Uma Doce Poetisa...
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás.
Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.
Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.
Escreveu contos, poemas, poesias e até mesmo literatura infantil, colaborou para jornais, foi proprietária de estabelecimentos e doceira por mais de 20 anos.
Não teve muito estudo, fez apenas o primário com Mestra Silvina entre os anos de 1899 e 1901. Nessa época publicou seu primeiro conto - Tragédia na Roça - que foi publicado no Anuário Histórico Geográfico e Descritivo do Estado de Goiás. Sua obra poética fala sobre o cotidiano simples do interior de Goiás.
Após o matrimônio se mudou para SP onde ficou por mais de 40 anos. Com a morte do seu marido passou por muitas dificuldades: teve que acabar de criar os filhos, vendeu livros, linguiça caseira e banha de porco feitos por ela mesma. Somente em 1956, retornou para Goiás.
Embora seja um nome forte na nossa Literatura, sua obra recebeu várias influências, como por exemplo, o nosso folclore, grandes escritores de épocas passadas (Gregório de Matos, Camões e Olavo Bilac), o codificador da doutrina espírita Allan Kardec e até mesmo as histórias da Carochinha.
OBRAS
- Estórias da Casa Velha da Ponte (contos)
- Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais
- Meninos Verdes (infantil)
- Meu livro de cordel
- O tesouro da casa velha (contos)
- A moeda de ouro que o pato engoliu (infantil)
- Vintém de cobre
- Estórias da Casa Velha da Ponte (contos)
- Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais
- Meninos Verdes (infantil)
- Meu livro de cordel
- O tesouro da casa velha (contos)
- A moeda de ouro que o pato engoliu (infantil)
- Vintém de cobre
Embora Cora Coralina seja é um grande nome da nossa Literatura, ela só foi realmente reconhecida pelo povo brasileiro depois que o grande Carlos Drummond de Andrade leu uma de suas obras.
Aos 75 anos, Cora teve o seu primeiro livro publicado: Poemas dos Becos de Goiás.
Cora recebeu em vida vários prêmios e homenagens. E mesmo após sua morte, em 1985, continuou os recebendo: em 1985 foi criada a Casa Cora Coralina em Goiás e a Biblioteca Infanto-Juvenil de Guaianases recebeu o seu nome.
Um sonho por mais distante que esteja, ele pode se tornar uma realidade.
Basta ter persistência, perseverança e, jamais perder a esperança.
Giovana Cristina Schneider
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