quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Vila Braço do Sul 1862 - 1900 Part. I / IV

 

Era o ano de 1858, a Colônia de Santa Izabel passava por tempos difíceis. O Diretor Gustav Bungenstab, um militar que lutou na guerra contra  Oribe e Rosas 1851-52 era luterano , depois converteu-se  ao catolicismo. Não tinha experiência  em administrar, acabou sendo guiado pela igreja católica, que na época obrigava o imigrante a mudar de religião. Quantos aos imigrantes e brasileiros a confusão ainda era maior. Pelo lado dos europeus, tinha muitos alcoólatras, brigões, pessoas que já vieram expulsos de sua terra natal, os luteranos não tinham igreja, falta  estradas, demarcação de terras e outros conflitos. Sabemos que entre 1845 até 1858, não havia um sistema de seleção  para o imigrante. Segundo relatos da época, Santa Izabel, recebeu alguns. Texto abaixo do livro “Viagem à Província do Espírito Santo”, autor Johann Jakob von Tschudi (foto a esquerda) , quando visitou a colônia em 1860. 

“Dois dias antes de minha visita a Santa Isabel, teve lugar a conversão ao catolicismo de um colono protestante, em circunstâncias que haviam provocado uma grande indignação entre os protestantes. O Presidente da Província dirigiu então uma nota ao sacerdote católico, na qual lhe dizia : “O Governo Imperial não trouxe colonos ao Brasil para ganhar almas para a fé católica, mas a fim de lhes assegurar uma existência e um futuro; ele proíbe, em conseqüência, qualquer conversão nas próprias colônias; se um colono sentir a necessidade de mudar de confissão, precisa ir à capital e apresentar-se a ele, presidente, a fim de que ele se convença de que a conversão se deu espontaneamente, e o ato deve se dar numa igreja de Vitória.” Essa ordem é um testemunho do desejo do Governo Imperial de combater, tanto quanto possível, o proselitismo. Encontrando-se o padre Hadrian Lauschner em Vitória durante minha estada naquela cidade, o presidente chamou-o em minha presença, e eu aproveitei a ocasião para lhe dirigir sérias advertências sobre a importância da manutenção da boa harmonia religiosa entre os colonos. Estes, na maior parte alemães, são geralmente bons trabalhadores; alguns poucos entre eles, particularmente de Hesse-Darmstadt, que chegaram em completa penúria e já pertenciam em sua pátria à pior parte da população, devem ser dados à bebida e terminarão mal”.



Philipp  Littig 1º, filho de Jacob Littig e Anna Maria Brach.Nasceu em Frei-Laubersheim,  em  06 de fevereiro de 1831. Chegou ao Brasil com 28 anos. Em 03 de dezembro de 1859, foi forçado a casar na igreja católica de Santa Isabel. Seu cunhado Cristovão , que já tinha convertido ao catolicismo, foi  um dos padrinhos do casamento. Além do casamento, ainda batizou seu filho Ludwig. Em 04 de dezembro de 1859, um dia após ter casado na igreja católica de Santa Isabel. O pastor luterano Constantin Held, anulou o casamento , e fez uma nova cerimônia. Conforme registros do livro  “Viagem à província do Espírito santo, do autor suíço Johann Jakob von Tschudi, o pastor Helder, também  era intolerante. Evidências Igreja católica de Santa Isabel e luterana de Campinho. Depoimento Edmund Littig.
Em 20 de setembro de 1858,  o Jornal, Correio Mercantil, do  Rio de Janeiro, publica uma nota onde consta a vinda de um engenheiro para a Colônia de Santa Izabel, para demarcar terras .
Em 07 de agosto de 1858 desembarca em Vitória o Engenheiro civil Militar Adalbert  Jahn, contratado pelo Ministérios dos Negócios do Império, através do Ministro Sergio Teixeira de Macedo, para administrar  a Colônia de Santa Isabel-ES.  Adalbert Jahn; Nasceu em  20 de julho de 1821 em Königsberg,Prússia. Filho de Karl Wilhelm e Henrieth Huning.  Königsberg fundada em 1255, foi de 1457 a 1945 capital e centro cultural e econômico da Prússia. A cidade e sua população sofreram no final da Segunda Guerra Mundial os severos bombardeamentos aliados, sendo bastante devastada. Após a Guerra, foi rebatizada para Kaliningrado, em homenagem  ao  presidente do  Comitê Central do Partido  Comunista Mikhail Kalinin . A União Soviética anexou os territórios da região de Kaliningrado. Era casado com Marie Reiss. Conforme registro de sua naturalização, Adalbert chegou no Brasil, em 1851, para lutar na Guerra contra o  Uruguai e Argentina. A direita a pagina inicial do processo de naturalização. O documento  original encontra-se no Arquivo Nacional – RJ.
Adalbert  Jahn na Colônia de Santa Isabel mediantes a tantos problemas. Jahn começa a administrar a colônia.  Vai construir  sua residência  distante da Vila. Nesta mesma região elabora  uma nova  Vila.  Tudo indica que esta planta  resultou na  atual cidade de Campinho. Em julho de 1859, Adalbert  escreve uma carta para o Jornal  Alemão Allgemeine  Auswanderungszeitung, informando  de uma nova realidade da  colônia onde diz”  Na colônia há  muito trabalho, as pessoas que lá vivem têm  motivos para estarem satisfeitos, onde reafirma , pois sem trabalho e esforço não se alcança  nem no Brasil, nem em qualquer outra parte do mundo, sendo que o grande  erro dos agentes europeus seria o de mandarem pessoas  para a América que não podem e muito menos querem trabalhar.  Era uma resposta para aqueles colonos que encontrou  em Santa Izabel, que estavam insatisfeitos ,e não tinha vontade de trabalhar”.
Evidências;  Mestrado de Elisangela Redel. Universidade Oeste  -  Cascavel - Paraná 2014.
Acima  Foto  da  residência de Adalbert Jahn, datada de 1860, pelo fotografo Victor Frond. A foto original encontra-se na Biblioteca Nacional – RJ. Nesta casa D. Pedro II ficou hospedado, quando visitou a Colônia em 1860. 
Região do Braço do Sul foi uma extensão da  de Santa Isabel. Começou a desenvolver em 1858, quando  Adalbert Johann  percebeu que havia uma necessidade de ampliar a colônia. Já não tinha  terras para todos. O filhos dos imigrantes da primeira leva, mais a chegada de novos, obrigou ao diretor Jahn junto ao império, em desenvolver uma região que ficava ao sul,  com vastas extensões de terras, com grandes quantidades de água, tendo o Rio Braço do Sul, como referência. Grande parte desta região hoje é o município de Marechal Floriano. Um foto curioso. Na margem direita foram imigrantes  luteranos, como Littig, Klippel, Hoffmann, Knitell.  Na margem esquerda,  Stein, Erlacher, Bourlot, Wernersbach. O engenheiro Pedro Claudio Soído, faleceu em combate na Guerra do Paraguai, em  18 de setembro de 1867, em Tiuiti. Obs. Abaixo relatório do governo do Espírito Santo, José Francisco de Andrade Almeida Monjardim, datado de 23/05/1858, onde o Engenheiro Pedro Claudio Soído apronta 100 prazos e casas provisórias para região do rio Braço do Sul.  APEES


A colônia do Rio Braço do Sul, na época conhecida como Colônia Nacional do Braço do Sul, foi projetada para receber imigrantes europeus, como também brasileiros. Segundo Jann era um forma de melhorar as convivências. .Abaixo partes de um relatório do Ministério da Agricultura de 1862, onde o último item cita a venda de casas para brasileiros e estrangeiros.
Relatório de maio de  1863, da Província do Espírito Santo – José Fernandes Costa Pereira Júnior. Sobre a ponte o Rio Braço do Sul, Estrada direcionada para Guarapari.
Abaixo Documento em homenagem aos 160 anos da fundação da Vila do Braço do Sul, conforme relatório do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas Pedro de Alcantara Bellegarde. Aviso de 19 de novembro de 1862. Adalbert Jahn; Evidências – Arquivo Nacional - RJ.




     Pedro de Alcântara Bellegarde 

Nascido na nau Príncipe Real, que trazia a família real ao Brasil em 13 de dezembro de 1807, filho do major Cândido Norberto Jorge    Bellegarde (1781-1810) e de Maria Antônia Conrado de Niemeyer (1782-1852). Foi batizado em 4 de agosto de 1808, no Rio de Janeiro, tendo como padrinho D. Pedro de Alcântara, então príncipe da Beira. Aos 13 anos ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro cursando artilharia. Durante o curso alcançou a patente de capitão e ajudou o visconde de Jerumirim e o barão de Caçapava nas obras de fortificação do Rio de Janeiro, tendo se transferido para a arma de engenharia. Concluído o curso em 1827, foi promovido a major em 1828. Em 1832 retornou à Escola Militar como professor, responsável pelo Observatório Nacional, participando também do projeto da Escola de Arquitetos Medidores, em Niterói, onde foi depois também professor. Em 1841 projetou, com Conrado Jacó de Niemeyer, seu tio, um sistema de encanamento de água potável para a província de Pernambuco. Casou-se, em 25 de agosto de 1841, com Carlota Carolina de Castro Dias, viúva do português José Bento Ferreira Soares, com quem teve duas filhas, cuja primogênita, Cândida Carolina Dias Bellegarde (1843-1921), veio a se casar com Cândido Lins de Vasconcelos. Foi encarregado de negócios no Paraguai de 1848 a 1852, retornando ao Brasil como brigadeiro. Foi ministro da Guerra, de 6 de setembro de 1853 a 14 de julho de 1855 , tendo criado o Batalhão de Engenheiros. Foi também , interinamente,  ministro da marinha de 6 de setembro a 15 de dezembro de 1853.Nomeado chefe da comissão de limites entre o Brasil e o Uruguai. Foi diretor da Escola Central do Exército, além de ministro dos transportes de 9 de fevereiro de 1863 a 15 de janeiro de 1864.Membro fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, agraciado comendador da Imperial Ordem de São Bento de Avis. Faleceu no Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1864. Pesquisa; Arquivo Nacional -RJ. A Vila do Braço do Sul teve duas famílias pioneiras, que adquiram lotes, onde cultivaram café, milho, implantaram escolas, comércio, carpinteiros e marceneiros. Podemos destacar a familia do suíço Johann Kuster, que chegou no final de ano de 1862, e a Rupf,  em janeiro de 1860. Dois anos depois já tinha adquirido lotes no Braço do Sul.
           Kuster                                                                                 Rupf

                   

 
Mapa da Colônia de Santa Izabel de 1862. No círculo amarelo,   a área que pertencia ao região do Braço do Sul.Acervo: APEES.

Abaixo relatório de despesas da Colônia de Santa Isabel – junho de 1862 – APEES

Historias Sobre esta Ponte
Quem vinha de Santa Isabel, era a única entrada para a Vila. Somente em 1930,  quando governo construiu uma estrada, que ligaria a capital até a cidade de Castelo, passando pela vila foi construído duas pontes. Uma sobre o rio, outra a poucos metros, conhecida como ponte seca. No período de enchente o rio transbordava e passava por esta ponte.  Local desta ponte    hoje, situada onde existe a de cimento. O construtor destas pontes, o foi italiano Anselmo Maculan. Voltando para primeira ponte, temos documentos que mesma sempre teve problemas com enchentes  e falta de manutenção. Maria Lübe esposa do Alcides Endlich relatou que sua sogra Luiza Kuster “ Meu sogro construiu um armazém na margem direita, devido a ponte não ter sustentação para passagem de animal carregando café”. O sogro de Luiza era o comerciante Philipp Endlich.  João Kuster  filho do suíço Jacob Kuster relatou “ a ponte era muito frágil, havia uma balsa de troncos madeira, para utilizar quando havia excesso de peso”. Emilio Gustavo Hülle e seu irmão August Heinrich relataram”. Uma vez por mês nos tínhamos de passar nesta ponte. Fazíamos catecismo em Campinho. Nosso pai sempre orientava sobre esta passagem. Em 1920 a passagem era extremamente perigosa”. Na enchente de 1960, tiveram que amarrar com cabo de aço. Só assim a ponte não foi embora. Em 1970,  ainda era uma pinguela. Jair Littig. 
               
Acima:  armazém da família Endlich, mais tarde transformado em residência. A casa foi demolida em 1962, com a construção da  BR 262. A esquerda Maria de Lourdes Lübe – 2009; Fotos acervo Jair Littig


Continua [ ... ]




domingo, 13 de novembro de 2022

América Futebol Clube de Marechal Floriano 1957- 2017 Part. III/III

 

Histórias do América: Atletas

Foto de 30/07/67( Festa de Santana). Da esquerda para direita Em Pé; Helvécio, Lúcio, Cacau, Paulinho,  José Novela e José Luis.Agachados, Itia, Wilson, Jarbas,Mano e Nego. O luto deste jogo foi em homenagem à mãe do atacante Erildo Effgen. Na foto abaixo Festa de Santana - 1975). Chegada do pára-quedista no campo do América;            

Policarpo Puppin

 Sempre que podia trazia um cacho de banana para oferecer ao melhor jogador. Foi em 1960, um jogo entre o América e o Afonso Cláudio de Vitória, onde Helvécio Fernando Pereira fazia sua primeira partida  no titular. Fez três gols, e recebeu um cacho de banana. A esquerda policarpo Puppin. Helvécio.                                Em 1961 o América foi jogar contra o Rio Branco de Batatal. Era um dos grandes times do interior. Um ano antes ganhou no campo do Américo por 3x0. Embora jogando com alguns jogadores do Campinho.Neste jogo em que o América venceu por 4x1, houve um lance interessante. Nuca chutou uma bola na trave, sendo que a mesma era de bambu, com o chute quebrou. Faltava muito tempo para terminar o jogo, não havia madeira. Para continuar o jogo foi colocado arame liso, com varias voltas. Não havia rede. Quando não havia jogo, por não conseguir ou o time faltar, para não passar em branco, formava-se um time casado contra solteiro. No feriado de 1º de maio de 1966, foi realizado uma partida entre comerciários de Marechal contra jogadores do América. Os comerciários eram jogadores que tinham  ou  trabalhavam em comércio. O time do comerciário era formado por José Luis Padeiro goleiro, defesa, Lúcio,Paulinho, Cacau, Ademilson Stein, Darly Littig, Linha, José Araújo, José Piaba, Amador Endlich, Carlinhos Padeiro e Ary Ribeiro. O time do comércio empatou por 2x2.  O time misto América jogou com Jair Borgo no gol, defesa Ananias,Juca Machado,Abel Stein, Helio Baiano, Edvaldo Baiano. Linha com Moacir Borgo, Osmano, Etiel, Roberci Denadai, Nuca.Gols: José Piaba 2 para o Comerciário, Nuca e Etiel para o misto.

Juiz de Futebol 

Orli  Gregório foi por muitos anos jogador do América, jogava na ponta direita. Depois que aposentou como jogador, resolveu apitar jogo.Era raro conseguir levar um partida até o fim, pois errava muito em favor do América. Toda vez que era chamado para apitar , dizia que não, estava cansado, mas no fundo estava louco para apitar. Quando aceitava, já tinha o apito no bolso. Outro juiz interessante foi o Sr. Guedes, empregado da RFFSA. Conhecia a regra do jogo. Quando um jogador reclamava pela marcação, ele tirava  regra do bolso, e explicava ao jogador. A direita Orli com seu apito .

                       Bola 

 Uma bola geralmente durava mais de 02 anos. Trocava os gomos, quando furava, abria e tapava o buraco. Cacau consertou bola por muitos anos. Furar bola era comum, já que ao redor do campo havia uma cerca e parreiras de chuchu, que contribuíam para furar . Havia moradores ao redor do campo que também gostava de furar a bola, é caso do Júlio Filintro, a bola caia no seu quintal e sumia. Isto foi comprovado anos mais tarde quando Florentino Delpuppo comprou a casa da família Pereira, quando fez reforma total encontrou abaixo do assoalho vários pedaços de bola. Jogadores que possuíam   sua própria bola, este tinha vaga garantida, pelo menos um tempo, é o caso do Humberto Stein.  O América foi jogar contra o Araguaia, logo de início fez 3x0. Jacinto Catelan questionou os gols. Pegou a bola, foi embora. Seus companheiros pediram para voltar, mas não voltou, acabou o jogo, pois a bola era do Jacinto. O aspirante jogava com uma bola velha, às vezes tão remendada que o seu formato não era mais redonda. As bolas eram numeradas, sendo a de nº. 05 a maior. Quando molhava, virava uma pedra. Por causa de bola e bomba, tivemos muitas brigas. Acima Propaganda da melhor marca  de bolas, dos anos cinqüenta.
 
    Chuteiras

No inicio era fabricada em Marechal. O primeiro sapateiro a fazer chuteiras, foi Nicolau Marques. Já na década de 60 Olimpio Pereira Pinto. Vontade de Jogar Cada jogador trazia seu calção, onde não havia uma padronização. O jogador que lavava a sua camisa e meia. Isto dava uma confusão, pois o jogo de camisa era composto por 11 peças, se faltasse uma, tinha que descobrir onde estava. Outro problema era a substituição, imagine pegar uma camisa molhada de suor. A partir de 1963  o América começou a ser o responsável pela lavagem. A primeira lavadeira foi Alexandrina Entringer, depois Rita Stein. Nos anos de 1970 a 1980, haviam jogos todos os domingos, de janeiro a janeiro. À vontade de jogar era tão grande, que alguns jogadores, como Erildo Effgen, Nena Kiefer, saiam de Marechal de carro, para ir encontrar o ônibus do time adversário, geralmente no inicio da Serra da Boa Vista. A partir de 1970 quando o Brasil foi tri-campeão, o futebol virou febre no Brasil, Marechal não foi diferente. A procura por jogar bola era muito grande. na imagem; Melhor  chuteira dos anos cinqüenta e sessenta.
➦Era comum os times do interior vir jogar em Marechal, montados em cavalos. É o caso do Rio branco de Batatal, chegou com titular e aspirantes.  No jogo principal o time de Batatal contou com três jogadores do Campinho, Nena, Julinho  e Samuel  Schwambach. O goleiro  foi Samuel Pagung,  com seu boné do Fluminense, fechou o gol. O América perdeu de três a zero.
➦A primeira rede foi comprada em São Paulo, pelo Paulinho.  As tranças eram  de corda.
➦O primeiro escudo do América, foi bordado pela torcedora Helena Cavatti.
 ➦ Para pagar a ajuda de custa de uma agremiação,  que vinha jogar em Marechal, necessitava de fazer rifa, dar incentivo na compra do ,ingresso, concorrendo a um brinde, mesmo assim o presidente do Clube tinha que tirar dinheiro do bolso.
 ➦Uniforme do América geralmente   ganhava de políticos. Em 1962 necessitava de novas camisas. Era tempo de eleição, o deputado Federal Parente Frota comprometeu e cumpriu. Porém na  entrega foi  aquela decepção.  As camisas eram brancas , quadriculadas de verde.  A foto da direita, Ermilo vestido com a camisa citada.

Jogos Emocionantes do América

Em 1961, feriado de 1º de maio o América fez uma partida contra o Santos de Paul, que já pertencia a 1ª divisão do campeonato Capixaba. O América venceu por 4 x 1. gols de José Piaba 02 e Roberci  Denadai 02. A grande estrela do jogo foi Helvécio, que após a partida foi convidado para atuar no elenco do Santos. Neste mesmo ano o América venceu o Vinte de Julho, time portuário, por 3x2. Curiosidade do  jogo foi que o atacante Roberci Denadai  quebrou a perna, onde foi ajudado pela equipe de Vitória, doando uma quantia em valores. Na foto a esquerda Helvécio, Carlinhos e Roberci.

Em 1962 o América tinha um grande elenco, que ficou mais de 30 partidas invictas, só perdendo para Campinho.O jogo foi realizado no campo do adversário. O América  vencia de 1 x 0, perdendo o jogo no final por 2x1. O zagueiro armando chocou-se dentro da área com atacante do Campinho (Samuel), o Juiz Nilton Koelher marcou pênalti, onde decidiu a partida. A formação deste time: Ozires Pizzol, Paulinho, Armando, Sabará, Helvécio e Hélio. A linha Jerônimo, Hélio Paulista, Deco, Osmano e Nuca. O técnico era o Feolinha. Nesta época José Luis Padeiro jogava no Operário de Muqui. Na foto a direita 1963. Campo do América, goleiro do América José  Meleca. 
Uma das maiores goleados do América foi contra o Aliança de Viana, em 1963, 11 a zero. No domingo seguinte, contra vontade do Presidente Amador Endlich, o América voltou a jogar contra o Aliança, em Viana, perdeu de 7x 0. O time da casa com apoio da Empresa Queiroz Galvão armou um time com jogadores do Vitória e Santo Antonio. Na segunda-feira o Presidente do América pediu sua demissão, como também houve uma briga entre ele e seu cunhado Ananias, que foi o responsável pelo jogo na cidade de Viana. Em 1961 o América foi jogar em Vargem Alta. Na época morava em Marechal, um cidadão chamado Sebastião Paiva, que explorava dormentes de madeiras para vender para Rede Ferroviária. Sebastião era de Vargem Alta, e foi através dele que surgiu este jogo. A excursão foi de trem. Saímos de Marechal pela manha no expresso das 7;22,com previsão de chegada às 10:04. Uma excursão com bastante torcedores, sanfona, violão e pandeiro. Quando tudo corria muito bem, o trem descarrilou, perdemos mais de 02 horas, chegando a Vargem Alta, mais de meio dia. Como o retorno era também de trem, o noturno que passava às 15:00, e que neste dia estava no horário, coisa rara, os jogadores do América engoliram o almoço e entraram em campo, para perder de 2x0. Eles tinham um jogador chamado Cirão, que acabou com o jogo. Este Cirão jogou na Seleção Capixaba. Um mês depois em Marechal com 03 gols de José Piaba e um do Nuca,ganhamos.O Cirão perdeu a cabeça no final, brigando com Ananias.
Em 1962 o América empatou em 3 x 3 com o Vale do Rio Doce. Era um time formado por empregados da Cia. Vale do Rio Doce de Vitória. Na época por exigência do clube, não aceitaram o vestiário, e foram trocar de roupa no Hotel. Em 17 de junho de 1963 a equipe do Vale do Rio Doce e mais o Ferroviário, Cauê, Guarani, Valeriodoce e o Cruzeiro, formaram a Equipe da Desportiva Ferroviária.
Em 1973 o América foi jogar em Muniz Freire. Aestrada estava em construção, não conseguimos chegar ao local do jogo. Na volta chegamos em São João de Viçosa, havia um jogo marcado com um time de Vitória. Paulinho Pereira negociou com o Presidente do São João, Honório Pizzol e o Presidente do time de Vitória, para que o time  de Vitória jogasse com o aspirante do América. O titular do América jogou contra o São João, sem receber ajuda de custo. O América venceu por 3 x 0, gols de Ernani, José Pedro e Elizio. Na imagem acima na Fazenda Perim, Castelo – 1974 . Da esquerda para direita em pé: Helvécio, Ramiro, Augusto Marreco, Belita Samuel e Cacau. Agachados, Magro, ?, ?, José Pedro, Edmar e Ernani.

    Aspirante 
O segundo quadro como era conhecido na época, hoje aspirantes, também tem historia.Ficou invicto 94 partidas.Isto aconteceu entre 1972 a 1974. Embora tivesse ajuda de alguns titulares quando estava perdendo, o time foi longe. Tinha o Marreco e Pedrinho Schwambach que faziam muitos gols. Jogando contra o América de Aribiri, em Vila Velha, o time da casa tinha 44 partidas invictas. Quando o América entrou em campo com uma turma de galo velho, acharam que não perderiam. Perderam de 3 x 0. Pedro Schwambach acabou com o jogo, fazendo dois gols de falta. No campeonato de 72, ficamos invictos. Na última partida em Campinho, ganhamos de 4x1. Pedrinho e Marreco fizeram dois gols cada. Infelizmente não havia troféu. Perdemos a invencibilidade em casa, em agosto de 1974, contra o Ibatiba. Um time de camisas rasgadas, que meteram 4 x 1. A esquerda Aspirante do América – 1974. Da esquerda para direita em pé; Gilson, Vadinho, José Mario, Cacau, Paulinho, Nena e ? Agachados: Edson, Nuca, Ermilo, baixinho e Gilmar.

Eu fui técnico, minto eu distribui camisas por mais de 09 anos no aspirante do América. Foi de 1966 a 1968. Depois de 1970 a 1977. Era uma loucura, já que muitos queriam jogar. Uns tinham que jogar, pois eram estes que garantiam os jogos. Nesta época não havia galo velho, enfim o aspirante era um misto de galo velho com jogadores novos. Em Campinho já havia o galo velho, mas os veteranos vinham jogar no América. Na hora de fazer uma substituição não era fácil. Já na década de 60, era diferente, havia poucos jogadores. Devida esta demanda, como também descontentamento de jogadores, que fundaram em 1975 o Apollo XIII. Na imagem a direita Aspirante do América dos anos sessenta, um time imbatível.  Da esquerda para direita em pé;  Hermilo , Deir, Marreco, Ramiro, Tega e  Edvaldo. Agachados Aloísio, José Luis, Pedrinho, José Mococa e José Piaba.
Em  15 dezembro de 1963, o América foi jogar  na Glória, Bairro de Vila Velha, contra o Fluminensinho. O jogo foi realizado no campo do  Santo Antonio, conhecido com  Rubens Gomes.O aspirante perdia o jogo por 3x1. No segundo tempo foram feitas  varias  modificações, sendo uma delas  a entrada do  Lucio Pereira (*). Resultado final, o América reverteu  para 5x3. (*) Foi seu primeiro jogo vestindo a camisa do América de Marechal.Na imagem a esquerda da esquerda para direita: Lucio, Pedro Bianchini, Negô e Titi.                                                                     
Nas imagenas acima da direita para esquerda:.  Fazenda Perim - 1974. Da esquerda para direita: José Luis, Lole, Cidinho, Dade, Lucio, ? E Belita. Agachados Mano, Marreco, Ademar, José Antonio, Mazinho e Magro. Da esquerda para direita: Edvaldo Baiano, Tega, Belita, Ramiro, Hildo Medeiro e Ademilson Stein. Agachados: Marreco, Juca, Moacir Borgo, Deir e José Mococa. 1962. Da esquerda para direita: José Luis, Carlinhos e Eladiano ( Ioiô).
Curiosidades do Aspirante
O primeiro gol de bicicleta no campo do América foi realizado pelo Deir Nascimento, mais conhecido como Mané Rego. O Jogo foi contra o Fundão.
Elias Paganini, o que foi prefeito em Domingos Martins, também jogou algumas partidas  no aspirante do América. Vejo o ataque deste time, isto em 1962; Moacir Borgo, Manoelzinho Paiva, Elias, Edvaldo Baiano e Palmerino Merisio. Haja sombra para agüentar estime. Elias e Palmerino foram goleadores, mesmo sem árvores ao redor do campo.
Ari Ribeiro jogou no aspirante. Quando o América excursionava para jogar  em Araguaia, Rio Fundo e  Pedreiras, além de jogar, levava caixa de Capivarol, leite magnésia e outros remédios para vender. Não perdia tempo.  No primeiro domingo de 1970, dia 08  o América  foi jogar em Alfredo Chaves. O aspirante ganhou de 9x0. A camisa do time local tinha tanto buraco, onde o jogador não podia vestir, e sim amarrar no pescoço. Até eu joguei, pois faltou jogadores. Tive que suportar um sol violento de 90 minutos. Foi a última vez que vesti a camisa do América.Neste jogo Hermilo fez 05 gols e Marreco 04. Palmerino Merisio franzino, chutava bem, mas muito medroso. Gostava de uma sombra. Na época o campo do América era rodeado de eucaliptos, diziam que foi Palmerino que mandou plantar. Jose Alaison  foi jogador do aspirante no tempo  do Marechal  Floriano, onde  o 2º quadro não tinha camisas. José jogava com meias e calções vermelhos e a camisa do Flamengo. Fato curioso aconteceu com Humberto Stein, jogava no aspirante. Nunca foi bom jogador. Foi chutar a bola, sua canela bateu no banco de madeira. Na época havia a mala de remédios, que geralmente ficava ao lado do técnico. Levaram a maleta para fazer o curativo na canela do Humberto. Ao abrir a mala, só havia uma bomba de encher bola.
Times que Jogavam  na Época Contra o América


Resultados de Grandes Partidas.
1961  -  3x0 contra o Vargem Alta. 2 gols de  Piaba e um do Nuca.
1960 -  2x1 contra o Roda D'água de Cariacica. Devido a muitas confusões em campo, o tempo escureceu. O beque Marijalma deu um chute para o gol, e o juiz deu o gol. Até o próprio Marijalma dizia, a bola não entrou. Na ocasião não havia  redes.
1961 – 4x1 contra o Santos de Paul,  gols de José Piaba 02 e Roberci  Denadai 02. 
1961 -  3x2. Vinte de Julho
1967 – 1x0  contra o Barra do Itapemirim, jogo realizado no campo adversário.  Gol de Edmar preto.
1959 – 1x0 contra o Racing de Santo Antonio. Gol de Mano.
1966 -  2x0  contra o Alfredo Chaves. Dois gols do Nego.
1970 – 2x0 contra o Campinho. Dois gols de José  Antonio.
1960  -  4x1 contra o Afonso Cláudio de Vitória. 3 gols de Helvécio.
1962  -  2x2 contra o Barra de Jucu. O América vencia de 2x0, dois gols de Nuca.
1963  -  1x0 contra o Racing de Santo Antonio. Gol de falta, marcado pelo Mano.
1963 -  3x0 contra o Campinho. Gols de Hélio, Helvécio e Nuca. Este jogo foi realizado pela manhã.
1964  - 3x0 contra o Afonso Cláudio de Vitória, jogo realizado no antigo campo da Desportiva, com 3 gols de Romildo.
1969  - 2x0 contra o Venda Nova. Gols de Antonio e Ernani. Jogo realizado em Venda Nova.
1973  -  3x0 contra o Venda Nova. 3 gols de José Pedro. Jogo preliminar realizado em Campinho, sendo o jogo principal o Sport Clube Campinho contra o misto do Botafogo do Rio.
No início os times de Vitória vinham jogar em Marechal de trem. Tinha três opções saindo de Vitória; Expresso que chegava às 07:20, Misto às 10:10 e o noturno as 12:00. O retorno era pelo noturno que saia às 17:00. Mas como nunca andava no horário. Jogava-se e ainda tinha tempo para tomar cerveja. Por segurança alguém corria na estação para saber o horário. Em 1959 o agente de Estação era Efigênio Barreto, quando acabava o primeiro tempo, alguém corria na estação para saber o horário, e sempre vinha  aquela frase, “podem jogar e beber, pois o trem ainda nem passou em Matilde”. 
Em 1961 o ponta direita do América era um agente de Estação, Milton Português. Quando acabava o primeiro tempo, corria na estação para saber onde andava o trem. Como o noturno raramente andava no horário, nunca teve problemas em jogar. Foto de 12/03/1961. Jogo do América contra  o Madureira de Garrido. Da esquerda para direita em pé Cacau, Paulinho,Helvécio,Abel, Ananias e José Luis.Agachados Milton Português, Martin Basseto, Roberci, Nuca e Mano. Abaixo Foto 1973 - Campo do América. Da esquerda para direita em pé; Paulinho Pereira, Belita, José  Pedro, Cacau, Marreco, Lucio, Nuca e técnico  Mano. Agachados: Ernane, Augustino, Dada, Edmar preto e  Erildo. Obs.;  o menino da foto  (André Pereira). na foto  a direita (América Futebol Clubeno Campeonato Centro Sul 1982 -  Base do time que jogou neste campeonato. Da esquerda para direita; Badeco,Belita, Cafuringa, Osmar,Vivinho,Sergio bento,Adelson ,Augusto. Agachados;Toninho,Gilmar,Denizar,Beleleu,Bezinho,Marquinho, Lico, Gordo e Mazinho. Campo do Campinho.
 Em pé esquerda para direita : Osmar, Belita, Adelson, Badeco, Sergio Bento, Marreco(Edmar), Vivinho, Ildo, Denizarth e Pelenco (Adelmo), Augusto(treinador). Agachados : Gilsinho Lopes, Ernani, Gilmar, Jaime, Marquinho, Beleleu, Bézinho, Lico e Tonico.(Colaboração e foto do Adelmo Stein). Foto do dia do título.
                    

CAMPANHA DO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE NO CAMPEONATO CENTRO SUL  -  DE 1982
O goleiro Marreco, zaga com Osmar Adelson Roberly, Vivinho e Beleleu. Atacantes, Marco Antonio, Jaime, Gilmar e Denizar, Gilson, Ernani. na imagem abaixo Time do América Futebol Clube No Campeonato Centro Sul de 1984; Da esquerda para direita; Gilsinho, Belita, Vivinho, Pico, Denizar, Augusto. Agachados; Adelso, Jacintinho,Gilmar,Beleleu,Jaime e Bezinho.
CAMPANHA DO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE NO CAMPEONATO CENTRO SUL  -  DE 1984; América foi campeão. No quadro da direita na CAMPANHA DO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE NO CAMPEONATO DE AMADORES -  ES  -  1984, a partida foi decidida por pênaltis. O América perdeu na segunda rodada.
  
Após os títulos  de 1982 e 84, o América evolui, cercou  o estádio,  construiu novos vestiários e  alambrado. Foto do estádio José Henrique Pereira  - 2010

TÍTULOS DO AMÉRICA

CAMPEÃO CENTRO SUL 1982 REALIZADO PELA  FEDERAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO CAMPEÃO CENTRO SUL 1984 REALIZADO PELA  FEDERAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO VICE-CAMPEÃO ESTADUAL DE AMADORES 1984 (FDE) VICE-CAMPEÃO INTER-MUNICIPAL  DE VETERANOS 1990 (ADEMAR CUNHA) 3º LUGAR CAMPEONATO INTER-MUNICIPAL DE VETERANOS 1992 (ADEMAR CUNHA) VICE-CAMPEÃO JUVENIL DA COPA DA PAZ 1992 CAMPEÃO INVICTO CAMPEONATO INTER-MUNICIPAL ASPIRANTES 1992 CAMPEÃO I CAMPEONATO INTER-MUNICIPAL TITULAR 1992 VICE-CAMPEÃO INTER-MUNICIPAL  DE VETERANOS 1993 (ADEMAR CUNHA) CAMPEÃO DO CAMPEONATO MUNICIPAL DE MARECHAL FLORIANO TITULAR 1995 CAMPEÃO INVICTO DO II CAMPENATO MUNICIPAL DE MARECHAL FLORIANO TITULAR CAMPEÃO DO INTER-MUNICIPAL DE DOMINGOS MARTINS 2001 ASPIRANTES CAMPEÃO DO INTER-MUNICIPAL  DE DOMINGOS MARTINS 2001 TITULAR CAMPEÃO DA COPA DA  PAZ  DE VETERANOS 2004 CAMPEÃO INTER-MUNICIPAL DE VETERANOS 2004 CAMPEÃO DA I COPA FLORIANENSE DE FUTEBOL 2005 VETERANO CAMPEÃO DA I COPA FLORIANENSE DE FUTEBOL 2005 ASPIRANTES CAMPEÃO DA I COPA FLORIANENSE DE FUTEBOL 2005 TITULAR .

JOGADORES QUE ATUARAM NO AMÉRICA ATÉ 1982

Relação de pessoas que vestiram a camisa do América. Muitos jogaram por um período longo, outros talvez uma partida. Alguns realmente jogavam, outros correram atrás da bola. Esta relação não contempla todos que vestiram a camisa americana. Comecei anotar os nomes em 1963, onde registrei até o final de 1980.  A maioria dos nomes informados nesta relação, são apelidos, pois assim eram conhecidos em campo.
Pesquisas
Fotos do pertencentes a Jair Littig; Fotos  de José Luis Padeiro; Fotos de Lúcio Pereira
Arquivo Público do Espírito  Santo; Biblioteca Nacional – RJ
Documentos de Rildo Pereira – Doca; Registros do América  pertencentes a Jair Littig; Depoimento de José Henrique Pereira – José Piaba; Depoimento de Ondina Pereira – Nonoca. Depoimento de José Carlos Pereira – Cacau; Depoimento de Arlindo Pereira; Federação Espírito-santense de Futebol. Jair Littig; jlittig@terra.com.br


A História do time ainda Continua ...


Prosa Florianense - XIII

 DARLY LITTIG  Aqui, compartilho algumas informações que seu irmão Jair Littig me passou sobre sua trajetória: Darly, nasceu em 11 de dezemb...