guarapari em 13/05/1982. Podemos dizer que Emílio foi primeiro taxista de Marechal Floriano.
Família do Emil; Da esquerda para direita: Francisco, Agostinho, Angelina,  esposa Maria Wassem e Emil . Floriano, Adalberto Aguilar e Waldemiro. Esquerda: Hamilton Linz vendedor , no comércio de Hercílio Pereira .Carro  do  Emilio Entringer 1929.



Cotidiano na Vila do Braço do Sul  

Sabemos muito pouco de como viviam estas poucas famílias que habitavam a pequena vila. Poucas casas, uma estrada que seria uma avenida desabitada, chamada Estrada do Batatal, que começava na ponto do Rio Braço do Sul, estendendo até na divisa da colônia  de Castelo. Além do comércio da   familia Kuster, situada no meio da estrada do Batatal, havia uma escola neste local. No começo desta via foi construída a primeira casa, aproximadamente entre 1872 a 1876, pelo Grazskop. Já no final dos anos oitenta, veio o Philipp que construiu sua casa de negócio e residência. Agricultura era predominante com o plantio de café. O Jornal a Província do Espírito Santo de 05/06/1899, traz uma reportagem sobre a Colônia de Santa Isabel, onde cita a cultura do café ser  mais relevante. Constando os imigrantes que se tornaram ricos com o café. Ente eles estão Adolfo Kuster  e Philipp Endlich, da vila do Braço do Sul. Philip possui 10:000$,000 reis e Adolf 8:000$000 reis.
Os Kuster tinham uma cultura mais elevada. Ulrich o mais velho Foi um homem muito culto, tocava violino, gostava de ler, tinha uma boa biblioteca, sendo seu escritor preferido  Shakespeare. Além do alemão, ainda  falava o francês. Aperfeiçoou o português, tinha uma bela caligrafia. Sobre música suas netas Érica Schneider e Catharina Hulle, relataram” Ulrich tocava violino, Jacob bandolim e Adolf flauta. Nas festas luteranas  se apresentavam como músicos”. Johann I, filho de Jacob dizia que seu pai e seus tios tocavam nas igreja luterana de Campinho, nas festas, natal e ano novo. Segundo Érica seu avô fazia um tipo de sarau na sua residência, com músicas  e cantorias. Com a morte da sua primeira esposa em 1886, ficou deprimido,  não tendo mais festas em sua casa. Exposição Provincial - fevereiro/1889. Foi uma amostra  organizada pela Sociedade  Espírito – Santense de Imigração, com objetivo  de angariar produtos  produzidos no Estado , para serem enviados  à Exposição Universal de Paris.  Na exposição continha   fotos  da casa do Ulrich, tirados pelo  seu compadre , o grande fotografo Albert Richard Dietze e do seu cunhado Peter Wayandt. A escritora Almerinda  da  Silva Lopes, no seu livro “ Albert Richard Dietze  Um Artista – Fotógrafo Alemão no Brasil”, da mais detalhes sobre esta exposição. Ao lado  a matéria no Jornal  Província do Espírito Santo  de  05/05/1889.  Evidências APEES – Acervo Jair Littig
Viagens

Foram inúmeras viagens para a Alemanha, das famílias Kuster, Rupf  e Hülle. Conforme o Jornal Commercio do Espírito Santo de 19 de maio de 1896 “ Seguiram para Hamburgo, com escala: Richard Dietze, D. Martha Ulrich, Gebhard Hapke, Felipe Endlich, Hermann Rupf. Ulrich Kuster, Friedrich  Klippel e Friedrich Kerlle. Em 25 de agosto de 1896, retornaram no navio Tucuman. Evidencias no Jornal Commercio do Espírito Santo de 25 de agosto de 1896. O sobrenome Rupf, consta como  (RUPFKE) Em 10 de agosto de 1899, embarcou no navio Pelotas, no Porto de Hamburg, com destino a Vitória. Na viagem constava Philipp e sua filha Anna. Nesta viagem também  estava Hermann Rupf e sua filha viúva Anna. Evidências do Arquivo do Porto de Hamburg. Em 16 de julho de 1902, conforme o Jornal  A Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, de 17 de julho, Philipp viagem para Manaus, com 05 filhos. A viagem foi no paquete Alagoas. Em 1902 uma viagem entre Vitória e Rio de Janeiro, no navio Belgrano, da empresa Hamburg Südamerikanische, viajando de primeira classe.Jornal Commercio do Espírito Santo de 19 de maio de 1896. Nos anos noventa do século XIX , a região da vila do Braço do Sul, vivia seu auge, a produção e o preço do café,  estimulavam a estes imigrantes voltarem a sua terra natal em um navio de luxo, com alguns viajando de 1ª classe. Ulrich votou a sua terra, pois a evidencias em Diepoldsau, terra natal, da morte de sua mãe. Philipp na sua última viagem levou seus filhos de 1º classe. Meu tio Emílio Gustavo Hülle relatou que o desejo do Philipp era que seu filho Manoel, estudasse medicina na Alemanha. Não  aceitou a ideia, foi ser comerciante na antiga colônia de Castello, hoje Fazenda Aparecida. Abaixo uma resolução do Governo da província do Espirito Santo regulamentando preços de passagens. Uma viagem entre Vitoria e Hamburgo custava 44 Libras. Na época uma libra comprava  5.113,00 reis. Este preço era somente da passagem ida e volta por pessoa. Nesta mesma ocasião Jacob Kuster adquiriu dois lotes, que pertenciam a seus irmãos no calor  R$ 558.000 reis , num perímetro 700 metros quadrados.  Estes terrenos que hoje representam o centro da cidade Marechal Floriano. Fonte. Jornal Estado do Espirito Santo 24/06/1896. APEES. 


                                                   Clube Republicano

Grupo criado no Rio de Janeiro logo após a Guerra do Paraguai (1864-1870) em protesto contra o centralismo administrativo da Monarquia e em defesa da implantação no Brasil de uma República federativa, segundo o modelo dos Estados Unidos da América. Foi lançado com o Manifesto Republicano de 3 de dezembro de 1870 e, em poucos meses, vários clubes semelhantes se espalharam pelo país. Nessa época, os mais expressivos partidários do republicanismo se dividiam em três alas diferentes: militares positivistas, evolucionistas e revolucionários. ( Pesquisa Arquivo Nacional – RJ). O Jornal  Cachoeirano de 25/08/1889  traz um reportagem sobre a instalação do Club Republicano de Santa Izabel. Aconteceu na vila do Braço do Sul, residência do comerciante Philipp Endlich. Além de vários participantes, estava o Affonso Claudio de Freitas Rosa,  primeiro governador republicano do Espírito Santo. Guilherme Schwarz eleito na reunião com presidente, tinha patente de major. Em 1892  Philipp Endlich desentende o com major Schwarz, vai para o partido  Republicano  Construtor. Em 20 de novembro de 1893 aconteceu a primeira eleição no novo município. Com 153 votos , um comerciante de uma pequena vila do munícipio, se tornaria o primeiro governador, hoje prefeito,  imigrante de origem alemã. Estamos falando de Philipp Endlich. Bem assessorado pelo Curt Trautvetter e Ulrich Kuster  ganhou a eleição onde haviam grandes concorrentes como Mathias Stein, João da Cruz, Cristiano Bruske, Maximiliano Salloker, e outros. Sabemos que Philipp era um bom negociador, gostava de fazer festas, viajava constantemente, tinha grandes influências em Santa Isabel, um dos maiores compradores de café da época e  possuía muito dinheiro. Sobre o major Guilherme Schwarz, faleceu em 28 de novembro de 1908, vítima de uma embosca, sendo o acusado, Maximiliano Salloker.
Evidências: APEES

                              História Esquecida

Em novembro de 2022 vamos comemorar 160 anos da fundação da vila do Braço do Sul.  Hoje esta história é totalmente desconhecida. Na cidade de Marechal Floriano restou poucas evidências desta época. Temos a casa do agente de estação e a estação ferroviária que iniciaram  a construções  em 1898 e o sobrado já desfigurado da família Lovatti, construído em 1890. Sobre os primeiros imigrantes e brasileiros, não temos uma rua ou avenida que leve seus nomes. No antigo cemitério da Estrada do Batatal ainda temos o túmulo da Anna Rupf e do Ulrich Kuster. Em 2012 quando completou 150 anos, levei documentos para prefeitura para fazer uma divulgação histórica, também no jornal, mas disseram que não tinha relevância. Sugeri que no início da Rua Emilio Gustavo Hülle colocasse uma placa, pois foi neste local  que tudo começou com a construção de barracão para acolher os primeiros imigrantes. Este local seria uma espécie de marco zero da cidade. Espero que no futuro um florianense concretize estas ideias. Jair Littig. Na imagem a direita  Relatório de 1861 do governo provincial do Espirito Santo João Fernandes Costa Pereira Junior. APEES

Em 13 de maio de 1900 era inaugurado a estação ferroviária Marechal Floriano, na vila do Braço do Sul. Uma carta escrita pelo Hermann Rudolf Hülle, endereçada ao Governo do Estado, sobre regularização de terras, datada de 12/07/1900, onde já constava o nome Marechal Floriano. Pesquisei nos arquivos da prefeitura de Domingos Martins, afim de encontrar um decreto. Neste período grande parte dos documentos foram queimados, devido uma rebelião pela tomada da prefeitura que situava em Santa Isabel, indo para Campinho. Acredito eu que o nome Marechal Floriano, na época  tinha um grande  prestigio.  Reconhecido    como o primeiro grande líder político popular na história republicana. Seus seguidores foram militares e civis, chamados de florianistas.

Dica da Autora: Ainda a muito a ser explorado deste maravilhoso contexto. Mais histórias e muito mais informações em breve em meu novo livro.

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Bibliografia:

  • Arquivo Público do Espírito Santo – APEES
  • Biblioteca Nacional – RJ
  • Arquivo Nacional –RJ
  • Igreja Luterana de Campinho
  • Igreja católica de Santa Isabel
  • Igreja católica de Viana
  • Entrevistas:
  • Emílio Gustavo Hülle
  • Augusto Henrique Hülle
  • Carlota Joanna Hülle
  • Wandelino Schunck
  • Arthur Kuster
  • João Kuster
  • Nadir Kuster
  • Walter Littig
  • Edmund Littig
  • Cartórios Registro civil:
  • Campinho
  • Santa Isabel
  • Araguaia
  • Casa da Cultura de Campinho
  • Casa da Cultura de Marechal Floriano
  • Family Search
  • Arquivo Público de  Diepoldsau- St. Gallen- Suíça


Vila Braço do Sul 1862 - 1900 Part. III / IV

 
Johann Jacob Kuster

 Filho de Johann Kuster e Anna Bárbara Weder. Chegou ao Brasil com 06 anos. Nasceu em 26 de janeiro de 1856, em Diepoldsau, Kanton de St. Gallen - Suíça Foi confirmado na Igreja Luterana de Campinho em 29 de março de 1876. Jacob foi o primeiro marceneiro da Vila do Braço do Sul. Uma das suas especialidade era fazer instrumento de corda, como violão e violino. Faleceu em 02 de abril de 1942, com 86 anos. Sendo a causa da morte, velhice. Está sepultado no cemitério velho de Marechal Floriano. Casou  em 20 de maio de 1887 na igreja luterana de Campinho com Maria Anna  Hülle, filha de Hermann Rudolf Hülle e Bárbara Kiefer, nascida  em 28 de fevereiro de 1867, na Colônia de Santa Isabel, Estrada do Batatal. Foi batizada na igreja luterana em 28 de abril de 1867.  Maria Anna faleceu em 27 de abril de 1956, com 89 anos e 02 meses. Sendo a causa da morte, velhice. Está sepultada no cemitério velho de Marechal Floriano. Causa da morte velhice. Maria Anna foi aluna do professor Ulrich Kuster, foi lá que conheceu seu futuro marido. Imagem abaixo Família de Johann Jacob.


  Johann I º Kuster

Nasceu em 05 de janeiro de 1897, filho de Jacob e maria Anna Hülle Casou-se com Clara Elizabeth Kiefer em 28 de novembro de 1924.Clara era filha de Maria Tschön e Adam Kiefer, nascida em  10 de maio de 1902. Adam era filho de Heinrich Kiefer e Dorotheia Seibel. Maria era filha de Joseph Tschön e Katharine Knidell, nascida em 09 de dezembro de 1871, faleceu em 26 de maio de 1950.  Adam nasceu em 16 de dezembro de 1869 e faleceu em 18 de julho de 1955.Johann  faleceu em 28 de maio de 1978, sua esposa  em 17 de abril de 1994, com 91 anos. Ambos estão sepultados  em Marechal Floriano. Foto acervo Jair Littig.Na imagem a esquerda Johann I º e sua esposa  Clara Elizabeth Kiefer.

Lydia Cristine Littig

Nasceu 16 de janeiro de 1894. filha do imigrante Ludwig Philipp Littig e a suíça Sussane Kuster. Faleceu em 28 de julho de 1968, em Rio Fundo, sendo a causa da morte "natural", Em 10 de julho de 1914 casou com Friedrich Edmund Clemens Schneider nascido em 08 de maio de 1886. Era filho de Heinrich Schneider e Bertha Louise Ulrich  Jachow. Frederico faleceu em 23 de setembro de 1973. Ambos nasceram na Vila do Braço do Sul.
Foto acervo familia Schneider e Rio Fundo.

  Johannes Ulrich  Kuster

Nasceu em 17 de janeiro de 1847, na Suíça, em Diepoldsau, Kanton de St. Gallen., filho de Johann Kuster e Bárbara Weder Chegou no Brasil ainda jovem com 16 anos. Casou-se pela primeira vez na igreja luterana de Campinho,  em 19 de julho de 1874, com Catharina Wayandt. Catharina nasceu na Colônia de Santa Isabel,  em 16 de março de 1856, filha de Johan Peter Wayandt e Marie Elisa Pheifer. 
Viúvo,  casou-se pela segunda vez na igreja luterana de Campinho com Isabella Proescholdt, em 31 de julho de 1888. Isabella  nasceu em 27 de fevereiro de 1868, filha de Cornélio Proescholdt e Juliana Henrieth Koehler. A cerimônia foi realizado pelo pastor  Emílio Bloehbaum, em Califórnia.

     Mathilde  Kuster
Nasceu em 02 de outubro de 1879, na Vila do Braço do Sul, filha do primeiro casamento e Ulrich Kuster. Casou-se em 22 de maio de 1897, no cartório de registro civil de Santa Isabel   com Hermann Gustav Adolf, nascido em 12 de março de 1872, filho de Hermann Rudolf  Hülle e Bárbara Kiefer. Na igreja luterana de Campinho o casamento aconteceu no dia 14 de maio. Hermann Gustav faleceu em 30 de novembro de 1941, com 69 anos e 08 meses, sendo causa de sua morte Lungenentzindung   (pneumonia).  Mathilde faleceu em Campinho em 22 de fevereiro de 1964, com 84 anos e 04 meses. Ambos  estão sepultados  em  Campinho. Foto: Acervo da família Hülle de Campinho.

Joanna Mathilde  Kuster

 filha do primeiro casamento de Ulrich Kuster  nasceu em 02 de novembro de 1885. Em 17 de agosto de 1905 casou na igreja luterana de Campinho com Eduard Wilhelm Schneider II, nascido em 20 de novembro de 1879 ,filho de Alfons Schneider e Catharina Littig. Joanna Mathilde  faleceu em 30 de novembro de 1958, seu esposo em  19 de maio de 1947.  Ambos estão sepultados em Campinho. Foto acervo Érica Schneider.

    Katharina Amalie Kuster 
 Filha do segundo casamento de Ulrich Kuster ,  nasceu em 30 de maio de 1890. Em 29 de julho de 1910 casou  na igreja luterana com Theodor Henrique Hollunder. Henrique nasceu em 01 de maio de 1886, era filho de Gottfried Hollunder Marie Liebmann. Katharina faleceu em 06 de setembro  de 1977, seu esposo  em 26 de julho de 1968. Ambos sepultados  no cemitério luterano de Paraju. Foto: acervo Jair Littig

Família de Theodoro Heinrich Hollunder e Katharina Kuster. Da esquerda para direita: Anne Mathilde, Bertha Wilhelmine, no colo Fritz August, Laura, Martin e Alfred. Sua esposa Katharina Kuster. Acervo Jair Littig





          Arnaldo Kuster
 

Nasceu em 15 de setembro de 1897, filho segundo casamento de Ulrich Kuster. Fez sua  confirmação na Igreja Luterana de Campinho em 01 de dezembro de 1911. Em 22 de dezembro de 1926 em Alfredo Chaves, casou no civil com a professora Flores Pasinatto nascida em 06 de junho de 1902, era filha de imigrante italiano  Giuseppe e a mãe Tereza Braido, ambos vieram da  região de Treviso, Itália. Arnaldo  foi professor de alemão.  Deu aula na escola que o seu pai fundou, como também na escola onde residia o Sr. Manoel Endlich.  Trabalhou no comércio do Sr. Manoel Endlich. Foi lá que conheceu a sua esposa, pois a mesma era professora do colégio. Em 16 de dezembro de 1960, casou na capela luterana de Boa Esperança.Faleceu em 08 de fevereiro de 1961, e sua esposa em 01 de setembro de 1989. Ambos estão sepultados no cemitério da Cabocla. 

                   Emílio  Robert  Kuster

 Nasceu em 3 de dezembro de 1899, filho do segundo casamento de Ulrich Kuster. Em 14 de março de 1926, casou na capela  católica de Melgaço com Clara Soyka, nascida  em 16 de novembro de 1907, filha de Francisco e Lúcia Simmer. Emílio Faleceu em 23 de março de 1971. Foto de 1986 em Campinho. Emílio  e sua esposa Clara. Foto  cedida pelo Bado Schwambach.

            Anna Emilie Rupf

Nasceu em 15 de maio de 1861, na colônia de Santa Isabel.  Em 08 de fevereiro de 1885 casou com Karl Freidrich Dietze. Karl nasceu em 20 de dezembro de 1857, filho de Karl Dietze e Juliane Wilhelmine Reinhardt. Carl faleceu em 17 de junho de 1891,Anna em 15 de abril de 1935. Anna foi sepultada em Marechal Floriano. A foto  foi tirada em 1898, quando viajou para Alemanha. Joh Niclou famoso fotografo alemão. Foto acervo família Rupf. Foto de 1898 tirada em Cheminitz – Alemanha, pelo famoso fotografo alemão  Joh Niclou. Da  direita para esquerda – Philipp,  sua filha Clara, viúva Anna Emilie Rupf, Ferdinand Bernardo Müller e sua esposa.                    Foto do túmulo de Anna , no cemitério antigo de Marechal Floriano. Houve um engano no registro de nascimento constando no túmulo, o ano em que nasceu  foi 1861. Hier Huht Ruhe Sanft “ Aqui descansa em paz” Foto do acervo Jair Littig – 1995. Abaixo registro do casamento de Anna na igreja luterana de Campinho, onde comprova a data do seu nascimento em 15/05/1861.



Franz  Jacob Immanuel Gerhardt 

Nasceu em 17 de novembro de 1878, filho de Emanuel Gerhardt e a imigrante Emma Rupf. Na crise do café em 1929, perdeu  quase tudo que tinha. Em 05 de fevereiro de 1933, com 54 anos, suicidou-se. Também está sepultado no cemitério Luterano  de Campinho. Em 09 de novembro de 1901, casou na igreja luterana de Campinho com Maria Luise Hülle, nascida em 05 de novembro de 1881, filha de Hermann  Rudolf  Hülle e  Amalie Hehr. Marie Luise faleceu em 07 de novembro de 1953, com 72 anos. Foi sepultada no cemitério Luterano de Campinho. Causa da morte câncer. Foto da Família do Franz Gerhardt. Da esquerda para direita Charlotte, sua mãe Maria Luise, Franz, Amalie e Ulrich. Acervo Zilda  Schneider.

                            Emil Rupf 

Nasceu em 26 de junho de 1863, filho de Carl Hermann Rupf e Christiane Emílie Kämpfe. Em  09 de julho de 1889,  casou na igreja luterana de Campinho  com Johanne Therese, nascida  na Colônia de Santa Isabel,  na Vila do Braço do Sul  em 08 de maio de 1863, filha de Johann Kuster Anna Bárbara Weder. Emil faleceu em  28 de junho de 1944, sua esposa em   19 de janeiro de 1936, ambos  sepultados no cemitério luterano de Campinho –ES.Familia Rupf, da esquerda para direita:  Adolf, Eduard, Hermann, Olga, Edmund, Ulrich e Oswald. Sentados Emil e Johanne Therese.
Foto acervo família Rupf.

                                            João Rupf 

Nasceu em 25 de abril de 1896, filho de Edmund Rupf e Gertrudes Endlich.Em 10 de setembro de 1921, com 25 anos, casou na capela católica de Marechal Floriano com Jacyr de Araújo, de 18 anos, natural do Rio de Janeiro, filha de Venâncio Silva e Maria Adelaide Araújo.Faleceu em 26 de dezembro de 1993, sepultado no cemitério antigo de Marechal Floriano.Família de João com sua mãe Gertrudes  Endlich; Foto acervo Edina Rupf. 

                    Laurentino Bandeira
Nasceu no antigo Braço do Sul em 03 de junho de 1898, filho de José Bandeira da Victória falecido em 05 de março de 1925 e Braulina Maria da Conceição nascida em 05 de julho de 1883.Em 20 de julho de 1953 casou no cartório de Araguaia com Ana Maria de Oliveira nascida em 18 de junho de 1906, filha de João Portinho Oliveira falecido em 04 de abril de 1923 e Dorotheia Maria Oliveira nascida em 10 de fevereiro de 1921. Laurentino foi ferroviário. Faleceu em 09 de julho de 1957, sepultado em Marechal Floriano. Registro de casamento de Laurentino. APEES.





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Vila Braço do Sul 1862 - 1900 Part. II / IV

 Mapa da Vila do Braço do Sul em 1862, conforme relato de João Kuster, filho do imigrante suíço Jacob Kuster, que chegou em 1862. Segundo João seu pai relatou “  chegamos  na vila, onde tivemos que atravessar  uma ponte  com nossas mudanças.  Haviam  pequenos barracões, com as paredes e  coberturas de palhas . Ficamos muitos dias neste local, esperando a construção da nossa casa”.

                   Vila do Braço do Sul

Até 1900 era uma pequena vila com 06 casas, pertencente a família Endlich, situadas nas margens direita e esquerda do Rio Braço do Sul Registros fotográficos só temos de uma foto de 1917, sobre uma enchente, tirado pelo imigrante Johan Endlich. Em 1940 o pintor Ricardo, baseado na fotografia  da enchente de 1917. Na foto podemos vir duas vilas. A da esquerda onde tudo  começou em 1862, ampliada em 1890 com a chegada da família Endlich. As construções são dois comércios e casas, inclusive o sobrado. No lado direito tudo que foi construído pelo Bellarmino entre 1913 a 1917. Ainda podemos ver bem no canto a residência do Vitto Travaglia, que em 1927 vendeu para José Henrique Pereira. Em 1971  fui na residência do Arthur Kuster, filho do imigrante suíço Jacob Kuster. Arthur era primo da minha mãe,  carpinteiro e marceneiro. Quando os móveis da minha casa, tinha problemas, levamos para o Arthur consertar. Nesta ocasião eu já tinha interesse em historias de Marechal. Mostrou-me quatro fotos  da vila do Braço do Sul, com data de  1882. No verso além da data, tinha as inicias do fotografo. Acredito eu que seja o Alberto Richard Dietze, pois era padrinho de um dos filhos de Ulrich Kuster.  Eram fotos da residência do Ulrich Kuster, do Jacob. A que chamou atenção era  onde foi construído a estação. Não havia residências, o rio cheio de curvas, com pequenas matas e muitos descampados que seriam brejos.Fiquei encantado. Em 1976 voltou a sua residência. Arthur já era falecido. Venderam o famoso relógio suíço. Sobre as fotos, informaram que houve umas divergências na família, onde tudo foi queimado. Seus primeiros habitantes foram as família do suíço Johann Kuster e do alemão Carl Hermann Rupf.  Os Kuster adquiriram uma grande quantidade e terras. O centro de Marechal Floriano, pertenceu a esta familia. Já os Rupf toda a região que hoje  é a Rua Gustav Hertel, até o Bairro Santa Rita.A primeira escola é comércio ficava na Estrada do Batatal, hoje subida do Altevir Wassem. Eram os filhos do suíço Johan Kuster, Ulrich e Gustav Adolf. Primeiro caminho ou rua, foi a Estrada do Batatal que começava na cabeça da ponte, hoje Rua Emilio Gustavo Hülle e Manoel Kill. 
Não havia igreja, os luteranos partiam para Campinho e os católicos Santa Isabel. Primeiro cemitério foi construído pela familia Rupf, onde eram sepultados luteranos e católicos. Um dos registros mais antigo deste cemitério é do Paulo Schunck nasceu na Colônia de Santa Isabel em 03 de agosto de 1864, filho de Antonio e Bárbara Agneus Statzner Paulo faleceu em 13 de novembro de 1895, com 32 anos. Era católico. A direita Em 23/ 07/1899 Carl hermann Rupf  passaporte para viajar para Alemanha. Evidências - APEES. 
A partir de 1890 quando o governo estadual resolveu construir uma ferrovia para ligar a cidade de Cachoeiro do Itapemirim, onde a vila do Braço do Sul  estava incluído, então começou o desenvolvimento. Philipp Endlich, grande comerciante de Santa Isabel, compra ao lado da linha  dois terrenos, onde construiu seu comércio e casa de residência. Em 1896  o governo deu continuidade  na ferrovia. O Jornal Commercio do Espírito Santo de 22/07/1896, já anunciava restaurante na Vila do Braço do Sul.  Wandelino Schunck relatou que no período da construção, a vila tinha mais de mil empregados. Para construir a estação e os pátios, foram necessários aterrar uma grande parte, pois além de pedra, tudo era brejo. O serviço braçal  e puxado a carroças com animais de tração.
Neste trecho entre Viana e Braço do Sul, houve um numero expressivo de mortes por acidente e malária. Chegaram até de mudar o traçado da linha, saindo do Braço do Sul, passando por Santa Isabel e Campinho. Mas o custo seria bem maior. Evidencias no Anais da câmara dos deputados – Rio de Janeiro – 1904.

Lotes que formaram a vila do braço do sul/marechal  Floriano

Somente em 1862 começou a habitação nesta região. Embora   muitos  imigrantes chegaram em Santa Izabel, no final de 1859, onde ficaram  hospedados em barracões , trabalhando na construção de estradas, pontes e até ajudando outros imigrantes na construção de suas casas. Sobre os brasileiros, sabemos muito pouco.  A maioria veio de Viana, mas temos brasileiros que vieram do Ceará.  Soldados Voluntários da Pátria que serviram a Guerra do Paraguai, quando retornavam recebiam um premio. Muitos vieram para a Colônia. Quantos aos estrangeiros a maioria eram agricultores. Também vieram ferreiros, marceneiros, cervejeiros, pintor, alfaiate , comerciantes, carpinteiros,  etc. Sobre escravos, o imigrante não podia ter escravos. Porém sabemos que na Estrada de Costa Pereira haviam muitas famílias descendentes de escravos.  A direita o jornal O Espirito Santense de 06/08/1874, onde o Voluntário da Pátria Manoel Pereira da Victória requer um lote no Braço do Sul. Voluntário da Pátria era o cidadão que partiram para a Guerra do Paraguai.  Acervo; APEES
O imigrante ao chegar na Colônia, além de ter o transporte, tinha uma ajuda de custo durante um período, de adaptação, abertura do lote e construção de sua residência. Abaixo registro de despesas da Colônia de Santa Isabel, pelo diretor Adalbert Jahn de fevereiro/março de 1863, paga 60.000 reis ao suíço João Custer (Kuster) pelos serviços de derrubada e casa. Acervo: APEES
Registros de despesas da Colônia de Santa Isabel, pelo diretor Adalbert Jahn  de 1861. Abono de 9.300 reis para cada pessoa da familia do Hermann Rupf e 6.820 reis  para a familia d Johann Custer  Kuster). Acervo: APEES



Grandes cafezais, plantações de milho, pastos , lagoas e rios, córregos e brejos  e matas altas ,  que na metade do  século XIX com nome de Braço do Sul, hoje são ruas, bairros, avenidas e praças  da cidade de Marechal Floriano . Ainda nos primeiros dez anos do século XX, a Vila de Marechal não tinha mais que 30 Habitantes. A direita foto da Praça José Henrique Pereira em 1994. No século XIX era o lote de nº 253 , pertencente ao suíço Johann Kuster. Até 1898 este local era um alagado, Com a construção da ferrovia e a estação, toda esta área foi aterrada. João Kuster filho de Jacob, relatou, que seu pai gostava de pescar neste local, pois havia uma grande lagoa. Segundo João o rio Braço do Sul  tinha muitas curvas, com isso no período da chuva, inundava tudo. Foto: Acervo Jair Littig


Hermann Steinkopf

 Adquiriu o lote 251. Situado dentro da Vila do Braço do Sul, hoje região do comércio dos Lovatti.   Chegou no Rio de Janeiro, vindo de Liverpool em Janeiro de 1857. No mesmo ano veio para o  Espírito Santo  com 41 anos. Natural da Prússia. Foi contratado para trabalhar como agrimensor na Colônia de Santa Isabel.Faleceu em 25 de abril de 1871 com 60 anos, sepultado em Campinho. A causa da morte “golpe”. Em 1862 casou na Igreja luterana de Campinho com Diana Marie de Jesus. A direito relatório Manoel Felizardo de Souza Mello, constando a contratação de Hermann Steinkopf, como agrimensor.Acervo: Biblioteca Nacional – RJ- 1861         

  Johan Kuster

 Em junho de 1862 desembarcaram no Porto do Rio de janeiro a família do imigrante suíço Johann Kuster. Provavelmente seu destino era o Rio de Janeiro. Nasceu em Diepoldsau   vale do Reno , pertencendo  ao Cantão de St. Gallen, no leste da Suíça, no dia  26 de outubro de 1820, filho de Johannes Kuster e Magdalena Gasser. . Casou em 08 de julho de 1845 com Anna Bárbara Weder  nascida em 14 de abril de 1823, filha de Johann Balthasar Weder e Anna Bárbara Schawalder. Anna faleceu em  02 de maio de 1888, na Vila do Braço do Sul, sendo a causa wassersucht (barriga d’água). Em 31 de outubro do mesmo ano foram para o Espírito Santo. Em novembro foram enviados para a Colônia de Santa Isabel. De Vitória para a colônia, foram transportados pela tropa do Christovon Werner. Adquiriu terras na região sul da colônia, mas precisamente na recente Vila do Braço do Sul, hoje cidade de Marechal Floriano. Na vila construiu sua moradia, plantações de café, fabrica de moveis, tijolos  e ferramentas para carpinteiros,  comércio, construíram escolas . Adquiriu os lotes 253 A e B . Lotes que abrangiam uma grande extensão. Atualmente estes lotes hoje, representam  o centro de Marechal Floriano. Em 02 de fevereiro de 1892, na residência de Adolf  Kuster, reuniram Johann e seus  filhos   para tratar da venda dos dois lotes. Johann  Jacob , filho mais novo  comprou  os dois lotes   por uma quantia de  quinhentos cinquenta  e oito mil reis. Imagem acima a esquerda Recibo do pagamento pelos lotes 253 A e B, datado de 14/05/1898. APEES. 

Carl  Hermann Rupf
Chegou  no Espírito Santo em 06 janeiro de 1860, vindos da  Saxônia, cidade de Neukirchen. Foram para a Colônia de Santa Isabel, precisamente na Colônia Nacional do Braço do Sul.  Embarcou   no  sábado, dia 15 de outubro de 1859, no Porto de Hamburg,no navio Robert, sendo o Capitão o F. Gärden, com destino ao Porto do Rio de Janeiro. Chegou no  Rio de Janeiro em 22 de dezembro. No vapor  Mucury que saiu  no dia 03 de janeiro, do porto do Rio de Janeiro, para Vitória. Há família  Rupf ficou um período de aproximadamente 02 anos morando   em barracão,  na região de Santa Isabel, até que seus lotes 133 – 257-258 e 259, na região do rio Braço do Sul, até que  tivessem condições de habitar.Carl Hermann nasceu em 30 de janeiro de 1829, filho de Johann August Rupf e Christiane Caroline Friedrich. Tinha como profissão cervejeiro, mas na colônia foi agricultor, plantando café. Sua  terras  abrangiam  as margens da estrada do Batatal. Em uma das minhas conversas com o meu tio Emílio Gustavo Hülle , ele relatou uma história contada pela sua sogra Clara Endlich.“ Em uma viagem que fizemos para a Alemanha,  Carl diz que veio para o  Brasil  para produzir cerveja”. Viajou duas vezes para sua terra natal.  No processo da revisão do alistamento Eleitoral Federal  da Vila de Santa Izabel, em 26 de janeiro de 1892,Hermann Rupf, tinha 72 anos, viúvo, residente na Vila do Braço do Sul. Do livro Os Italemães na Terra Dos Botocudos de José Eugênio Vieira Joel Guilherme Velten. Era casado com Christiane Emília Kämpfe quando chegou no Brasil tinha 30 anos. Sobre sua morte e de sua esposa, não encontrei evidências. Sabe –se que em 1892 já era viúvo. Na imagem acima Residência dos parentes de Carl Hermann, na Alemanha. 


Magdalene Kuster

 Nasceu em 18 de junho de 1854, em Diepoldsau, St. Gallen  Suíça filha de Johann Kuster Bárbara Weder. Fez sua confirmação na Igreja Luterana de Campinho em 1871. Em 14 de janeiro de 1881 casou na igreja luterana de Campinho  com Emil Bartholomeu Hehr nascido em 24 de agosto de 1853, filho de Friedrich e Louise Rebier. Emil nasceu em  Messow, perto de Crossen na der Oder , província de Brandenburg, Prússia. Magdalene faleceu em 07 de agosto de1918. Viúvo, em 20 de novembro de 1919 casa com Magdalena Ribet, nascida em 04 de dezembro de 1854. Magdalena era casada com Wilhelm August Karl Kloos. Emil faleceu em 8 de setembro de 1946, sepultada em Chapéu.



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Historias do Comércio - Indústria e Serviços de Marechal Floriano Part.: II / VI

  E milio Endlich  ainda continuou com um comércio de sal  num comércio que tinha no lado esquerdo das margens do Rio Braço do Sul, que mais...