quarta-feira, 23 de julho de 2025

Prosa Florianense - XIII

 DARLY LITTIG 



Aqui, compartilho algumas informações que seu irmão Jair Littig me passou sobre sua trajetória:

Darly, nasceu em 11 de dezembro de 1941,em Marechal Floriano, filho de Guilherme Eduardo Littig (Willy) e Carlota Joana Hülle.

Estudou até o 4º ano primário. Mesmo com pouco estudo, sempre leu muito, principalmente assunto de futebol.

No final dos anos cinquenta, as revistinha chamadas na época de Gibi, sendo seus preferidos: Durango Kid, Fantasma. Tarzan, Kit Carson. Marechal tinha muitos jovens que colecionam, entre eles, Ormindo Pinto, Helvécio Fernandes Pereira, Darly Schneider.  

Trabalhou com nosso pai no comércio até 1962. Em 1964, através do professor Edgard Carvalho Neves, vendia jornais do Rio de Janeiro (Jornal do Brasil e Correio da Manhã). O os jornais vinham pelo correio, via trem noturno. Embora com atraso, a procura era grande.

Em 1962, Avides Targueta de Campinho, passou o controle do cinema o nosso pai. Darly operou as máquinas até 1966. 

Gostava de música antiga. Apaixonado pelo Vasco da Gama. Sua última conversa no hospital, foi do Vasco. Adorava viajar, principalmente para o Paraguai. Viveu muitos  anos do jogo de bicho. Em dezembro do ano passado, teve um AVC. Onde descobriu um câncer avançado. Em fevereiro veio comigo para São Luis, mas infelizmente, faleceu no dia 07/07/2025.



Darly com 08 meses de vida, no colo de sua mãe. A esquerda em pé sua tia Alida e Clara. A direita sua irmã, do primeiro casamento, Selma.







Aspirante do América, 1961. Da esquerda para direita: Etiel Paiva, Aristeu Braga, Wilson Hülle, Darly Littig, Jair Borgo e João do Parque. Agachados. Aldeir Nascimento, Benedito do D.N.E.R, Nelson Merísio, Juca Machado e Honorato.



Darly Littig era uma pessoa bastante reservada, mas sempre que passava pelo lugar onde fazia seu jogo, ele me cumprimentava. Às vezes, até parava para conversar um pouco, falando de acontecimentos do passado de Marechal Floriano. Uma vez, ele comentou sobre Belarmino Pinto, e ficamos horas conversando. Com uma presença que parecia ter saido de um livro de Fiódor Dostoiévski caminhando pelas páginas da vida real em um ritimo próprio, especialmente, com o sobretudo que usava nos dias mais frios de Marechal, parecia ter absorvido a melancolia de invernos passados. Ele foi uma pessoa íntegra, culta e com profundo conhecimento da história de Marechal Floriano. A partida de indivíduos assim representa uma perda significativa para a comunidade, pois são eles que muitas vezes guardam e transmitem a memória e a identidade de um lugar.

Então, um dia tudo acaba, 

A frágil vida se esvai, 

E não faremos mais parte deste plano,  

Daqui, somos Passageiros,

Passageiros do tudo,

Passageiros do nada,

Apenas, Passageiros. 




Prosa Florianense - XIII

 DARLY LITTIG  Aqui, compartilho algumas informações que seu irmão Jair Littig me passou sobre sua trajetória: Darly, nasceu em 11 de dezemb...