terça-feira, 23 de outubro de 2018

1º - CONTO DE NATAL.


UM BONITO NATAL 
Dezembro estava chegando, e com ele o tão esperado Natal! Como eu gosto desta época do ano, Natal, me dá uma sensação de Nascimento, misturado com Renascimento, não sei bem explicar, então para descomplicar, a sensação é muito boa, pensava Emy!
Era um um dia qualquer do mês de junho, a família estava reunida na mesa de jantar, quando Emy distraidamente falou: - O Natal já está chegando, o que vamos fazer?
Sua mãe, olhou para ela, meio triste, pois naquele ano as coisas não estavam bem, a crise estava presente e a luta era diária, o pai que estava no auxilio doença do INSS, tinha tido alta, mas não tinha condições de voltar à trabalhar e mesmo assim não tinha conseguido que o perito lhe concedesse mais um tempo, eram tempos difíceis, mas ela respondeu a filha: - Emy, estamos ainda em junho, temos ainda bastante tempo para decidir. 
Não podia desanimar a filha, pensou!
O filho mais velho, Marquinhos, tinha ido tentar a sorte em Portugal, ele sempre que podia mandava algum dinheiro, ela a mãe fazia salgadinhos para vender, a Emy estava com catorze anos, e não contribuía com as despesas, era uma menina muito esforçada, e no serviço da casa dava conta mesmo estudando, tinha também o pequeno Douglas Júnior que estava com sete anos e já estava no primeiro ano, e o pai coitado, estava doente. Mas, ela tinha fé que a situação ia mudar, pois o que não podemos é perder a esperança em dias melhores, ah, e também tinha a cachorrinha Lulu, o chamego da casa!
O Marquinhos, havia completado o ensino médio, fez um ensino técnico de mecânica, não estava conseguindo serviço certo, e assim resolveu ir para Portugal, o que queria mesmo era ir para os Estados Unidos, mas não deu certo, mas falou que não iria desistir. A mãe ficava muito preocupada, mas sabia que não podia intervir, pois sabia que nada estava fácil. Todo mês eles ganhavam uma cesta básica de uma pessoa da cidade em que moravam, a pessoa não queria se identificar, bom, a mãe não via problema nisso, e essa cesta básica ajudava muito!
O que ela queria mesmo era a família reunida, e sempre na mesa seu pensamento ia para Portugal, seu coração ficava apertado, sem saber como estava o seu querido filho!
Bom, o tempo foi passando, e o mês de dezembro trazendo consigo o Natal estava cada vez mais se aproximando. O pai tinha conseguido entrar novamente no auxilio doença, com à ajuda de uma boa advogada que ficou compadecida com o caso, o que ele recebia não era muito, mas já ajudava bastante. Emy, mesmo nova, era uma empreendedora de "mão cheia", fez uma página na internet para divulgar os salgadinhos da mãe, e estava sendo um sucesso!
Aos poucos, naquele ano de crise, às coisas estavam se arrumando!
Dezembro chegou, a Emy como sempre era a mais empolgada!
A sesta básica não chegou na data prevista, a mãe ficou um pouco preocupada, mas não demonstrou!
Felizmente as encomendas de salgadinhos estavam indo de "Vento em Popa" (Quando tudo corre bem, quando os negócios ou situações caminham no melhor dos sentidos...). Dezembro veio adentrando, e o Natal cada dia mais se aproximando, bom, pensou a mãe, vou tentar fazer um bom Natal, minha pequena família merece, este ano foi de lutas e pela graça estamos conseguindo ultrapassar-lo bem. No dia de enfeitar a casa com a árvore e alguns pisca-pisca, Emy e o Douglas Júnior logo cedo pegaram as caixas e começaram a separar o que prestava, eles estavam muito animados, a mãe olhou para eles e pensou no Marquinhos, como gostaria que ele estivesse junto com eles, mas nem tudo é exatamente como queremos. A casa foi sendo enfeitada, a mãe continuava fazendo salgadinhos, pois os pedidos estavam sempre chegando, o pai estava cada dia melhor, com certeza no próximo ano iria voltar à ativa!
O dia 24 chegou, véspera de Natal, os enfeites estavam prontos, a árvore simples, mas estava linda, a mãe, pensou, o que teria acontecido com a cesta básica de todos os meses? Bom, mas daria para fazer uma bonita ceia, e dar uns presentinhos para as crianças, parecia um milagre que tudo tinha dado certo até o Natal, ela não esquecia nunca de agradecer!
Emy viu que a mãe estava ocupada e às horas estavam passando, pegou o pequeno Douglas Júnior e foi dar um banho e o deixou arrumadinho, depois também foi se arrumar, como sempre a sensação boa do Natal a deixava muito feliz, e naquele ano iriam todos a missa do galo e depois retornariam para casa e cear, nunca tinham feito isso, e estava sendo uma agradável novidade.
Então, foram todos a missa, retornaram para casa tranquilos, a mãe tinha deixado tudo praticamente pronto, chegando foi só acertar alguns detalhes, sentaram-se todos à mesa, quando alguém bateu na porta, se entreolharam, pois não estavam esperando ninguém, Lulu começou a latir e à abanar o rabinho, a mãe se levantou e foi ver quem era, tal foi sua surpresa, seu coração saltou de alegria, era o seu querido filho que estava na sua frente, não pode conter as lágrimas de felicidade, nisso todos vieram ver quem era, e a felicidade foi geral! Marquinhos trouxe presentes para todos, e falou que teve ajuda para poder comprar a passagem de volta e também para comprar os presentes, nisso alguém, novamente estava batendo na porta, agora foram todos para ver quem seria o visitante, a surpresa foi tamanha, quase não podiam acreditar, ali na frente de todos estava o patrão do pai, vestido de Papai Noel, trazendo muitas coisas também, rapidamente a mãe o convidou para entrar, o pai levou ele para sala e ofereceu um vinho, depois de passado um pouco da emoção, o patrão começou a falar, disse que trabalhou desde muito novo, seus pais ele não conheceu, como sempre precisou trabalhar não havia formado uma família ainda, mas que isso estava no seus planos, caso a moça que havia escolhido aceitasse namorar com ele, e falou que tinha convidado-a para estar ali com ele, e que acreditava que iria chegar a qualquer momento, e continuou: - O Sr. Douglas, quando foi trabalhar para mim, foi como o pai que nunca tive, sempre preocupado com o meu bem estar e, infelizmente no dia que aquela barra de ferro caiu e atingiu a perna dele, eu não estava na oficina e o socorro demorou a chegar! Então, vi que ia ficar difícil para o Sr. Douglas no sustento da casa, foi ai que decidi fazer a doação das cestas básicas todos os meses, sem me identificar, isso para ajudar vocês e também sabendo que o filho mais velho estava fazendo falta em casa, resolvi entrar em contato com ele para que retornasse, lógico que eu arcando com todas as despesas e aqui eu iria ver uma colocação para ele, como farei, e também espero que ele volte a estudar!
Nisso alguém bate novamente na porta, Emy foi atender, e qual a surpresa quando viu a que foi advogada do pai no INSS parada na sua frente, convidou-a para entrar, e logo deu para ver que era conhecida do patrão do pai. O patrão, o nome dele era Alex, voltou a falar: - Esta é Laura, eu a contratei para ser à advogada do Sr. Douglas quando soube que o INSS tinha cortado ele do auxilio doença, estou encantado e espero que ela aceite o meu pedido de namoro?
E com certeza à advogada Laura aceitou!
A Lulu já estava familiarizada com todos, e nem latia mais, só abanava o rabinho de alegria!
Depois de toda conversa, o pai e mãe choraram de felicidade!
A família estava completa e cresceu um pouco mais, era muita benção, a mãe agradeceu aquele momento maravilhoso!
Sentaram-se todos à mesa e de mãos dadas fizeram a oração de Natal em agradecimento. Quando agradecia, a Emy pensou: Então Natal era isso mesmo, uma mistura de Nascimento com Renascimento, e foi isso que aconteceu com sua família, o patrão do pai e sua agora namorada, a chegado do irmão mais velho. Enfim, tudo acontecendo naquela data que só lhe trazia sensação boa, o Natal que tanto amava!




Escrito por: Giovana Cristina Schneider


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